Como a Selic e o cenário fiscal moldam as oportunidades de investimento para 2025
O Clube Nord reuniu grandes nomes do mercado financeiro para discutir tendências e oportunidades de investimento para 2025. Entre os temas mais debatidos, estão o impacto da Selic no setor imobiliário, o cenário fiscal brasileiro e mudanças na geopolítica global.
Confira os principais insights dessa discussão e como eles podem influenciar suas decisões de investimento.
O cenário fiscal brasileiro e o impacto de cortes no orçamento
O economista Marcos Lisboa destacou o atual desafio do governo em lidar com o desequilíbrio fiscal. Segundo ele, o corte de R$ 50 bilhões no orçamento, ventilado como solução, é apenas paliativo e não resolve os problemas estruturais da dívida pública brasileira.
Lisboa enfatizou que, para garantir uma trajetória sustentável da dívida, seria necessário desvincular receitas e despesas e implementar políticas contracíclicas. Ele também apontou que o Brasil gasta proporcionalmente muito em áreas como saúde e educação, mas com baixa eficiência. Assim, sem reformas estruturais, os problemas fiscais persistirão.
Perspectivas para a Selic: uma visão pessimista
Felipe Guerra, da Legacy Capital, apresentou uma visão cautelosa sobre a taxa Selic. Ele acredita que, caso o câmbio continue pressionado, a Selic pode ter que subir novamente, chegando até 15% em cenários extremos. Essa alta seria necessária para manter a inflação na meta de 3%.
Além disso, Guerra destacou sua preferência por investir em mercados internacionais e em crédito, evitando ativos brasileiros, como prefixados e bolsa. Para ele, o risco de novos aumentos na taxa de juros torna o cenário local menos atrativo no momento.
Geopolítica e oportunidades em mercados emergentes
Oliver Stuenkel, especialista em geopolítica, analisou como as mudanças no cenário global podem abrir oportunidades para países como Brasil e Índia. Segundo ele, a tendência de "nearshoring" – em que países desenvolvidos priorizam acordos comerciais com parceiros estratégicos – pode beneficiar mercados menos envolvidos em conflitos geopolíticos.
Apesar disso, Stuenkel descartou uma desglobalização completa e prevê uma globalização com maior segmentação, favorecendo países que mantêm relações neutras com diversas nações.
O setor imobiliário e as oportunidades na Lavi e MRV
As incorporadoras Lavi e MRV também foram destaques na reunião. O setor imobiliário, historicamente sensível a juros altos, tem apresentado resiliência devido ao aquecimento do mercado.
A Lavi, focada em imóveis de alta renda e no programa Minha Casa Minha Vida, é vista como uma oportunidade com potencial de valorização significativa.
Já a MRV, embora tenha sofrido no passado com a alta dos juros, mostra sinais de recuperação. Analistas acreditam que seus próximos resultados podem surpreender positivamente, com um potencial de valorização das ações de até cinco vezes.
Conclusão: como se posicionar diante desse cenário
O encontro do Clube Nord trouxe perspectivas diversas, com opiniões otimistas e pessimistas sobre o futuro do Brasil. Enquanto o cenário fiscal e a alta da Selic continuam como desafios, setores específicos, como o imobiliário e mercados internacionais, apresentam boas oportunidades.
Se você busca formar uma visão mais clara sobre investimentos, eventos como os proporcionados pelo Clube Nord são uma excelente oportunidade para aprender com grandes nomes do mercado.