Bear Market: como investir em momentos de queda na Bolsa

O Bear Market pode ser interessante para investir em ativos com potencial de recuperação no futuro. Para isso é importante avaliar as oportunidades.

Nord Research 27/07/2023 14:52 8 min
Bear Market: como investir em momentos de queda na Bolsa

Aproveitar o período de Bear Market para a compra de ativos em baixa pode render bons rendimentos no futuro. Saiba mais neste post.

As oscilações na Bolsa de Valores são o termômetro das decisões dos investidores e sua disposição para correr mais ou menos riscos. Um cenário ruim, como o Bear Market, que representa a queda no preço dos ativos, faz com que muitos recuem em suas estratégias.

Esse comportamento do mercado financeiro influencia na composição da carteira e impacta os resultados para a maioria dos investidores. Diante da perda significativa de valor e rentabilidade, é preciso entender por que as ações entram em declínio e aprender a lidar com as consequências.

Neste artigo, conheça a fundo o termo Bear Market, como funciona esse fenômeno e quais são suas causas. Continue lendo e veja como identificar o momento de baixa e quais estratégias usar durante o período!

Sumário

O que é Bear Market?

O Bear Market é um período onde há tendência estendida de queda no preço de determinados ativos como ações, fundos de índice, BDRs e fundos imobiliários. Enquanto ocorre a redução do valor de mercado das organizações participantes da Bolsa de Valores, aumenta o medo de se arriscar por parte dos investidores, o que diminuir o volume de negociações.

Na tradução livre, Bear Market significa “Mercado do Urso”, mas a compreensão literal da expressão não é elucidativa. O termo tem uma conotação metafórica, fazendo alusão ao modo de ataque dos ursos às suas presas. O golpe de cima para baixo é semelhante à involução dos gráficos financeiros no momento em que ocorre a queda no mercado de ações.

Como funciona o Bear Market?

Com a tendência de baixa, os investidores começam a vender suas ações no intuito de evitar prejuízos, o que gera um “efeito bola de neve”. Assim, a queda dos preços é inevitável, gerando um cenário de pequeno caos e medo generalizado em relação à carteira de investimentos.

O fenômeno pode impactar amplamente o mercado, com crise em diversos setores e redução de empregos, pausa nos projetos de expansão empresarial, além de reflexo no PIB do país. Por outro lado, as taxas de juros se elevam, comprometendo as finanças das empresas e, consequentemente, da população.

O que causa o Bear Market?

As causas do Bear Market, geralmente, estão ligadas a uma onda de pessimismo que afeta os investidores em função de algum acontecimento de impacto sobre a avaliação do mercado. Esses motivadores podem ser crises políticas e econômicas, por exemplo.

Com o mercado em baixa, diversos fatores de causa e efeito contribuem para um período prolongado de recessão:

  • pessimismo crescente dos investidores em relação aos ativos da Bolsa de Valores;
  • o baixo crescimento da economia influencia o desempenho de vendas das empresas;
  • indicadores financeiros desestimuladores com dados pouco positivos sobre inflação, desemprego, PIB, recuperação econômica;
  • os grandes setores da economia tendem a entrar em crise, afetar as empresas vinculadas, desencadeando queda nas cotações;
  • o aumento das taxas básicas de juros estimulam a preferência e migração para os ativos de renda fixa, considerados investimentos de baixo risco;
  • possíveis ciclos prolongados de baixa das principais commodities podem impactar as ações diretamente ligadas;
  • o interesse de vendas dos ativos de renda variável se torna maior do que o de compra;
  • as empresas prestes a lançar suas ações no mercado podem adiar os planos, o que reduz o número de IPOs;
  • com receio de perdas, os investidores internacionais entram em retirada ou desistem de investir na Bolsa de Valores do país.

Como identificar o período?

A queda de mais de 20% comparado à alta anterior estabelecida por dois meses ou mais é um sinal de alerta e existência do Bear Market. As tentativas frustradas de reversão, diante de um período autônomo, faz com que os investidores tentem se desfazer rápido dos ativos.

Como nem todo movimento de baixa pode ser considerado um exemplar desse fenômeno, é preciso atentar para as ocorrências e combinação de fatores. De modo geral, a redução de preços se dá de forma geral para a maioria dos grupos de ativos de renda variável.

Quanto tempo dura o Bear Market?

O período de Bear Market pode durar meses ou até anos, considerando que está condicionado a eventos diversos e por vezes independentes. Há registros mundiais de diferentes momentos, com duração variada, ou seja, não há resposta certa sobre o tempo de vigência desse fenômeno.

Qual a diferença para Bull Market?

O Bull Market é o fenômeno oposto ao Bear Market, ou seja, se trata do momento quando ativos de um determinado grupo vivem uma tendência de valorização generalizada. Ele é motivado, usualmente, por uma onda de otimismo dos investidores que aumenta a demanda pelas aplicações em questão.

Na tradução livre, o termo quer dizer “Mercado do Touro”. Da mesma forma que o “Mercado do Urso”, a expressão tem caráter metafórico, fazendo referência ao tipo de ataque dos animais. O touro, neste caso, costuma fazer o movimento com os chifres de baixo para cima, o que simboliza os gráficos de ascensão dos preços.

A imponente figura do The Charging Bull ou Touro de Wall Street, em Nova Iorque, cidade dos Estados Unidos, representa o fenômeno do mercado otimista.

Durante o Bull Market, o mercado apresenta resultados mais encorajadores – as empresas mostram desempenho superior, gerando mais receita e empregos, o PIB é elevado e há redução das taxas de juros.

Essas duas expressões também dão origem a outros termos frequentemente utilizados no mercado financeiro. O bearish retrata o comportamento dos vendedores diante das tendências de baixa e o bullish demonstra o poder de compra em meio às tendências de alta.

Quais estratégias de investimento durante o Bear Market?

O primeiro passo para lidar com o Bear Market é manter a calma e ter paciência, pois o pessimismo e desespero podem levar a decisões precipitadas. É preciso analisar a situação e estabelecer um ponto de vista positivo, mesmo que em meio a um contexto desfavorável.

Pode ser que o investidor encontre uma solução imediata ou oportunidade futura, por isso, a importância de avaliar com frieza a relação entre perdas e ganhos. Como não há previsibilidade sobre a duração do Bear Market, as decisões devem ser tomadas de modo criterioso.

Com base na opinião de especialistas e em dados e relatórios confiáveis é possível criar estratégias para enfrentar e superar o momento difícil. Entre as medidas adotadas convencionalmente, é possível citar algumas como:

  • diversificação da carteira de investimentos – escolha de diferentes setores, mercados e tipos de ativos;
  • análise do potencial de valor das empresas no longo prazo – mesmo que as ações se desvalorizem momentaneamente, pode ser que o negócio não sofra impacto, demonstrando maior poder de recuperação ao término do Bear Market;
  • uso das estratégias de hedge – mais do que obter lucros, é preciso evitar as perdas nesse período a partir de táticas de proteção do patrimônio;
  • compra de ativos por preço menores – a aquisição de ativos com preço baixo, mas com potencial de recuperação, pode render bons resultados no futuro.

Vale dizer que as estratégias e decisões dependem não só de análises, mas dos objetivos e disponibilidade do investidor. O momento é delicado e requer avaliações racionais e experiência para não se deixar levar pelas emoções e perder dinheiro em manobras infundadas.

Acompanhar o desempenho do PIB, bem como a variação nas taxas de juros, pode revelar sinais de como anda o mercado financeiro. Entre análises fundamentalistas e técnicas é essencial levar em conta a realidade apresentada nos indicadores e relatórios.

Em sua maioria, os números são levantados e apontados por profissionais com elevado nível de conhecimento. Buscar informações em fontes seguras, assim como contar com o suporte desses especialistas, pode minimizar os impactos no portfólio e evitar grandes prejuízos.

Ter a ciência de que o Bear Market é momentâneo, ainda que demorado, ajuda atravessar o período com mais tranquilidade. Perder para ganhar pode ser a chave da superação e sucesso em meio a um cenário que parece devastador, mas que deve ser enxergado como uma tempestade de areia de passagem pelo deserto.

Gostou do post? Então aproveite para ler mais um artigo, dessa vez para aprofundar o conhecimento sobre o Bull Market e saber aproveitar o momento de alta na Bolsa de Valores!

Resumindo

O que caracteriza um Bear Market?

Um Bear Market é caracterizado pela tendência de queda massiva e prolongada dos ativos de uma determinada esfera do mercado. Ele costuma ser motivado por uma onda de pessimismo que, por sua vez, pode ter origens diversas como crises políticas, econômicas, mudanças na política monetária de um país, entre outros aspectos.

O que são touro e urso no mercado?

As figuras do touro e do urso são utilizadas para simbolizar as tendências do mercado. O touro representa o otimismo, com a valorização dos preços de ativos. Essa simbologia se baseia no fato de ele atacar suas presas de baixo para cima, movimento semelhante a um gráfico ascendente. O urso já expressa a ideia contrária, o pessimismo e a queda de preços, uma vez que ele ataca de cima para baixo e, na mesma lógica, representa um gráfico descendente.

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