B3 lança novos índices para estatais e empresas privadas: IBEE e IBEP

A B3 anunciou os índices IBEE e IBEP, que segmentam o desempenho de empresas estatais e privadas no mercado financeiro, trazendo mais clareza para investidores e novas oportunidades de produtos financeiros

Nord Research 03/10/2024 17:33 4 min
B3 lança novos índices para estatais e empresas privadas: IBEE e IBEP

A B3, principal bolsa de valores do Brasil, anunciou o lançamento de dois novos índices derivados do Ibovespa: o Ibovespa B3 Estatais (IBEE) e o Ibovespa B3 Empresas Privadas (IBEP). A novidade, que estará disponível a partir de 7 de outubro, atende à crescente demanda por segmentação no acompanhamento do mercado acionário, permitindo que investidores possam analisar separadamente o desempenho de empresas públicas e privadas. Ambos os índices foram criados para trazer mais transparência ao mercado e proporcionar uma ferramenta adicional de análise para os investidores.

O que são os novos índices IBEE e IBEP?

Os novos índices foram desenvolvidos com base na carteira do Ibovespa, o principal índice da B3. O Ibovespa B3 Estatais (IBEE) é composto por ações de empresas controladas pelo Estado, enquanto o Ibovespa B3 Empresas Privadas (IBEP) reúne papéis de empresas de controle privado. A proposta é destacar o desempenho de cada uma dessas categorias de forma independente, oferecendo mais clareza sobre o comportamento desses ativos no mercado financeiro.

Esses índices são uma resposta à crescente demanda dos investidores por uma análise mais detalhada de setores específicos que compõem o Ibovespa, possibilitando uma visão mais segmentada do mercado. O superintendente de índices da B3, Ricardo Cavalheiro, afirmou que esses novos indicadores "fornecem mais um termômetro para verificar o movimento do mercado, olhando para diferentes categorias de empresas listadas."

Metodologia dos novos índices

Os novos índices seguem a metodologia de ponderação e exclusão já utilizada pelo Ibovespa. Isso significa que, para fazer parte dos índices IBEE ou IBEP, os ativos devem, obrigatoriamente, estar presentes na carteira vigente do Ibovespa, o que garante que apenas as ações mais representativas e negociadas na bolsa sejam incluídas. A classificação das empresas entre estatais e privadas é feita com base nas informações declaradas no Formulário Cadastral (FCA) de cada companhia.

Ambos os índices são de Retorno Total, o que significa que eles consideram o reinvestimento dos dividendos distribuídos pelas empresas. Esse formato oferece uma visão mais abrangente do retorno real das ações, incluindo não apenas a valorização dos papéis, mas também o impacto dos dividendos.

Composição inicial do IBEE e IBEP

No lançamento, o Ibovespa B3 Estatais (IBEE) contará com sete ativos de seis empresas de grande relevância no mercado brasileiro, incluindo nomes como Banco do Brasil, Petrobras, Cemig, e Copel. Já o Ibovespa B3 Empresas Privadas (IBEP) terá uma carteira inicial muito mais ampla, composta por 79 ativos de 77 empresas, com destaque para companhias como Vale, Itaú, Bradesco, e WEG.

A composição das carteiras será rebalanceada a cada quatro meses, seguindo a mesma periodicidade de ajustes do Ibovespa. Caso uma empresa altere seu controle acionário, passando de estatal para privada (ou vice-versa), a mudança no índice será efetivada apenas no próximo período de rebalanceamento.

Benefícios para os investidores

A criação dos índices IBEE e IBEP traz diversos benefícios para os investidores. A partir de agora, será possível analisar com maior precisão como as estatais e as empresas privadas estão performando dentro do Ibovespa. Isso permite uma visão mais clara dos setores que estão liderando o crescimento ou enfrentando dificuldades, oferecendo mais segurança e embasamento para decisões de investimento.

Além disso, esses índices oferecem uma base para a criação de novos produtos de investimento, como ETFs (Exchange-Traded Funds), que replicam o desempenho de uma carteira de ativos. Segundo a B3, há conversas em andamento com instituições financeiras para que produtos baseados nos índices IBEE e IBEP sejam lançados no mercado, ampliando ainda mais as oportunidades para os investidores que desejam diversificar suas carteiras de forma eficiente.

O papel estratégico da B3 no mercado de índices

A B3 tem se consolidado como a maior provedora de índices do Brasil. Com o lançamento do IBEE e do IBEP, a bolsa reforça sua posição de liderança na criação de novos indicadores que atendem às necessidades dos investidores e do mercado financeiro. Recentemente, a B3 também lançou outros quatro índices derivados do Ibovespa: Ibovespa Smart Dividendos B3, Ibovespa Smart High Beta B3, Ibovespa Smart Low Volatility B3, e Ibovespa B3 BR+. Esses índices oferecem uma gama ainda maior de opções para quem busca estratégias de investimento focadas em diferentes aspectos, como dividendos, volatilidade e sensibilidade ao mercado.

Perspectivas futuras

A expectativa é que o lançamento dos novos índices estimule a criação de produtos financeiros inovadores e abra novas frentes de investimento no mercado brasileiro. Com o crescente interesse em ETFs, é provável que produtos baseados no IBEE e IBEP ganhem tração nos próximos meses, oferecendo aos investidores mais opções para diversificar suas carteiras e gerenciar riscos.

Além disso, os novos índices também permitem que gestores de fundos e analistas acompanhem de perto o desempenho das empresas estatais e privadas, facilitando a criação de estratégias de alocação de ativos mais sofisticadas e segmentadas.

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