Nova Bolsa de valores do Rio de Janeiro: entenda detalhes da novidade

Você já conhece a nova Bolsa de Valores do Rio de Janeiro? Entenda detalhes sobre a nova bolsa que deve competir com a B3.

Nord Research 22/07/2024 09:25 7 min Atualizado em: 22/07/2024 11:04
Nova Bolsa de valores do Rio de Janeiro: entenda detalhes da novidade

Após mais de 20 anos, o Rio de Janeiro voltará a ter uma Bolsa de Valores, marcando um importante momento de revitalização econômica. Anunciada no início de julho pelo prefeito Eduardo Paes e pelo CEO do Americas Trading Group (ATG), a nova bolsa está prevista para iniciar suas operações no segundo semestre de 2025.

Acompanhe abaixo e entenda os detalhes que já sabemos sobre a nova Bolsa de valores do Rio de Janeiro. 

A história da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) foi a segunda criada no Brasil, inaugurada em 14 de julho de 1820. Inicialmente, ela negociava mercadorias, gado, seguros e fretes de navio. No século XX, seus principais ativos passaram a ser ações, debêntures e letras hipotecárias.

A Era de Ouro da BVRJ foi entre as décadas de 1960 e 1970, durante a Ditadura Militar e o "Milagre Econômico" do Brasil, quando o número de empresas listadas e o volume de negociações aumentaram muito. 

Quando acabou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro?

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) encerrou suas operações independentes em 2002. Nas décadas de 1980 e 1990, ela foi afetada por altas taxas de inflação e crises financeiras, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ganhou destaque.

Além disso, em 1989, uma crise causada especialmente por Naji Nahas, um empresário que manipulava os preços das ações por meio de empréstimos volumosos e operações fraudulentas, acabou com a suspensão das negociações e na perda de credibilidade da BVRJ. Após esse episódio, a bolsa carioca nunca se recuperou. 

A fusão com a Bovespa em 2002 consolidou o mercado de capitais brasileiro e marcou o fim das atividades independentes da BVRJ.

O que é a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro?

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, agora chamada ATS (American Trading Service), é uma nova instituição financeira que será criada na cidade após mais de 20 anos sem uma bolsa local. 

Para viabilizar o retorno da bolsa, o prefeito Eduardo Paes sancionou o projeto de lei (Projeto de Lei 3276/2024) que cria incentivos para a instalação de uma nova Bolsa e afirmou que as operações devem começar até o segundo semestre de 2025. 

A nova lei reduz para 2% o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) aplicado nas atividades de bolsas de valores, mercadorias e futuros, assim como nas atividades de empresas envolvidas na negociação, liquidação e custódia de ativos financeiros. A Câmara Municipal aprovou este projeto de lei no dia 25 de junho de 2024, com 37 votos a favor e 5 contra.

Essa medida visa tornar o Rio uma opção competitiva frente a São Paulo, que atualmente cobra 3% de ISS.

Principais negociações e atividades da nova bolsa

  • Ações
  • Derivativos de ações;
  • Títulos de renda fixa;
  • Títulos públicos federais;
  • Derivativos financeiros;
  • Moedas à vista;
  • Commodities agropecuárias.

Além disso, a expectativa é que a nova bolsa negocie as mesmas ações da B3, incluindo importantes blue chips brasileiras como Vale e Petrobras. Mas, é importante lembrar que o sucesso depende da mobilização das empresas do setor e da aceitação do mercado em suportar duas bolsas de valores no país.

Quais os objetivos de criar uma nova Bolsa no Rio de Janeiro?

A criação de uma nova Bolsa de Valores no Rio de Janeiro, simboliza a retomada da economia da cidade. O mercado financeiro já é um setor vital para a economia carioca, sendo o quarto maior pagador de ISS na cidade e empregando quase 70 mil pessoas. A nova Bolsa irá ampliar esse impacto, atraindo mais investidores.

A bolsa de valores no Rio de Janeiro promete estimular a economia da cidade. 

Além disso, Claudio Pracownik, CEO do Americas Trading Group (ATG), explicou que a nova Bolsa é um sinal de maturidade do mercado de capitais brasileiro e contribui para a imagem positiva do país entre investidores internacionais. A competição entre Bolsas é benéfica, por promover eficiência, redução de riscos e inovação em produtos financeiros.

Sendo assim, a expectativa é que a nova Bolsa atraia mais investimentos tanto para o Rio de Janeiro quanto para o Brasil todo.

Quais os impactos da nova Bolsa do Rio de Janeiro?

  • Criação de novos empregos no setor financeiro;
  • Maior atração de investidores nacionais e internacionais;
  • Diminuição dos custos de listagem e negociação para as empresas, tornando o mercado mais acessível;
  • Maior arrecadação de ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) para o município, contribuindo para as finanças públicas;
  • Estímulo ao desenvolvimento econômico;
  • Facilitação da criação de novos produtos financeiros e serviços;
  • Reforço da posição do Rio de Janeiro como um importante centro financeiro e de negócios no Brasil e na América Latina.

A Bolsa do Rio de Janeiro irá competir com a B3?

Sim, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro irá competir com a B3. Claudio Pracownik, presidente da ATG, afirmou que o objetivo é quebrar o monopólio da B3 no Brasil

Além disso, a B3 resistiu à criação da nova bolsa, não autorizando o uso do seu serviço de compensação e liquidação de ordens eletrônicas, o que levou à criação de um novo sistema com apoio financeiro do fundo Mubadala Capital, de Abu Dhabi.

A nova bolsa também terá um imposto competitivo semelhante ao de São Paulo para tornar o Rio de Janeiro mais atraente. Ela negociará ações, derivados, câmbio, commodities e será a primeira Bolsa Brasileira de Crédito de Carbono.

Quais investidores devem optar pela bolsa no Rio de Janeiro? 

Todo investidor interessado poderá investir na bolsa do Rio de Janeiro. Inicialmente, o público-alvo serão os pequenos investidores que podem achar a B3 inacessível, além daqueles com grandes volumes de negociações que desejam comparar preços e serviços. 

Ainda não se sabe qual será o tamanho do mercado e os custos nas negociações.

Em que fase está a criação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro?

A criação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro aguardando as autorizações necessárias do Banco Central (BC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

Além disso, o prefeito garantiu que não repetirá os erros do passado que levaram ao fechamento da antiga bolsa, fechada em 2002. 

Onde será instalada a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro?

A localização exata da nova Bolsa de Valores do Rio de Janeiro ainda não foi definida. Entretanto, as opções mais consideradas para a instalação são no centro da cidade ou no bairro do Leblon, localizado na Zona Sul.

O prédio onde funcionava a antiga bolsa, na Praça 15 de Novembro, no centro da cidade, foi descartado como sede para a nova instituição.

O mercado financeiro no Rio de Janeiro

O mercado financeiro no Rio de Janeiro é importante para a criação da nova bolsa de valores. Isso porque, o setor foi o quarto maior pagador de ISS entre 2021 e 2023, contribuindo com R$ 1,5 bilhão, representando 9,1% da arrecadação total da cidade. 

Ainda, o setor emprega 68,5 mil pessoas, cerca de 3,7% da força de trabalho carioca, e gerou 2,7 mil novos empregos nesse período. 

O Rio também abriga mais de quatro mil fundos, representando 17,6% do total nacional, e gerencia R$ 2,2 trilhões em patrimônio, que corresponde a 34% dos investimentos do país. Com 1,1 milhão de investidores, reúne 22,6% dos cotistas e 20,4% das gestoras de fundos do Brasil. 

Quer receber atualizações sobre a criação da nova Bolsa de Valores no Rio de Janeiro? Acompanhe o blog da Nord Research e fique por dentro de novidades sobre o assunto. 

Perguntas frequentes

O que é a nova Bolsa de Valores do Rio de Janeiro?

É a ATS (American Trading Service), uma nova bolsa que será criada no Rio de Janeiro após mais de 20 anos sem uma bolsa local. As operações devem começar no segundo semestre de 2025.

Quais são as principais atividades da nova bolsa?

Ela negociará ações, derivativos de ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, derivativos financeiros, moedas à vista e commodities agropecuárias.

Quem pode investir na nova Bolsa do Rio de Janeiro?

Qualquer pessoa pode investir, desde pequenos investidores que acham a B3 inacessível até aqueles que desejam comparar preços e serviços. Mas, ainda não se sabe o que será negociado e o tamanho do mercado.

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