7 das 20 ações do ibovespa que mais subiram nos últimos 5 anos têm baixa liquidez
Você já pensou em investir em ações que multiplicaram seus preços por até 15 vezes em cinco anos? Tentador, não é mesmo?
Mesmo que seja atrativo à primeira vista, é importante entender os motivos das altas e os pormenores desses ativos. A verdade é que essas ações, em grande parte, possuem uma característica em comum (e que, não necessariamente, explica a movimentação de alta): a sua falta de liquidez.
A menor liquidez em relação à média da bolsa é um fator extra que pode impulsionar um papel — tanto positivamente quanto negativamente. É por isso que, antes de tudo, é preciso saber o que é liquidez.
O que é liquidez?
Liquidez basicamente é a capacidade que determinado investimento tem de ser convertido em dinheiro para seu investidor.
Logo, ativos de maior liquidez são aqueles em que existe uma maior facilidade na compra e, principalmente, em sua posterior venda. É extremamente importante que o investidor se atente a esse fator antes de alocar seu dinheiro.
A liquidez, porém, ainda é um assunto muito mais falado dentro do mercado de renda fixa. Muito provavelmente você já deve ter ouvido que sua reserva de emergência deve estar em instrumentos de liquidez diária caso imprevistos ocorram no meio do caminho — ou seja, investimentos que podem ser resgatados a qualquer momento.
Contudo, a liquidez também é um fator extremamente importante quando o assunto é renda variável, em especial para o mercado de ações.
Se por um lado a liquidez pode ser encarada apenas como um risco para muitos investidores, por outro, grandes oportunidades podem ser descobertas em ativos que possuem a falta dela. Porém, comecemos pelos riscos.
O risco de liquidez
Em tese, as ações negociadas na bolsa possuem liquidez D+2, o que quer dizer que elas podem ser liquidadas e convertidas em dinheiro para a conta dos investidores em um período de dois dias úteis após a venda.
Entretanto, a depender do número de papéis de determinada empresa em circulação e do volume financeiro negociado pelo mercado, é possível que exista (ou não) uma maior dificuldade na hora da venda e por um preço específico desejado.
Além disso, ações de baixa liquidez estão sujeitas a oscilações mais bruscas em seus preços, tendo em vista que não existe tanto equilíbrio entre as pontas compradora e vendedora, como em papéis de alta liquidez.
Vale ressaltar que, particularmente, não considero a volatilidade como um risco, mas é algo que precisa ser apresentado, principalmente para os investidores iniciantes.
É normal vermos esse tipo de ação apresentando movimentações de 5%, 10% ou até 15% — tanto para cima quanto para baixo — em apenas um dia. Esse é um grande motivo pelo qual o investidor precisa estar ciente e preparado antes de comprar um papel assim.
Liquidez e suas oportunidades
Caso o investidor compreenda essa maior oscilação ou esteja acostumado com ela, ele poderá utilizar a menor liquidez de uma ação a seu favor.
Sobre uma maior dificuldade na venda desse tipo de papel, o risco se enquadra muito mais em investimentos realizados por investidores institucionais (fundos de investimento, bancos, entre outros) do que por investidores pessoas físicas (eu e você).
A verdade é que, para quem negocia poucas ações ou poucos lotes (100 ações), a falta de liquidez só vai interferir em casos muito extremos (vou apresentar alguns abaixo).
O que realmente importa é que, com baixa ou alta liquidez, devemos sempre investir em empresas que já entregam bons resultados e, de preferência, naquelas que continuam apresentando visibilidade de crescimento a longo prazo.
Sim, existem empresas com ações de baixa liquidez (e na maioria das vezes baixo valor de mercado) que podem ser ótimos investimentos, principalmente por não estarem no radar dos grandes agentes do mercado.
Muitas, inclusive, confirmaram seus potenciais nos últimos anos e entregaram valorização (muito) acima da média da bolsa brasileira.
O poder da (falta de) liquidez
Entre as maiores altas dos últimos cinco anos, além de diversas empresas que você já conhece bem e que fazem (ou já fizeram) parte das carteiras recomendadas da Nord Research (como Prio, Simpar, BTG, entre outras), existem também algumas ações de baixíssima liquidez.
Para ser mais exato, das 20 primeiras do ranking, sete delas possuem uma liquidez média diária de até R$ 1 milhão (0,2% da liquidez de Prio, por exemplo).
Entre essas sete empresas, existem algumas que, de fato, teriam sido ótimos investimentos há cinco anos — não pela menor liquidez em si, mas pelos melhores resultados que elas acabaram entregando ao longo do período.
Como é o caso da Dexxos (DEXP3), empresa dos setores químico e de aço, que, após investimentos em aumento de capacidade e melhor eficiência operacional, viu seu Ebitda saltar +330% e suas ações acumularem alta de cerca de +1.400%.
A falta de liquidez ajudou? Eu diria que sim, mas o principal fator, definitivamente, foi seu resultado crescente.
Hoje, com suas operações e resultados estáveis, além de uma dependência do preço de suas commodities, não vemos mais grandes oportunidades em suas ações, mesmo que negociem a um múltiplo relativamente baixo de 4x Ebitda.
Outras empresas, porém, foram muito mais beneficiadas pela falta de liquidez de suas ações e por eventos específicos que acabaram resultando na movimentação no período, como foi o caso de Sansuy (SNSY5), maior empresa de lonas do Brasil, cujas ações subiram mais de +1.700% em apenas 1 mês após o fim de sua recuperação judicial.
Após a valorização, contudo, os resultados da companhia voltaram a piorar e as ações acompanharam o mesmo caminho, com queda de -79% desde então.
Mesmo que a empresa tivesse números positivos, aqui estamos tratando de um caso extremo (como comentado anteriormente), com liquidez média diária de apenas R$ 35 mil — 20x menor que a de Dexxos, que já é baixa em relação à média.
Sendo assim, não há qualquer condição de investir na Sansuy atualmente, mesmo que seus resultados voltem a crescer. Você pode até conseguir comprar algumas ações, o problema será vender futuramente em um período e preço específicos.
Baixa liquidez, mas com alto valor
Se você deseja investir em empresas cujas ações possuem baixa liquidez e que muitas vezes estão totalmente fora do radar do mercado, encontre um meio termo entre um volume diário minimamente aceitável (algo em torno de R$ 1 milhão) e, principalmente, capacidade de entregar bons resultados a longo prazo.
É exatamente isso que buscamos diariamente no Nord Small Caps.
Grande parte das empresas de menor valor de mercado (até R$ 10 bilhões) também possuem baixa liquidez, o que acaba afastando um maior interesse de investidores maiores no presente e abrindo ótimas oportunidades para nós.
Ao passo que as empresas vão aumentando seus resultados, suas ações (e valor de mercado) também tendem a subir no longo prazo e, com isso, se tornam mais atrativas para a entrada de novos institucionais, podendo amplificar ainda mais os ganhos no papel.
É assim que um pequeno floco se torna uma grande bola de neve.
Se você deseja conhecer Small Caps que não se conformam em serem apenas Small Caps, conheça a nossa carteira recomendada.
Teste o Nord Small Caps por 30 dias, sem compromisso.
Vamos juntos!