A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China tem provocado reações em cadeia nos mercados globais. Um dos segmentos mais impactados é o da renda fixa, especialmente no Brasil. 

Neste cenário de juros elevados, inflação volátil e dólar oscilante, entender os movimentos da política monetária americana e seus efeitos internos se torna essencial para o investidor que busca proteger seu patrimônio e aproveitar oportunidades.

O impacto das tarifas americanas sobre a economia global

Desde que Donald Trump iniciou uma série de medidas tarifárias, o mundo passou a observar um novo nível de tensão econômica. Com aumentos abruptos nas tarifas de importação, inclusive para produtos brasileiros, e as consequentes retaliações chinesas, criou-se um ambiente de incerteza.

Essas tarifas são inflacionárias por natureza, ao elevar os custos de produção e bens importados. Ao mesmo tempo, geram medo de recessão, pois desestimulam investimentos e comprometem o crescimento.

O dilema do Fed: inflação ou recessão?

Com um mandato duplo de manter a inflação sob controle e maximizar o emprego, o Federal Reserve dos EUA (Fed) se encontra em um impasse. Antes da escalada tarifária, a economia americana apresentava pleno emprego, consumo robusto e inflação em queda — cenário que justificava a manutenção de juros altos.

Com o aumento das tarifas, no entanto, cresce o risco de uma estagflação: estagnação econômica combinada com inflação. Diante disso, o mercado agora precifica até três cortes de juros ainda em 2025.

Reflexos no Brasil: câmbio, inflação e juros

A queda nas taxas de juros americanas impacta diretamente o Brasil. Por aqui, houve uma leve queda nos juros, mas o dólar subiu, pressionando a inflação. A expectativa de menor crescimento nos EUA pode contribuir para cortes nos juros brasileiros, especialmente se o cenário se agravar.

Ainda assim, a instabilidade global mantém a renda fixa como uma boa alternativa de carrego — ou seja, rendimento consistente, mesmo em um cenário sem tendência clara de alta ou queda.

Oportunidades na renda fixa brasileira

A renda fixa no Brasil continua atrativa, especialmente em cenários de alta volatilidade. Títulos prefixados e indexados à inflação (IPCA+) mostraram desempenho positivo nas últimas semanas, refletindo a queda nas taxas de juros e a inflação implícita menor.

Proteção com dólar: uma estratégia possível

Investidores que buscam proteção adicional podem considerar a compra de dólar, especialmente enquanto ele permanece abaixo de R$ 6. A moeda americana serve como hedge em caso de agravamento da guerra comercial ou novos choques econômicos.

Quer entender como tomar decisões mesmo em meio a guerras, juros voláteis e dólar oscilando?

De 19 a 21 de maio, estarei ao lado do Bruce e do Breia no Fundadores Sem Censura — um encontro presencial e sem filtros, onde vamos mostrar, na prática, como lidamos com cenários como esse nos nossos investimentos.

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