Os fundos de ações são um tipo de investimento de alto risco, mas ideal para quem busca por rendimentos mais altos e diversificar a carteira de ativos. Existem diversos fundos ativos no Brasil e apesar do desempenho da economia, apresentaram rentabilidades atrativas para os investidores.

Acompanhe o nosso guia e entenda o que são e como funcionam os fundos de ações. Também confira um ranking dos melhores fundos e dicas de como começar a investir. Vamos lá?

Sumário

O que são fundos de investimentos?

Fundos de investimentos são um esquema de investimento coletivo que reúne recursos de diversos investidores e os aplica em ativos. O dinheiro captado é colocado nas mãos de um time de especialistas em investimentos, os gestores de fundos, responsáveis por obter o máximo de rendimento do capital.

A alocação dos recursos é realizada de maneira estratégica e varia de fundo para fundo. Enquanto alguns possuem um portfólio diversificado, outros são concentrados em determinados tipos de ativos conforme o estipulado nos documentos oficiais dos fundos.

As decisões sobre alocação dos recursos são tomadas apenas pelo gestor do fundo, os cotistas não têm poder para influir nas movimentações financeiras, mas podem acompanhá-las através dos relatórios emitidos regularmente.

Por fim, a participação em um fundo de investimento não é gratuita. Os investidores devem arcar com alguns custos, entre eles a taxa de administração usada para pagar os serviços do gestor de fundos.

Fundos de investimento: classificação

Os fundos de investimento são classificados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em quatro grandes categorias, conforme a composição do seu portfólio, são elas: fundo de renda fixa, fundo de ações, fundo cambial e fundo multimercado.

Porém, eles também podem ser classificados segundo critérios de investimento da seguinte maneira:

  • Fundos abertos: permitem que os cotistas realizem aportes e resgates a qualquer momento;
  • Fundos fechados: as cotas só podem ser resgatadas no término do período de duração do fundo e os aportes são realizados apenas quando o fundo estiver aberto para captação.

É importante destacar, no entanto, que os fundos abertos podem fechar a captação de novos recursos por um determinado período. Normalmente, isso acontece quando atingem o limite de valor acumulado para a estratégia de investimento.

O que são fundos de ações?

Os fundos de ações também são um esquema de investimento coletivo, a diferença é que eles têm como principal objetivo investir o dinheiro no mercado acionário, em especial em ações de empresas que estão disponíveis na Bolsa de Valores.

Para ser considerado um fundo de ações, os gestores devem investir no mínimo 67% do patrimônio em ações negociadas na Bolsa de Valores ou em outros ativos relacionados a esse segmento, como:

  • Certificados de depósito de ações;
  • Bônus ou recibos de subscrição;
  • Cotas de outros fundos de ações;
  • Cotas de undos de índice de ações;
  • BDRs, entre outros.

O restante do patrimônio líquido dos fundos de ações pode ser investido em outras classes de ativos financeiros, respeitando os limites estipulados: máximo de 20% em ativos emitidos por uma instituição financeira, 10% para empresas de capital aberto e outros fundos, e 5% para demais emissores.

Esses limites só podem ser ultrapassados pelos gestores de fundos de ações se as aplicações forem informadas no termo de adesão e ciência de risco, documento assinado pelos investidores ao adquirir cotas do fundo.

Como funcionam os fundos de ações?

Os fundos de ações funcionam como uma forma de investimento coletivo, no qual os recursos de diversos investidores são aplicados em um conjunto de ações do mercado. Os rendimentos obtidos por essas aplicações são repartidos entre os cotistas, tendo como referência o valor aportado por cada um.

Assim como nos fundos de investimentos que falamos acima, o patrimônio dos fundos de ações é aplicado por um gestor de fundos. É esse profissional especializado que decide como os recursos serão alocados segundo as políticas e objetivos do próprio fundo.

Os fundos de ações funcionam como um grupo de investimento coletivo. 

Os valores das cotas dos fundos de ações podem valorizar ou desvalorizar conforme o desempenho das aplicações realizadas pelo gestor. Na prática, se forem obtidos resultados positivos em determinado período, o valor das cotas é valorizado.

Quais são os tipos de fundos de ações?

Embora os fundos de ações tenham como principal característica as aplicações no mercado acionário, eles podem apresentar desempenhos completamente diferentes conforme a estratégia adotada.

Nesse sentido, a Anbima classifica os fundos de ações com base em suas estratégias, sendo os seguintes tipos os mais conhecidos:

Fundos de dividendos

Os fundos de dividendos se caracterizam por investir em ações de empresas que costumam apresentar dividend yield (taxa de retorno com proventos) elevado. Nesse caso, os gestores de fundos de ações aplicam recursos em companhias boas pagadoras, ou seja, com histórico consistente de distribuição de dividendos.

Small Caps

Os Small Caps são fundos que investem no mínimo 85% do seu patrimônio em ações de empresas com baixo valor de mercado. Os fundos formados por esses tipos de ações costumam ser mais voláteis e apresentam menor liquidez no pregão, sobretudo se comparados com fundos compostos por ativos de grandes empresas.

Fundos setoriais

Os fundos de ações setoriais investem em ativos de companhias de um mesmo setor ou conjunto de setores afins do mercado acionário. Nesse caso, os gestores usam como base os critérios de escolha dos setores, subsetores ou segmentos presentes na política de investimento do fundo para construir o portfólio.

Investimento no exterior

Em geral, os fundos de ações do tipo investimento no exterior são aqueles que aplicam boa parte do patrimônio líquido em ativos financeiros de outros países. Para receber essa classificação, as aplicações devem ser superiores a 40% do montante acumulado no fundo.

Fundos específicos

Os fundos específicos se caracterizam por possuírem estratégias de investimento ou características próprias. Entre os exemplos mais comuns dessa classe de fundos de ação, destacam-se:

  • Fundos fechados: o ingresso de novos investidores nos fundos é permitida apenas em determinados períodos e as cotas só podem ser resgatadas ao fim do prazo estabelecido;
  • Fundos de ações FMP-FGTS: realizam investimentos em recursos do FGTS e em ações de estatais;
  • Fundos mono-ação: o patrimônio do fundo é investimento em ações de apenas uma empresa.

Fundos livres

Ao contrário de outros tipos de fundos de ações que citamos acima, os fundos livres não possuem o compromisso de concentrar a aplicação do patrimônio em uma estratégia específica de investimento. Os gestores desses fundos podem aplicar em qualquer ativo, sempre com base nas condições apresentadas no regulamento.

Fundos Mútuos de Privatização (FMP)

Os Fundos Mútuos de Privatização (FMP) são fundos que realizam aplicações em ações de empresas estatais em processo de desestatização ou capitalização, nos quais os aportes dos investidores são efetuados através dos recursos do FGTS.

Quais os melhores fundos de ações?

Segundo o levantamento realizado pelo TradeMap, os fundos de ações da Bolsa de Valores conseguiram manter bons rendimentos, mesmo diante das tensões econômicas que atingiram o mercado acionário.

O balanço realizado analisou 61 fundos de ações, com pelo menos mil cotistas, que tiveram retorno positivo entre dezembro de 2022 e março de 2023. Desses, os melhores fundos de ações apontados pelo estudo foram:

FundoDesempenho no 1º trimestre de 2023
Itau Index US Tech Fc Acoes Ie27,64%
Vitreo Metaverso Acoes FIA Bdr Nivel 127,13%
Trend Metaverso FIA Bdr Nível 123,07%
Trend Metaverso FIA Bdr Nível 122,5%
Empiricus Tech Select FIA Bdr Nivel I17,45%
Axa Wf Fr Robotech Adv Fc FIA Ie16,27%
Wellington Asia Technology Adv FIA Ie15,02%
Ms Global Opportunities Dol Adv Fcfia Ie14,06%
M Global Opp 30 Dolar Adv Fc FIA Ie14%
Franklin Clearb Acoes Eua Gro FIA Ie13,67%

Qual a diferença entre ações e fundos de ações?

As ações correspondem a uma parcela do capital social de uma empresa e podem ser adquiridas diretamente na plataforma da corretora. Aqui, o investidor tem liberdade para decidir quando comprar ou vender suas ações no pregão.

Enquanto isso, os fundos de ações constituem um portfólio diversificado. Os investidores, juntamente a outras pessoas, aplicam dinheiro para aquisição de cotas de participação e obtêm os rendimentos gerados pelos fundos.

Nos fundos de ações, os investidores não têm direito de opinar sobre como o patrimônio será aplicado. Essa responsabilidade fica a cargo do gestor dos fundos, que repassa as movimentações financeiras aos cotistas por meio de relatórios.

Dicas para escolher um bom fundo de ações

Embora os fundos de ações sejam considerados uma boa forma de diversificar investimentos e obter bons rendimentos, é essencial ter cuidado especial na escolha dos fundos que serão incorporados ao seu portfólio.

Por isso, confira aqui alguns aspectos que devem ser avaliados na escolha de um bom fundo de ações:

Risco

Qual o seu grau de tolerância de risco como investidor? Por se tratar de um investimento de renda variável, os fundos de ações podem apresentar um alto nível de volatilidade. Isso significa que o valor das cotas pode subir ou baixar de forma rápida e drástica.

Devido a isso, a recomendação é avaliar o tipo de fundo e a estratégia de investimento adotada pelo gestor. Essa análise prévia permite que você identifique se o fundo é ou não compatível com o seu perfil de investidor.

Aplicação mínima

A aplicação mínima é outro aspecto que deve ser analisado na escolha dos melhores fundos de ações. O valor do primeira aporte varia muito de fundo para fundo conforme o nível de satisfação e risco da carteira.

Alguns fundos de ações envolvem algum tipo de risco adicional, investem em ações mais voláteis ou possuem um prazo de resgate maior do que o usual. Dependendo das características do fundo, é possível que eles só estejam disponíveis para “investidores qualificados”, que podem ser:

  • Investidores profissionais;
  • Investidores que fazem aplicações superiores a 1 milhão;
  • Investidores aprovados em exames de qualificação técnica, que possuem certificações aprovadas pela CVM;
  • Clube de investimento cuja carteira seja gerida por cotistas classificados como “investidores qualificados”.

Performance e rentabilidade

Analisar o desempenho histórico é outra estratégia para analisar diferentes fundos de ações e verificar sua performance ao longo dos anos. Esses dados são divulgados abertamente nos sites da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e são informações confiáveis e oficiais.

Analise os relatórios financeiros e opte por fundos de ações com boa performance.

Afinal, esses relatórios são elaborados pelos gestores dos fundos e enviados ao órgão regularmente. Embora analisar a rentabilidade histórica de um fundo não signifique que ele terá o mesmo desempenho no futuro, essa prática permite que você conheça o comportamento dele em diferentes momentos do mercado.

Liquidez

A liquidez é um critério importante para quem precisa resgatar o dinheiro rapidamente. Em regra, ela informa em quantos dias o depósito do dinheiro será efetuado após a solicitação do resgate nos fundo de ações.

Esse prazo é informado pela letra D seguido de um número, que indica os dias em que o dinheiro será liquidado. Por exemplo:

  • D+1: 1 dia útil após o dia de solicitação do resgate;
  • D+3: 3 dias úteis após o dia de solicitação do resgate;
  • D+10: 10 dias úteis após o dia de solicitação do resgate;
  • D+30: 30 dias úteis após o dia de solicitação do resgate;
  • D+90: 90 dias úteis após o dia de solicitação do resgate;

Nos fundos de Small Caps, as datas de conversão e pagamento costumam ser mais longas, por serem ativos com baixa liquidez. É importante destacar que esse indicador deve, obrigatoriamente, estar descrito no regulamento do fundo. De preferência, informando a data da conversão para o pagamento do resgate e a data de pagamento das cotas.

Rating

Analisar o rating do fundo de ações é outra dica para acertar na escolha do investimento. Essas avaliações são elaboradas e divulgadas nos sites de casas de análises e de especialistas financeiros. São fontes confiáveis, pois eles consideram uma série de fatores importantes para avaliar o desempenho de cada carteira.

Um exemplo disso são os ratings dos fundos divulgados pela casa de análise Morningstar. As aplicações são analisadas pelos especialistas que conferem uma nota de 0 a 5 estrelas para cada fundo, sendo a nota mais alta a melhor.

Como investir em fundos de ações?

Agora que você sabe o que são, quais são os tipos e como escolher um bom fundo de ações, vale entender como se tornar um cotista e ampliar seus rendimentos. Explicamos detalhadamente esse processo no passo a passo abaixo:

  1. Escolha uma corretora de valores da sua confiança;
  2. Abra uma conta na corretora e avalie os fundos de ações disponíveis;
  3. Selecione um fundo de ações adequado para o seu perfil de investidor e objetivos;
  4. Faça o aporte pela plataforma da corretora;
  5. Emita a ordem de compra e acompanhe a evolução do fundo.

Quanto rende um fundo de ações?

Depende. O rendimento dos fundos de ações acompanha o desempenho dos ativos que compõem o portfólio e/ou algum índice de referência do mercado acionário.

Por conta disso, para saber quanto rende um fundo de ações é preciso avaliar o desempenho que ele apresentou em um determinado período.

Quais os riscos de investir em fundos de ações?

Assim como qualquer outro investimento de renda variável, os fundos de ações apresentam riscos que precisam ser considerados antes de adicionar esse tipo de investimento ao seu portfólio, os principais deles são:

Volatilidade do mercado

A volatilidade do mercado e dos preços das ações é um dos principais riscos de investir em fundos de ações. Para evitar esse tipo de problema, investidores experientes e especialistas recomendam a adoção de estratégias como:

  • Aplicar uma boa parte do seu patrimônio em ativos de renda fixa;
  • Investir uma pequena parte do seu capital em fundos de ações.

Liquidez

A liquidez é o segundo risco relacionado à aquisição de fundos de ações. Isso porque, além de apresentar um período maior para o recebimento do seu investimento, é provável que você obtenha ações de empresas que não consigam cumprir com os compromissos assumidos.

Erro de análise do gestor de fundos

Por fim, o terceiro maior risco da aplicação de fundos de ações está relacionado aos erros de análise do gestor de fundos. Como o patrimônio dos investidores fica sob responsabilidade desse profissional, é possível que ele interprete algum dado de maneira equivocada.

Erros na gestão dos fundos comprometem a performance dos investimentos. 

Esses erros de gestão de fundos podem comprometer os resultados da estratégia de investimentos, provocando perdas ou baixas nos valores dos rendimentos.

Conclusão

Neste artigo, entendemos que os fundos de ações são uma forma de investimento coletivo em que os rendimentos são compartilhados entre os cotistas, de acordo com a quantia aplicada por cada um. Apesar de ser um investimento de alto riso, vale a pena para quem quer diversificar a carteira e obter melhores retornos financeiros.

Portanto, se esse tipo de investimento combina com seu perfil e objetivos financeiros, vale a pena fazer aplicações. Mas antes disso, coloque o que você aprendeu neste artigo em prática, compare e analise os indicadores de cada fundo e escolha o ideal para você.