Como usar o benchmark para investir melhor?

Descubra como os benchmarks impulsionam estratégias de investimento, alinhando objetivos financeiros e analisando o desempenho de ativos e fundos.

Nord Research 15/09/2024 09:36 9 min Atualizado em: 15/09/2024 11:42
Como usar o benchmark para investir melhor?

Os benchmarks funcionam como guias estratégicos para aprimorar sua carteira de investimentos, alinhando-se aos objetivos financeiros dos investidores. 

Para começar a investir, é crucial considerar alguns fatores. Além de avaliar seu perfil como investidor e suas metas financeiras, é fundamental examinar o desempenho dos ativos, aplicações ou fundos de investimento. Uma maneira eficaz de realizar a análise  dos investimentos é por meio da utilização de benchmarks ou índices de referência.

Em resumo, benchmarks são amplamente utilizados no mercado financeiro e são essenciais na tomada de decisões dos investidores. Isso ocorre porque ter um índice como padrão comparativo auxilia na avaliação dos ativos disponíveis no mercado e do portfólio de investimentos.

Neste artigo, discutiremos mais sobre esse tópico, mostrando como você pode empregar benchmarks tanto na renda fixa, quanto na variável. Para saber mais, continue a leitura!

Sumário

O que é benchmark?

O benchmark nada mais é que um índice de referência. Um indicador amplamente utilizado como referência para a análise de desempenho de um ativo, aplicação ou fundo de investimento. Este índice serve como uma espécie de "ponto de comparação", permitindo aos investidores avaliar a rentabilidade de suas aplicações em relação a um padrão previamente definido, como a taxa básica de juros (Selic), o índice Ibovespa, ou outro índice relevante.

Utilizar um benchmark é essencial para medir a performance de um investimento de forma objetiva. Ao comparar o rendimento de um ativo com o benchmark escolhido, os investidores podem determinar se o desempenho foi satisfatório, abaixo ou acima do esperado. Por exemplo, se um fundo de ações teve um retorno de 10% em um ano, mas o benchmark (digamos, o índice Ibovespa) subiu 15% no mesmo período, o fundo ficou abaixo do desempenho do mercado.

Principais índices de referência benchmark

CDI (Certificado de Depósito Interbancário)

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é uma taxa que reflete a média dos juros cobrados nos empréstimos entre bancos no Brasil. Ele é amplamente usado como referência para medir a rentabilidade de investimentos de renda fixa, dada sua grande proximidade à taxa básica de juros brasileira, a Selic.

Investimentos como CDBs e LCIs costumam ter rendimentos atrelados ao CDI. Por exemplo, um CDB que rende "110% do CDI" significa que ele renderá 10% a mais do que a taxa do CDI. Isso facilita a comparação entre diferentes produtos financeiros.

Gestores de fundos de investimento também utilizam o CDI para avaliar o desempenho de suas carteiras. Se um fundo (multimercado, por exemplo) rende acima do CDI, é considerado que ele teve um bom desempenho. Se rende abaixo, o desempenho é considerado insatisfatório.

O CDI é uma referência transparente e confiável, pois é amplamente divulgado e reflete a realidade do mercado financeiro. Além disso, usar o CDI como benchmark simplifica a comparação de rentabilidade entre diferentes investimentos.

Ibovespa

O Ibovespa é o principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, composto pelas ações das empresas mais negociadas. Ele serve como um importante benchmark para avaliar o desempenho de investimentos em ações no mercado brasileiro. Utilizar o Ibovespa como referência ajuda investidores a medir se seus portfólios de ações estão rendendo mais ou menos que a média do mercado. Por exemplo, um fundo de investimento que supera o Ibovespa é considerado eficiente, pois obteve retornos acima da média das principais ações brasileiras.

Entretanto, usar o Ibovespa como benchmark também apresenta desvantagens. O índice pode ser bastante volátil devido à concentração em setores específicos, como commodities e bancos, o que pode não refletir a diversificação de um portfólio individual. Além disso, a composição do Ibovespa é revisada periodicamente, o que pode introduzir variações que não representam fielmente o desempenho contínuo do mercado como um todo.

IBrX (Índice Brasil)

O IBRX (Índice Brasil 100) é um índice da Bolsa de Valores do Brasil que reflete o desempenho das 100 ações mais negociadas, considerando tanto liquidez quanto volume. Ele é frequentemente usado como benchmark para avaliar investimentos em ações devido à sua maior abrangência em comparação com o Ibovespa. Enquanto o Ibovespa inclui as ações das empresas mais negociadas, o IBRX oferece uma visão mais diversificada do mercado brasileiro, incluindo um número maior de empresas de diferentes setores.

A principal vantagem do IBRX sobre o Ibovespa é justamente essa maior diversificação. Ao incluir um número maior de empresas, o IBRX proporciona uma representação mais ampla e equilibrada do mercado de ações brasileiro, o que pode resultar em uma menor volatilidade e um risco reduzido para os investidores. Isso faz do IBRX um benchmark atrativo para aqueles que buscam um panorama mais abrangente e diversificado do mercado de ações no Brasil.

SMLL (Small Cap)

O SMLL (Índice Small Cap) é um índice da Bolsa de Valores do Brasil que reflete o desempenho das empresas de menor capitalização listadas na B3. Ele é usado como benchmark para avaliar investimentos em ações de pequenas empresas, que muitas vezes possuem maior potencial de crescimento comparado às grandes corporações. Utilizar o SMLL como referência permite aos investidores medir se seus portfólios de ações de pequenas empresas estão superando ou não a média do mercado neste segmento específico. A principal vantagem do SMLL é sua capacidade de capturar o dinamismo e as oportunidades de crescimento das small caps, oferecendo uma alternativa atrativa para aqueles que buscam diversificação e exposição a empresas emergentes com alto potencial de valorização.

IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários)

O IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) é um índice da Bolsa de Valores do Brasil que mede o desempenho dos principais fundos imobiliários negociados na B3. Ele serve como benchmark para investidores que desejam avaliar a performance de seus investimentos em fundos imobiliários, proporcionando uma referência clara sobre a evolução do mercado imobiliário no Brasil. Utilizar o IFIX como parâmetro ajuda os investidores a comparar seus retornos individuais com o comportamento geral dos fundos imobiliários, facilitando a tomada de decisões estratégicas no setor.

S&P 500

Esse é um dos índices de mercado mais conhecidos, sendo amplamente utilizado nos Estados Unidos. Um ponto importante é que ele é produzido pela empresa de análise financeira Standard & Poor's (S&P) e representa o desempenho de 500 grandes empresas de capital aberto listadas nas bolsas de valores americanas.

Muitos investidores usam o S&P 500 como referência para comparar o retorno de investimentos, analisar tendências de mercado e tomar decisões a respeito de seus ativos.

Portanto, os índices de referência desempenham um papel fundamental no mundo dos investimentos, proporcionando um padrão pelo qual se pode avaliar o desempenho de ativos, carteiras e mercados financeiros. Eles são cruciais para investidores e gestores de portfólio, fornecendo parâmetros objetivos para análise e tomada de decisão.

Quais benchmarks utilizar na renda fixa e variável?

Na renda fixa (RF) e na renda variável (RV), é importante utilizar benchmarks apropriados para avaliar o desempenho dos investimentos.

Renda Fixa (RF)

  • CDI (Certificado de Depósito Interbancário): Utilizado para medir a rentabilidade de produtos de renda fixa como CDBs, LCIs, LCAs e fundos DI. É a taxa média dos empréstimos entre bancos e é amplamente utilizado devido à sua relevância no mercado financeiro brasileiro.
  • IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): Usado como benchmark para investimentos que buscam proteção contra a inflação, como títulos públicos (Tesouro IPCA+) e fundos de inflação. Ele mede a variação dos preços ao consumidor e é o principal indicador de inflação no Brasil.
  • SELIC: A taxa básica de juros da economia brasileira, usada como referência para diversos títulos públicos e privados. É especialmente relevante para investimentos em títulos do Tesouro Direto, como o Tesouro SELIC.

Renda Variável (RV)

  • Ibovespa: O principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, composto pelas ações das empresas mais negociadas. Serve como referência para avaliar a performance de carteiras de ações e fundos de ações que investem em grandes empresas brasileiras.
  • IBRX 100 (Índice Brasil 100): Reflete o desempenho das 100 ações mais negociadas na B3, oferecendo uma visão mais abrangente e diversificada do mercado de ações brasileiro em comparação ao Ibovespa.
  • SMLL (Índice Small Cap): Mede o desempenho das ações de empresas de menor capitalização, sendo ideal para avaliar investimentos em small caps, que possuem maior potencial de crescimento.
  • IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários): Reflete o desempenho dos principais fundos imobiliários negociados na B3, sendo utilizado como benchmark para investimentos em fundos imobiliários.

Utilizar benchmarks apropriados permite aos investidores comparar a performance de seus investimentos com o mercado, ajudando na avaliação de estratégias e na tomada de decisões informadas.

Guia Prático: Usando Benchmarks Defina seus objetivos

Antes de selecionar seu benchmark, defina quais são seus objetivos de investimentos. Caso você esteja procurando um ativo de renda fixa, procure por um índice como o CDI, por exemplo. Já para as ações, o mais apropriado é utilizar o Ibovespa ou o S&P 500. Para portfólios diversificados no Brasil, recomendamos o CDI como Benchmark mais adequado, dada sua característica como taxa livre de risco local.

Monitore o desempenho

Acompanhe de maneira regular o desempenho do seu portfólio em comparação com o benchmark escolhido. Isso ajudará a identificar o andamento da sua alocação e capacidade de escolha de ativos a longo prazo.

Rebalanceamento

Caso seu portfólio esteja muito desalinhado com o benchmark, pode ser necessário fazer ajustes. Assim, o rebalanceamento regular ajuda a manter a conformidade com os seus objetivos.

Conheça as limitações

Lembre-se de que benchmarks têm limitações e podem não representar perfeitamente o seu perfil de investimento. Por isso, é importante compreender as diferenças e ajustar sua estratégia conforme necessário.

Considere o longo prazo

Evite tomar decisões de investimento baseadas em variações de curto prazo. O desempenho de curto prazo pode ser volátil, mas o foco no longo prazo é fundamental.

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Resumindo

O que é benchmark no investimento?

Trata-se de uma ferramenta utilizada como referência no mercado. Seu intuito é fazer uma avaliação do desempenho de uma aplicação

Qual benchmark devo usar?

Isso vai depender do tipo de ativo a ser analisado, por exemplo: para as ações, uma boa escolha seria utilizar o Ibovespa. Já para ativos de renda fixa, o CDI é uma boa opção.

Qual a importância do Benchmark?

Os benchmarks são ferramentas importantes para os investidores, permitindo uma avaliação precisa do desempenho de seus investimentos e a tomada de decisões mais informadas. Ao utilizar benchmarks de forma estratégica, você pode aprimorar a gestão de sua carteira, maximizar seus retornos e reduzir o risco.

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