BBAS3 vale a pena após o resultado do 1T24?
O Banco do Brasil (BBAS3) reportou resultados em linha com o consenso do mercado, com um lucro líquido de R$ 9,3 bilhões no 1T24, uma alta anual de +8,8% e um ROE de 21,7% ante 21% no mesmo período do ano anterior. Ao retirarmos os itens extraordinários, o lucro líquido fica em R$ 8,7 bilhões, uma alta de +7% na comparação anual.
Outros destaques
Os destaques do 1T24 foram o crescimento da margem financeira da companhia, apesar da elevação de provisões (PCLD).
O crescimento de +12,3% na margem financeira líquida foi impulsionado pelo crescimento de volume nas operações de crédito (+6,2%) e na tesouraria (+18,6%), apesar de terem um percentual menor de participação nos resultados, as operações de tesouraria, como hedge, derivativos, câmbio, entre outros, apresentaram um bom crescimento no trimestre.
Aliado a isso, o Banco do Brasil apresentou queda nas despesas financeiras (-3,3%), o que contribuiu para o crescimento do resultado líquido de despesas.
As despesas com provisão apresentaram um crescimento de +45,9% na comparação anual, devido ao aumento significativo no risco de crédito (+141,1%) devido à mudança de perfil no segmento large corporate, além de uma proteção da companhia vislumbrando uma piora no segmento do agro.
A receita de prestação de serviços, o segmento mais rentável e resiliente do banco, cresceu +2,6% em função do crescimento em seguros, previdência e capitalização (+11,5%) e da administração de fundos (+5,8%). Os resultados compensaram a queda de serviços de conta-corrente (-1,3%).
A carteira de crédito cresceu +10,2% com a contribuição do crescimento de suas três maiores carteiras: pessoa física (+5,8%), empresas (+8,5%) e agronegócio (+15,5%), com inadimplência acima de 90 dias em 3,20% ante 3,30% no 1T24.
Com a composição de crescimento mencionada nos resultados acima, o lucro líquido do Banco do Brasil totalizou R$ 9,3 bilhões no 1T24, +8,8% maior em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (1T23), devido ao forte aumento de provisões.
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O que esperar do Banco do Brasil?
O aumento repentino de provisões do banco indica que o mercado pode piorar e a concentração da companhia no setor agro, que costuma ser uma grande vantagem competitiva pela estabilidade e crescimento, além das carteiras consignado pessoa física, é um sinal amarelo.
Nas projeções da companhia, podemos esperar que o Banco do Brasil mantenha o crescimento acelerado nas carteiras de crédito, o que pode significar mais provisões ao longo do ano, o que resultará em um lucro líquido menor.
Consideramos prudente e conservador que o BB esteja tomando mais risco em crédito e se blindando de possíveis consequências negativas, mas sabemos que isso impactará os seus resultados por um tempo.
A 5x lucros, acreditamos que BBAS3 é uma ótima oportunidade e ficaremos de olho. No entanto, diante de toda essa movimentação de provisão e de exposição ao risco, ficamos de fora das ações da companhia.
Proventos do Banco do Brasil
O dividend yield atual do Banco do Brasil é de 8,2% nos últimos 12 meses. O banco anunciou R$ 940,587 milhões, ou R$ 0,165 por ação, relativos a dividendos complementares e R$ 1,673 bilhão em JCP complementar, ou R$ 0,293 por ação, aprovados na reunião de 7 de maio de 2024. O valor total é de cerca de R$ 2,61 bilhão.
Os valores serão pagos em 21 de junho de 2024, tendo como base a posição acionária de 11 de junho. As ações negociadas “ex” a partir de 12 de junho.
Sobre o Banco do Brasil
O Banco do Brasil oferece produtos e serviços bancários para pessoas físicas, jurídicas e setores públicos no Brasil e no exterior. A empresa atua nos segmentos Bancário, Investimentos, Administração de Fundos, Seguros (Seguros, Previdência e Capitalização), Meios de Pagamento e outros. O segmento bancário oferece diversos produtos e serviços, incluindo depósitos, empréstimos e outros serviços para os mercados de varejo, atacado e setor público, bem como para microempreendedores.
Como faço para comprar ações do Banco do Brasil?
Para investir nas ações do Banco do Brasil é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker BBAS3.
No momento, não há recomendação de compra para Banco do Brasil nas carteiras da Nord Research.