Em ata do Copom, Banco Central busca mais flexibilidade no ritmo de corte dos juros
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira, 26, pelo Banco Central (BC), reforça a visão de que os membros concordaram, de forma unânime, em cortar a taxa de juros, reduzindo o grau de aperto monetário.
A taxa Selic hoje está em 10,75% ao ano, conforme reunião realizada entre os dias 19 e 20 de março.
Sumário
Principais pontos da ata do copom
Entenda a construção do cenário que o Comitê está observando.
Cenário externo e doméstico
O ambiente externo mostra-se volátil, com debates sobre o início dos cortes de juros nas principais economias, em meio a discussões sobre a velocidade e sustentabilidade da queda da inflação em um ambiente marcado por atividade resiliente.
Quanto ao ambiente doméstico, a trajetória de desaceleração segue consistente com o cenário esperado pelo Comitê. O crescimento econômico demonstra alguma moderação, enquanto o mercado de trabalho segue aquecido e com aceleração nos rendimentos reais, tornando-se este um importante ponto de atenção.
As projeções para inflação do Copom foram mantidas em 3,5% para 2024 e 3,2% para 2025.
Balanço de riscos
Como riscos de alta inflacionária, foram apontados uma maior resistência de pressões inflacionárias globais e uma maior resiliência da inflação de serviços do que a projetada.
Nos riscos de baixa são apontados uma desaceleração global mais acentuada e os impactos das altas de juros mostrarem-se mais fortes do que o esperado.
A conjuntura tornou-se mais incerta no cenário doméstico e internacional, demandando cautela.
Cortes futuros na taxa básica de juros
Como divulgado na decisão da última semana, houve uma alteração no plural das expectativas de cortes para as próximas reuniões, que passou a manter a expectativa de manutenção no ritmo dos cortes em 0,50 pontos percentuais somente para a reunião de maio.
A ata explica que, apesar de não terem ocorrido alterações substanciais no cenário-base, houve aumento de incertezas sobre a velocidade da desinflação, a evolução da atividade e o mercado de trabalho, que demandam maior flexibilidade para as decisões de juros a partir de junho.
No entanto, ressalta que a retirada do plural não deve ser lida como uma alteração no ritmo atual. Ou seja, se mantido o cenário atual, com continuidade da desinflação e mercado de trabalho sem novas pressões, o corte seguirá em 0,50 ponto percentual também em junho.
A magnitude total do ciclo dependerá principalmente do acompanhamento do contexto macroeconômico.