O debate sobre a possível volta do horário de verão ressurgiu devido à seca extrema das últimas semanas. O governo federal tem estudado essa situação como forma de ajudar a economizar na conta de luz. 

No entanto, o governo federal ainda não anunciou qualquer decisão oficial sobre a retomada da prática.

Vai ter horário de verão esse ano de 2024?

Talvez. A decisão está nas mãos de Lula e deve ser tomada nos próximos dias. A proposta de retomar o horário de verão foi sugerida por integrantes do governo em meio a uma das piores e mais prolongadas secas de sua história do país. Com o calor excessivo, o uso de eletrodomésticos como o ar-condicionado também cresce, o que eleva o consumo de energia.

Possíveis datas para novo horário de verão 

Até o fim desta semana o presidente Lula deve analisar e aprovar, ou recusar, a proposta de retomada do horário de verão. Caso o governo aprove, a medida deve valer entre os meses de outubro de 2024 até fevereiro de 2025.

Por que o horário de verão economiza energia?

O horário de verão economiza energia ao aproveitar melhor a luz natural do dia, reduzindo a necessidade de iluminação artificial e, consequentemente, o consumo de eletricidade durante o período de maior demanda.

No horário “normal”, o pico de consumo de energia elétrica geralmente ocorre no início da noite, quando as pessoas chegam em casa, ligam aparelhos eletrônicos, acendem luzes e cozinham. Durante o horário de verão, esse pico de consumo é adiado, reduzindo a sobrecarga no sistema de distribuição de energia e evitando a necessidade de acionamento de usinas térmicas, que são mais caras e poluentes.

O horário de verão muda alguma coisa em relação à bandeira vermelha na conta de luz?

O horário de verão não tem uma relação direta com o sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz, como a bandeira vermelha aplicada agora em setembro de 2024.

As bandeiras tarifárias são definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) com base nas condições de geração de energia no país, especialmente em relação ao nível dos reservatórios das hidrelétricas e à necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras.

Portanto, mesmo durante o horário de verão, se as condições hidrológicas forem desfavoráveis e houver a necessidade de usar termelétricas, a bandeira vermelha pode ser aplicada. 

Impacto do horário de verão em outros setores 

Além do setor elétrico, alguns setores, como o de turismo e hotelaria, têm pressionado pela sua reintrodução, argumentando que o horário de verão pode aumentar a movimentação em bares, restaurantes e comércio em geral, favorecendo a economia.

Como funciona o horário de verão?

No horário de verão, os relógios são adiantados em uma hora. Por exemplo, se o horário padrão é 18:00, no primeiro dia do horário de verão, passa a ser 19:00. Isso significa que o nascer e o pôr do sol acontecem "mais tarde" de acordo com o relógio.

O fuso-horário alterado do horário de verão dura pelo menos cinco meses no país.

Quem instituiu o horário de verão no Brasil? 

A ideia de adotar essa prática surgiu no início do século XX, sendo aplicada pela primeira vez em 1931, por meio de um decreto do governo de Getúlio Vargas.

Desde então, o horário de verão foi implementado e ajustado em diferentes períodos, com o objetivo de reduzir o consumo de eletricidade, especialmente durante os horários de pico. Ao longo dos anos, a medida foi revisada por diversos governos, sofrendo alterações em suas datas de início e término e na abrangência das regiões participantes. 

Por que o horário de verão foi cancelado?

O horário de verão no Brasil foi cancelado em abril de 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, por meio de um decreto que encerrou a prática. A justificativa para a extinção foi a mudança no perfil de consumo de energia no país. Estudos indicaram que o horário de verão não resultava mais em economia significativa de energia, uma vez que o pico de consumo passou a ser registrado durante o dia, em vez de à noite.