Vale (VALE3) lucra menos no 3T24, mas supera expectativas do mercado
A Vale (VALE3) registrou queda de -15% em seu lucro líquido no 3T24, melhor do que as projeções do mercado, que esperava queda ainda mais acentuada, de -40%.
Como trouxemos por aqui na última semana, a mineradora já havia apresentado uma sólida prévia operacional, com crescimento de +6% na produção e de +2% nas vendas de minério de ferro, mas com queda de -14% nos preços realizados de finos e -8% em pelotas.
Assim, mesmo com números operacionais robustos (e recordes), suas principais linhas financeiras acabaram sendo pressionadas pelo preço da commodity.
Por que as ações da Vale estão subindo hoje?
Contudo, com os números superando as expectativas dos analistas de mercado, as ações da Vale seguiram subindo após o fechamento do pregão de ontem (“after-hours”) na Bolsa de Nova York e continuam em alta de mais de +1% antes da abertura de hoje.
Assim como o mercado, avaliamos o resultado como positivo e reiteramos nossa recomendação de COMPRA para VALE3.
Maior produção desde 2018
No 3T24, a Vale alcançou uma produção de minério de ferro (finos + minério bruto) de 91 milhões de toneladas, alta de +6% e maior valor registrado desde o 4T18.
O bom desempenho operacional foi impulsionado pelo aumento de +3,6 Mt nas minas do Sistema Sudeste e de +1,9 Mt no Sistema Norte (segue renovando recordes consecutivos). Já a produção de pelotas teve incremento de +1,2 Mt, alta ainda maior de +13%.
Os números registrados no 3T24 fizeram com que a Vale elevasse seu guidance (projeções) de produção de minério de ferro para 2024 de 310-320 Mt para 323-330 Mt.
Receita caindo, assim como o custo
Assim como sua produção, as vendas de minério de ferro da Vale também cresceram. No trimestre, a mineradora vendeu +2% a mais que no 3T23, com destaque para a alta de +18% nas vendas de pelotas, compensando leve queda em finos.
Já o preço de finos de minério de ferro (grande parte das vendas da Vale) teve queda de US$ 14,5/t na comparação anual (-14%) e de US$ 7,6/t na comparação trimestral (-8%). Vale destacar que o preço de referência teve baixa de US$ 12/t no período (tri a tri).
A queda menor em relação ao preço internacional é justificada pelo melhor portfólio de produtos da Vale, que permite um preço melhor que a média do mercado.
O preço melhor, porém, não impediu que a mineradora registrasse queda em sua receita líquida, que atingiu US$ 9,5 bilhões no período, baixa de -10%.
O lado bom é que o custo caixa C1 (custo das operações da mina ao porto), excluindo compras de terceiros, também foi menor no 3T24, totalizando US$ 20,6/t — queda de -6% na comparação anual e de -17% em relação ao trimestre anterior.
Vale destacar que, em setembro, o custo C1 foi de apenas US$ 18,2/t, o que indica valores ainda menores para o 4T24 e abaixo do “piso” de seu guidance, que é de US$ 21,5/t.
Lucro líquido -15% menor
A pressão dos preços realizados e a queda menor de seu principal custo em relação à receita compensaram algumas quedas nas despesas operacionais da Vale e contribuíram para que seu Ebitda caísse -21%, totalizando US$ 3,7 bilhões.
Porém, no trimestre, a mineradora contabilizou a venda de 50% do capital social da VODC para a Apollo, gerando um efeito positivo de US$ 1,2 bilhão, que compensou o efeito negativo do acordo definitivo pelo rompimento da barragem da Samarco.
Assim, a Vale registrou uma queda menor, de “apenas” -15% em seu lucro líquido (mercado projetava baixa de -40%), que foi de US$ 2,4 bilhões no 3T24.
Dívida subindo, alavancagem não
Como mencionado no início, a mineradora possui projetos de manutenção e expansão em andamento e, com isso, investiu um total de US$ 1,4 bilhão no trimestre (-5%).
Considerando o Ebitda (medida de potencial geração de caixa operacional) e todos os desembolsos de caixa no período, o fluxo de caixa livre da Vale foi de US$ 179 milhões. Após os dividendos pagos, houve redução de US$ 1,9 bilhão em seu caixa.
Por fim, a companhia reconheceu uma provisão adicional de US$ 956 milhões para a Samarco após o avanço nas negociações do acordo definitivo, elevando sua dívida líquida (dívida bruta - caixa) expandida para US$ 16,5 bilhões.
Apesar da elevação, a Vale manteve seu indicador de alavancagem (dívida líquida/Ebitda) em patamares estáveis de apenas 0,5x — o que permite com que siga investindo e distribuindo dividendos no futuro.
VALE3: dividendo alto, preço baixo
O iminente desfecho do acordo sobre o caso Mariana, os investimentos em segurança operacional e a eficiência apresentada pela Vale nos últimos anos vêm elevando sua resiliência e a confiança do mercado em relação à sua viabilidade futura.
Com resultados resilientes, a empresa vem conseguindo distribuir bons dividendos aos seus acionistas, que, no último ano, foram bem remunerados com um dividend yield (rendimento anual) de mais de 12% (o dobro da média das boas pagadoras de proventos).
Além do elevado rendimento via proventos, as ações da Vale ainda negociam por uma assimetria extremamente favorável.
Atualmente, a companhia negocia a um múltiplo P/L de apenas 5x e um EV/Ebitda de menos de 4x — ou seja, menos da metade do que a Bolsa brasileira negocia historicamente (15x lucros e 10x Ebitda).
Com isso, comprar VALE3 no preço atual pode não somente proporcionar bons retornos de dividendos como potenciais ganhos de capital futuros.
Qual o preço justo das ações da Vale?
Sendo assim, considerando todos os pontos mencionados acima, enxergamos o momento atual como favorável para comprar as ações da Vale. Minha recomendação é que compre VALE3 até o preço-teto de R$ 71,00.
Até esse preço, temos uma boa margem de segurança para aproveitar uma possível recuperação das ações e, principalmente, para recebermos um rendimento satisfatório dos dividendos pagos pela companhia ao longo dos próximos anos.
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