YDUQ3 está entre as 5 ações que mais subiram em maio. Saiba quais são as outras
O Ibovespa encerrou o mês de maio em alta de +3,74%, aos 108.335,07 pontos. No acumulado do ano, o índice de referência da Bolsa brasileira recua -1,28%.
A melhora do ambiente econômico resultou em um desempenho positivo da bolsa brasileira pelo segundo mês consecutivo. O IBC-Br e a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) apontam uma atividade econômica resiliente. A inflação mais baixa, por sua vez, reforça que o Brasil está próximo de ter queda nos juros.
A nova regra fiscal (PLP 93/2023) que vai substituir o Teto de Gastos foi aprovada no Congresso. No texto final, os parlamentares retiraram o aumento real automático de 2,5% das despesas em 2024 — o que foi bem recebido pelo mercado.
Essa série de desenvolvimentos positivos no lado fiscal/político ajudou a impulsionar uma recuperação no Ibovespa, com destaque para os ativos ligados à economia doméstica. O grande destaque no mês ficou com a Yduqs (YDUQ3), que disparou +73%.
Veja, a seguir, quais foram as 5 maiores altas e baixas do Ibovespa em maio.
Ações que mais subiram e caíram em maio
Melhores no mês
Empresa | Código | Oscilação | Cotação de fechamento (em 31 de maio) |
Cielo | CIEL3 | -13,40% | 4,67 |
Assaí | Asai3 | -12,50 | 10,75 |
Atacadão | CRFB3 | -11,90% | 9,47 |
VALE | VALE3 | -11,90% | 63,81 |
Bradespar | BRAP4 | -10,20% | 21,29 |
Maiores altas de maio
YDUQS (YDUQ3) +73,3% / R$ 14,07
Após a entrada do novo governo, o setor educacional é uma das “apostas” do mercado para 2023 e segue movimentando a bolsa brasileira.
As empresas ligadas à educação integravam o grupo das mais impactadas desde o início do ciclo de alta da Selic, em junho de 2021, tendo em vista a sua maior dependência de um cenário macroeconômico mais favorável.
Neste ano, com a melhora nas expectativas de corte de juros e dados econômicos mais positivos (principalmente relacionados ao PIB do país), as ações do setor passaram a apresentar uma acelerada recuperação — em especial, a YDUQS.
A companhia, que é dona de grandes nomes do ensino superior brasileiro, como Estácio e Ibmec, é a favorita entre os bancos e corretoras para se beneficiar do ciclo atual.
As recomendações de compra e revisões de preço-alvo para cima por parte de instituições, como JP Morgan e XP, também contribuíram para a valorização de +73,3% de YDUQ3 no mês de maio, liderando as altas do Ibovespa no período.
É importante lembrar que, para recuperar uma queda de cerca de -80%, uma ação precisaria valorizar +400%, ou seja, para retomar os patamares anteriormente negociados, os papéis da YDUQS ainda teriam uma longa jornada.
Azul (AZUL4) +55,2% / R$ 16,85
Postulando novamente o ranking de maiores altas do Ibovespa (assim como já havia acontecido em março), o segundo lugar do mês de maio ficou para as ações da companhia aérea Azul, que subiram +55,2% no período.
Assim como as empresas do setor educacional, as aéreas ficaram praticamente esquecidas na bolsa brasileira nos últimos dois anos.
Agora, com a Azul vislumbrando voos mais altos em termos de recuperação (setor está apresentando sinais de melhora e a companhia vem conseguindo renegociar suas dívidas), o mercado volta a olhar com mais atenção para suas ações.
Bancos e corretoras seguem com AZUL4 como sua preferência no setor, em detrimento à GOLL4, que ainda continua buscando melhorar sua situação financeira e entregar bons resultados aos seus acionistas.
Dexco (DXCO3) +50,2% / R$ 8,85
A Dexco, antiga Duratex, responsável pela fabricação de registros e acabamentos de marcas como Deca e Hydra, foi mais uma empresa a voltar para os holofotes do mercado, principalmente por seus múltiplos praticados.
A companhia, que é controlada pela queridinha Itaúsa, chegou a ser negociada por um EV/Ebitda de apenas 4x no início de maio, até chamar a atenção da gestora Fidelity — isso mesmo, a mesma do fundo Magellan, gerido pelo lendário Peter Lynch até 1990.
Após montar uma posição relevante, de cerca de 5% na Dexco, as ações da companhia acumularam alta de +50,2% em maio, elevando seu múltiplo para mais de 5x Ebitda.
Locaweb (LWSA3) +46,9%/ R$ 7,66
Fora do Top 3, mas somando mais um mês de fortes altas no ano, a Locaweb viu suas ações valorizarem +46,9% em maio.
A empresa de tecnologia apresentou seus resultados do 1T23 no início do mês, surpreendendo os analistas com um desempenho bem acima das expectativas e contribuindo para uma alta de +12% em apenas um dia.
A Locaweb reportou um aumento de +22% em sua receita e, o principal, um crescimento de +70% em seu Ebitda e uma forte recuperação de margens após incorporar aquisições realizadas após seu IPO, em 2020.
Mesmo considerando os melhores resultados e o fato de que esteja em um setor em que as ações foram altamente impactadas pelo cenário de juros em alta, LWSA3 ainda negocia a múltiplos altos, com um EV/Ebitda de cerca de 22x e um P/L de mais de 152x.
Hapvida (HAPV3) +44,6%/ R$ 3,99
Depois de desvalorizarem quase -90% após o anúncio da fusão com a Intermédica, no início de 2021, as ações da Hapvida finalmente começam a mostrar sinais de alívio.
Ainda que esteja buscando maiores sinergias operacionais em meio a um cenário de resultados voláteis, muitas instituições financeiras passaram a enxergar melhorias nos fundamentos da Hapvida e acreditar que suas ações estão “baratas demais para ignorar”.
As novas coberturas de analistas e algumas retomadas de recomendação de compra de outros impulsionaram HAPV3, que apresentou valorização de +44,6% em maio.
Porém, mesmo com a alta recente, o valor de mercado atual da empresa ainda está muito longe do apresentado há dois anos (em torno de R$ 60 bilhões) e, ainda assim, suas ações negociam a um EV/Ebitda de mais de 16x, acima da média do setor.
Maiores baixas de maio
Cielo (CIEL3) -13,4% / R$ 4,67
Em seu pior desempenho mensal no ano, as ações da Cielo apresentaram desvalorização de -13,4% em maio.
Depois de uma alta de +142% em 2022, CIEL3 passa por um momento de correção no ano atual enquanto os investidores seguem acompanhando a recuperação que a empresa vem apresentando em seus resultados nos últimos trimestres.
Com as quedas recentes, os papéis da companhia passaram a ser negociados agora por um EV/Ebitda de menos de 5x.
Assaí (ASAI3) -12,5% / R$ 10,75
O Assaí apresentou seus resultados do 1T23 no mês de maio, tendo reportado uma queda de -66% em seu lucro no período, refletindo o alto endividamento da empresa em um cenário de juros em alta.
Apesar do crescimento apresentado em sua receita e Ebitda (em linha com as expectativas do mercado), a alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda de 2,8x) assustou os investidores e as ações do Assaí caíram -8% em apenas um dia.
Vale lembrar que os papéis do atacarejo já haviam se posicionado como primeiros do ranking de maiores quedas em abril, sendo impactados por cortes nos planos de investimento da empresa para os próximos anos.
Com mais uma desvalorização, desta vez de -12,5%, ASAI3 agora acumula baixa de -43% em 2023 — uma das piores posições do Ibovespa no ano.
Atacadão (CRFB3) -11,9% / R$ 9,47
Mais um impactado pelos resultados do 1T23, o Atacadão (ou Carrefour Brasil) viu suas ações caírem -11,9% após divulgar um prejuízo de R$ 375 milhões no período, revertendo o lucro apresentado no mesmo período do ano passado.
Como o Assaí, os números da companhia também foram pressionados pelo aumento das despesas financeiras.
Atualmente, CRFB3 é negociado por um EV/Ebitda de cerca de 5x, o que representa a metade do múltiplo negociado por um de seus pares na bolsa, Grupo Mateus (GMAT3), e por -40% a menos em relação ao Assaí.
Vale (VALE3) -11,9% / R$ 63,81
Como de costume, as ações da Vale acompanharam o preço do minério de ferro no curto prazo. Com a commodity desvalorizando em maio, VALE3 seguiu o mesmo caminho e apresentou queda de -11,9%.
O minério de ferro, principal fator que interfere nos resultados da Vale, segue pressionado em meio ao pessimismo em torno de uma recuperação da atividade chinesa. Enquanto a pressão durar, a tendência é que as ações da mineradora também sofram.
Bradespar (BRAP4) -10,2% / R$ 21,29
A Bradespar, holding controladora da Vale, seguiu o mesmo caminho de sua controlada, apresentando desvalorização de -10,2% no mês de maio.