Desde a semana passada, a XP interrompeu as negociações de cotas do ETF LFTS11, o fundo de índice que replica uma carteira de títulos Tesouro Selic.

Pé atrás

Segundo a XP, a suspensão da negociação por prazo indeterminado tem motivação na cobrança de imposto de renda do LFTS11. Na visão da corretora, o imposto de renda a ser cobrado teria que ser sempre de 25%, independentemente do prazo que o investidor segurar o investimento, em vez dos 15% divulgados pela gestora Investo.

Essa visão da XP vem com o entendimento de que o prazo médio de repactuação de uma LFT (ou seja, Tesouro Selic) é de um dia útil, caracterizando como uma tributação de 25% de acordo com a legislação sobre os ETFs de renda fixa.

A resposta

Em defesa, a Investo Gestão de Recursos LTDA, gestora do LFTS11, afirmou via fato relevante que não há “divergência de metodologia de cálculo entre Administrador e ANBIMA”.

“Reforçamos que a metodologia de cálculo do PMRC do LFTS11 utilizada pelo Administrador está devidamente fundamentada em relatório do Banco Central do Brasil (Bacen) e em pareceres técnicos e jurídicos de consultorias renomadas. Desconhecemos qualquer comunicação expedida pela ANBIMA, no âmbito de sua autorregulação, que pudesse permitir a conclusão da alegada divergência”, disse a gestora Investo.

A Investo segue argumentando que o imposto de renda a ser pago pelo investidor será sempre de 15%, independentemente do prazo de resgate, uma vez que os títulos Tesouro Selic que compõem o LFTS11 formam um prazo médio de vencimento acima de 2 anos.

Nossa opinião

A equipe do Renda Fixa PRO, reforça que, diante deste momento de divergências de interpretações e indefinição oficial de quem realmente está certo, é recomendável que o investidor tenha paciência e aguarde novas informações oficiais a respeito.

Se mesmo assim o investidor desejar realizar a venda do ativo, deve se atentar fortemente para não vendê-lo fora do preço justo de mercado, pois seria perder dinheiro de forma desnecessária.

Por enquanto, o caso segue sem uma definição oficial.

Para os clientes do Renda Fixa PRO, a equipe segue acompanhando e buscando novas informações para dar o melhor direcionamento.

Outras opções de investimento para substituir o LFTS11

O LFTS11 era usado por muitos cotistas para guardar a reserva de emergência, em razão da vantagem de imposto de renda de 15%.

Com este momento de incerteza sobre a alíquota que realmente deve ser cobrada, as alternativas para essa finalidade seguem sendo o próprio Tesouro Selic, como também os CDBs de liquidez diária dos maiores bancos do país, como Itaú, Santander, Bradesco e BTG.

Portanto, se você quer ter uma reserva com segurança e liquidez, essas podem ser boas opções.