O Tesouro Educa+ é voltado para estimular as famílias a criarem poupanças para financiar o estudo dos filhos nas universidades. Saiba mais sobre esse título público e veja se vale a pena!

O Tesouro Direto lançou, em agosto de 2023, o Tesouro Educa+. Esse é um título corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Portanto, tem a vantagem de sempre garantir um ganho real, já que a rentabilidade equivale a uma taxa fixa mais a inflação.

Mas talvez você esteja se perguntando: para que serve esse produto financeiro? O objetivo é estimular as famílias na formação de uma poupança para financiar os custos relacionados ao estudo dos filhos durante o seu período na universidade.

Por isso, ele tem algumas características próprias, que precisam ser consideradas antes de você tomar sua decisão de investimento. Neste post, vamos trazer o que é o Tesouro Educa+, como ele funciona, quais as vantagens e os riscos, e quais as diferenças para outros títulos públicos.

Então, que tal saber mais? Confira!

Sumário

O que é o Tesouro Educa+?

O Tesouro Educa+ é um título público disponível no programa do Tesouro Direto. Ele tem como foco o financiamento de estudos de graduação, dos gastos com um intercâmbio ou das despesas com material, moradia e outras durante o Ensino Superior. Assim, é uma forma de incentivar a entrada dos jovens na universidade ao ter um dinheiro assegurado por 5 anos.

Portanto, se você busca saber quais são os melhores títulos públicos para investir, precisa levar o Educa+ em consideração. Afinal, ele tem como característica a geração de uma renda passiva mensal futura, garantindo uma reserva que trará tranquilidade no futuro.

Na prática, esse título público visa ao longo prazo. Em 2023, as datas de papéis ofertados variam de 3 a 18 anos, isto é, vão de 2026 a 2041. Dessa forma, você faz um planejamento financeiro sólido, que facilitará na hora de custear os estudos.

Por que foi criado o Tesouro Educa+?

O Tesouro Educa+ foi criado para estimular as famílias a investirem uma quantia mensal e garantirem o futuro educacional de seus filhos. O dinheiro repassado na fase de resgate poderá servir para pagar as mensalidades de uma graduação, custear um intercâmbio e arcar com as despesas de material e moradia de uma universidade pública, por exemplo.

De toda forma, essa é uma oportunidade de aumentar as possibilidades financeiras da família na hora do filho cursar o Ensino Superior. Portanto, ele se enquadra como SeLFIEs, uma abreviação de expressão em inglês que designa uma renda futura capaz de custear determinado padrão de vida.

Assim, é importante que você considere os seus objetivos antes de escolher o melhor produto financeiro para investir. Especialmente, se for um título público. Isso porque existem oportunidades para diferentes metas e uma escolha errada interferirá na sua capacidade de atingir as expectativas esperadas.

Como funciona o Tesouro Educa+?

O Tesouro Educa+ funciona como uma renda passiva mensal gerada pelo prazo de 5 anos. O dinheiro é repassado a cada 30 dias para que você possa arcar com os custos de uma graduação, de um intercâmbio, ou de material e moradia. Assim, esse é um investimento voltado para o futuro educacional dos jovens, incentivando-os a ingressar no Ensino Superior.

Ao entrar no site do Tesouro Direto, o investidor poderá escolher o Educa+ com uma determinada data de conversão. Ou seja, essa é a data na qual começará a receber os fluxos mensais durante cinco anos, sendo esses fluxos pagos sempre a partir de 15 de janeiro do ano escolhido, com o valor corrigido pelo IPCA.

Aqui, vale a pena destacar que esse título conta com duas fases. A primeira é a de acumulação, na qual você investirá seu dinheiro para receber os pagamentos mensais no futuro. Já a segunda é a etapa de conversão, aquela na qual você começará a receber a renda mensal.

Ainda tem outros detalhes relevantes sobre o Educa+. Veja quais são eles e aproveite para conferir o vídeo de Marília Fontes analisando esse novo título de renda fixa.

Taxas

O Tesouro Educa+ tem algumas taxas. A primeira é a de custódia, que serve para custear a guarda dos papéis. É seguida uma tabela regressiva, que implica alíquotas entre 0,5% (para 0 a 7 anos de investimento) a 0,1% (acima de 14 anos). Na data de vencimento, essa tarifa reduz a zero.

Também há uma taxa sobre a renda mensal. Ela é cobrada pela B3, entidade que guarda os títulos e gerencia a plataforma do Tesouro Direto. No entanto, está isenta para quem tem uma remuneração de até 4 salários mínimos no período da conversão (resgate).

Para quem receber acima desse valor, a alíquota será de 0,1% sobre a quantia que ultrapassar o limite. Perceba que não existe uma quantia específica, já que é considerado o salário mínimo vigente.

Aporte mínimo

O investimento mínimo do Educa+ é igual ao de outros títulos do Tesouro Direto. Ou seja, de R$ 30, desde que isso represente 1% do papel. Portanto, você poderá aplicar a partir dessa quantia, mas o sistema poderá fazer uma correção no montante na hora de investir.

Custos

Os custos de tributação se referem a Imposto de Renda (IR). Ele segue a tabela regressiva. Portanto, a alíquota vai de 22,5%, para investimentos de até 180 dias, a 15%, nas aplicações acima de 720 dias.

Prazo

O prazo do resgate costuma ser longo. Em 2023, há opções entre 3 e 18 anos. A partir da data de vencimento, são feitos os pagamentos mensais em forma de renda passiva.

Resgate

O resgate dos valores acontece na forma de parcelas mensais durante a etapa de conversão. Assim, se o título tem data de vencimento em 2041, os valores começam a ser recebidos a partir de 15 de janeiro do ano escolhido.

Caso haja o interesse em realizar o saque antecipado, é preciso aguardar o período de carência de 60 dias. Ou seja, durante esse intervalo de tempo, você não estará apto para tal ação. Após esse prazo, é possível obter os valores de volta, mas há influência da marcação a mercado. Assim, o título pode valer mais do que o esperado ou menos do que isso.

Rentabilidade

A rentabilidade do Educa+ é de uma taxa fixa somada ao IPCA. Portanto, você receberá a variação da inflação e mais uma alíquota. Um exemplo de possibilidade é 5,06% + IPCA.

É importante destacar que os valores continuam sendo corrigidos na etapa de conversão. Nesse caso, a atualização ocorrerá somente conforme a métrica que mede a inflação, a fim de manter o seu poder de compra.

Ou seja, na acumulação, você ganha a inflação e mais uma rentabilidade real. Já na conversão, receberá somente o IPCA, o que garantirá que o seu dinheiro continue tendo o mesmo valor do que foi esperado.

Quem pode investir

Qualquer pessoa física com mais de 18 anos pode investir no Tesouro Educa+. Basicamente, ele é voltado para pais que querem custear os estudos dos filhos no futuro. No entanto, indivíduos com outros objetivos também podem utilizá-lo.

Como escolher

O investidor pode usar o simulador disponibilizado pelo Tesouro Direto para saber qual Educa+ é o ideal para a sua situação. Também é possível saber quanto terá que contribuir ao longo do tempo para alcançar o fluxo mensal que deseja a partir da data de conversão escolhida.

Por exemplo, uma contribuição de R$ 80 por mês, durante 18 anos, oferece acesso a uma renda mensal de R$ 500 durante 5 anos após a data de conversão.

Quais as diferenças do Tesouro Educa+ para IPCA+ e RendA+?

As diferenças do Tesouro Educa+ para IPCA+ e RendA+ são o foco e a forma de resgate. O primeiro garante uma renda mensal passiva por 5 anos e tem como objetivo o custeio da educação. O segundo permite resgatar o valor acumulado em uma parcela única. Já o último oferece quantias mensais por 20 anos por ser um investimento para aposentadoria.

Apesar dessas diferenças, todos esses títulos públicos são indexados pelo IPCA, o que é uma boa opção para se proteger da inflação. Portanto, todos são papéis com rentabilidade híbrida.

Assim, suas características são semelhantes, exceto pelas diferenças citadas. Assim como o Educa+, o Tesouro RendA+ foi lançado em 2023 como uma alternativa aos planos de previdência privada.

Portanto, sua diferença para o Educa+ é a finalidade e o tempo da etapa de conversão. Esses detalhes explicam por que você deve analisar os detalhes antes de tomar sua decisão de investimento.

Quais as vantagens e os riscos do Tesouro Educa+?

Confira abaixo, de forma resumida, os benefícios e perigos de investir no Tesouro Educa+.

Vantagens do Tesouro Educa+

  1. Previsibilidade de renda futura na etapa de conversão;
  2. manutenção do poder de compra devido à correção dos valores na etapa de conversão;
  3. proteção contra a inflação, com garantia de ganho real;
  4. liquidez, já que os valores podem ser resgatados a partir de 60 dias a qualquer momento;
  5. isenção da taxa de custódia para quem deixa a quantia até a data de vencimento;
  6. segurança, já que é um título assegurado pelo Tesouro Nacional.

Riscos do Tesouro Educa+

  1. Marcação a mercado, que pode levar a perdas em caso de resgate antecipado;
  2. risco de crédito, isto é, de não pagamento do emissor;
  3. risco de liquidez, que é baixo por ter potenciais compradores sempre interessados.

Em relação ao segundo ponto, é necessário reforçar que a União é o emissor mais confiável que existe. Portanto, a possibilidade de ela não honrar os compromissos financeiros é próxima de zero.

Como investir no Tesouro Educa+?

Para investir no Tesouro Educa+, abra uma conta em uma corretora de valores e/ou no Portal do Investidor, a plataforma do Tesouro Direto. Caso seja iniciante, é possível fazer o cadastro simplificado do programa do Governo Federal. O investimento pode ser feito a qualquer momento, mas a efetivação se dá somente entre as 9h30min e as 18h em dias úteis.

Fora desse intervalo de tempo, será considerado o próximo dia útil. Além disso, a liquidação dos resgates vale para o mesmo dia para os pedidos solicitados até as 13h. Depois desse prazo, considera-se o dia útil posterior.

De toda forma, a operação é realizada por meio do sistema do governo federal. Verifique as características dos títulos, faça sua escolha e digite o valor que pretende investir. O programa fará a atualização do montante, conforme as exigências do título. Então, revise e confirme a operação.

Você ainda deve saber que o Tesouro Educa+ tende a trazer uma contribuição relevante, principalmente para as famílias de renda mais baixa. Isso porque, infelizmente, muitas vezes elas não têm acesso a uma educação financeira para planejar o futuro educacional do seu filho.

Sendo um título da União, com uma estrutura simples e com investimento mínimo de R$ 30, o Educa+ pode ajudar a popularizar e incentivar a organização dos estudos.

O Tesouro ainda planeja trazer mais novidades para o título. Por exemplo, a possibilidade de um investimento coletivo, que permitirá que outras pessoas (como demais familiares e amigos) também contribuam.

Assim, fica claro que o Tesouro Educa+ é uma boa possibilidade de investimento, especialmente para quem tem o interesse de financiar os estudos futuros. Portanto, essa é mais uma modalidade que permite rentabilizar sua carteira e construir um portfólio mais qualificado e conservador.

E você, quer saber mais sobre as possibilidades de investimento do Tesouro Direto? Veja como investir em títulos públicos de forma rentável e saiba aplicar essas dicas à sua carteira!

Resumindo

Como funciona o Tesouro Educa+?

O Tesouro Educa+ funciona de maneira semelhante ao Tesouro IPCA+ e o RendA+, já que todos são indexados pelo IPCA e têm uma taxa fixa. A diferença é que ele gera uma renda passiva mensal por 5 anos, já que seu objetivo é custear os estudos de graduação. No IPCA+, o resgate ocorre em parcela única e no RendA+, eles ocorrem mensalmente por 20 anos.

Como investir no Tesouro Educa+?

Para investir no Tesouro Educa+, você deve ser uma pessoa física com conta em corretora de valores e/ou portal do Tesouro Direto. As operações precisam ser feitas entre as 9h30min e as 18h, em dias úteis. Fora desses horários, valerá o dia útil seguinte. Além disso, o capital alocado deve equivaler a 1% do título, sendo a quantia mínima de R$ 30 e a máxima de R$ 1 milhão no mês.