OIBR3 é o Botafogo das ações em 2023

Após reacender a esperança em muitos investidores, a Oi foi rebaixada novamente em 2023

Fabiano Vaz 22/12/2023 16:59 3 min Atualizado em: 04/01/2024 11:41
OIBR3 é o Botafogo das ações em 2023

O Botafogo foi a maior decepção do Campeonato Brasileiro. O clube escreveu um roteiro inédito na temporada, líder por 31 rodadas, e para a torcida o campeonato “estava ganho”.

No entanto, o alvinegro sofreu uma oscilação inesperada e perdeu o título do Brasileirão.

De líder com folga, com direito a melhor campanha do torneio, o Botafogo viu o título escapar e terminou a competição fora do G-4. Para piorar, o elenco e a torcida botafoguenses não tiveram direito a ''prêmio de consolação''. 

Na verdade, esse filme está bem longe de um final feliz. 

A má fase do Botafogo segue fora de campo, com uma dívida milionária.

R$ 404,9 milhões em dívidas

O clube carioca possui uma dívida de R$ 404,9 milhões e, como parte do plano de reestruturação para 2024, protocolou pedido de recuperação extrajudicial para quitar as dívidas cíveis.

Entre os maiores credores do Botafogo, estão a Vale (VALE3), a Telefônica Brasil (VIVT3), a TAM e a Novonor. Se o plano de quitação for homologado pelo tribunal, ficarão suspensas todas as execuções movidas contra o clube. 

O segundo rebaixamento

Fora da esfera futebolística, a Oi (OIBR3) também protagonizou uma “virada”. Após reacender a esperança em muitos investidores, a empresa foi rebaixada novamente para a  recuperação judicial (RJ).

Em 15 de dezembro de 2022 foi decretado o fim da primeira recuperação judicial da Oi, indicando que a reestruturação da empresa estava no caminho certo.

Mas a virada veio pouco tempo depois. A crise do mercado de crédito e os juros elevados fizeram a telecom entrar novamente em recuperação judicial em março de 2023.

O pior já passou para OIBR3?

Apesar de reportar alguma evolução operacional, principalmente com a expansão da fibra no varejo, a Oi continua queimando muito caixa.

A telecom não tem capacidade de conciliar os custos, despesas e os investimentos em expansão dos novos negócios com o pagamento de juros e dívida. Dívida essa que, atualmente, está em torno de R$ 25 bilhões.

Queimando caixa em meio a um cenário de juros elevados e crédito escasso, a companhia precisou novamente entrar em RJ.

Fonte: Bloomberg

Ações da Oi em 2024

Para o próximo ano (2024), a Oi ainda vai continuar queimando caixa, mesmo em meio ao ciclo de queda dos juros.

Com a expectativa de resultados negativos ano que vem e uma dívida praticamente impagável, a Oi deverá vender ativos como a ClientCo (negócio B2C de prestação de serviços de fibra para varejo e empresarial) e os 31% da participação da V.tal (infraestrutura de fibra).

É importante ressaltar que ambos os ativos são relevantes para a companhia, seja pela receita e margem ou pela vantagem competitiva que proporcionam. 

Apesar da possibilidade de redução de parte da dívida com a venda de ativos, os desafios da Nova Oi continuam. As margens baixas e o capital intensivo do seu negócio de fibra não proporcionam visibilidade de crescimento no longo prazo.

Sem visibilidade de resultados, reiteramos nossa recomendação de venda para OIBR3.

Já para o Botafogo, vemos que a recuperação extrajudicial é um dispositivo que, além de proteger as finanças do clube no curto prazo, pode contribuir para a equalização das suas dívidas.

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