Selic sobe para 14,25% e Banco Central projeta novo aumento em maio
Próxima alta da Selic, em maio, pode ser de 0,50 p.p.; investimentos em renda fixa oferecem retornos ainda mais atrativos para os investidores

O Banco Central (BC) decidiu por uma nova alta de 1 ponto percentual na Selic, para 14,25% ao ano. Essa decisão já havia sido antecipada na reunião de janeiro e, portanto, era amplamente esperada pelo mercado. Assim, o foco estava nas possíveis novidades que o comunicado poderia trazer sobre as próximas reuniões.
Tarifas de Trump nos EUA
No comunicado, o Banco Central iniciou mencionando as incertezas sobre a economia dos Estados Unidos, ressaltando a dúvida em relação às tarifas de importação e seus efeitos, que geram questionamentos sobre a dinâmica da taxa básica de juros na maior economia do mundo.
O Copom acertou em trazer esse ponto, afinal, essas incertezas em relação à política comercial de Donald Trump vêm impactando os preços dos ativos, diante de um possível cenário de desaceleração mais abrupta da atividade. Se os preços dos ativos americanos respondem a essa incerteza, consequentemente os países emergentes devem ficar atentos.
Vale destacar que, em meio à discussão sobre uma possível recessão americana, não vemos isso acontecendo, apesar de ser necessário um monitoramento.
Inflação pressionada no Brasil
No cenário doméstico, o BC destacou que a atividade econômica e o mercado de trabalho seguem aquecidos, embora apresentem sinais de moderação.
Quanto a esses sinais, vemos um movimento ainda tímido. Eis alguns exemplos: a taxa de desemprego está em 6,6% (com ajuste sazonal), uma das menores da história, além de contar com um forte crescimento da massa salarial real.
O último Caged (outro indicador do mercado de trabalho, além da Pnad) mostrou a geração de 137 mil novas vagas formais em janeiro, bem acima das expectativas de 71 mil. Já o último IBC-Br (calculado pelo Banco Central e que leva em consideração dados de serviços, indústria e varejo) subiu 0,89% em janeiro, bem acima das expectativas de +0,30%.
Ou seja, a atividade doméstica ainda está forte e com performance acima do nível potencial, gerando pressões inflacionárias. Apesar disso, devemos ver uma desaceleração ao longo do ano.
Em relação à inflação, a projeção do BC para o terceiro trimestre de 2026, que é o atual horizonte relevante para a política monetária, caiu ligeiramente, de 4,0% para 3,9%. Apesar da pequena queda, ainda é um patamar acima da meta de 3,0%.
As projeções do Relatório Focus também mudaram desde a última reunião, mas para a outra direção. As estimativas, que estavam em 5,5% para 2025 e 4,2% para 2026, aumentaram para 5,7% e 4,5%, respectivamente. Além disso, as projeções para 2027 e 2028 subiram de 3,90% e 3,73% para 4,00% e 3,78% (mudanças mais modestas, mas que chamam atenção, considerando o prazo mais longo).
Quando olhamos para a inflação, ainda vemos um cenário desafiador. A média dos últimos três meses do núcleo da inflação está em 5,6% (anualizado), enquanto serviços subjacentes (a parte mais importante de serviços para a inflação) estão em 7,6%. Assim, precisamos ver dados consistentemente mais fracos para vislumbrar o BC alcançando a meta de 3,0%.

A decisão do Copom e novo aumento em maio
Finalmente, o BC aborda sua decisão de aumentar a Selic em 1 ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano. Li essa parte rapidamente, pois meu foco estava na seção sobre as próximas reuniões. Será que deu alguma sinalização?
Deu.
Para a próxima decisão, que acontece em 7 de maio, a autoridade monetária antecipou uma nova alta da Selic, mas em menor magnitude. Se é em menor magnitude, pode ser 0,25, 0,50 ou 0,75 p.p. Para não ficar essa dúvida, já adianto: o BC deve aumentar a Selic em 0,50 p.p. na próxima reunião.
Quanto às demais reuniões, paira uma grande dúvida, uma vez que o BC não se comprometeu com novos movimentos.
Até onde vai a taxa Selic?
No momento em que escrevo esse texto (22h do dia 19 de março, após a decisão), a curva de juros do mercado precifica uma maior probabilidade de alta de 0,25 p.p. na reunião de junho (além da alta de 0,50 p.p. em maio), o que levaria a Selic para 15% ao ano, e as altas parariam por aí.
Agora a pergunta que faço é: uma Selic de 15% a.a é suficiente para levar a inflação para 3,00%? Parece-me que não. Para alcançar a meta, teríamos que ver uma taxa mais próxima de 18%.
O BC está disposto a elevar a Selic para 18% a.a? Também me parece que não.
Ou seja, se o BC não está disposto a subir para 18%, pelo menos teríamos que ver a Selic de 15% inalterada por um tempo, até vermos os dados convergindo em direção à meta.
Como investir agora?
Agora, parte da nossa equipe continua monitorando de perto o cenário e os preços dos ativos, que atualmente apresentam oportunidades, tanto em renda fixa quanto em ações.
Observamos uma oportunidade de investimento em títulos cuja remuneração está atrelada ao IPCA, acrescida de uma taxa de juros real elevada. Vale ressaltar que essa alocação tem riscos, mas boa parte desses riscos já está no preço e, portanto, enxergamos como oportunidade.
Em ações, vemos a bolsa doméstica nos menores múltiplos da história e empresas com resultados interessantes.
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