Com mais de 1,7 milhão de investidores ativos, o Tesouro Direto é um título de renda fixa de baixo risco, seguro e com rendimentos superiores à poupança. O programa governamental permite o investimento a partir de R$ 30 em títulos do governo online e com total praticidade.

Acompanhe este guia e descubra o que é o Tesouro Direto e como ele funciona. Também veja os prós e contras desse tipo de aplicação e como começar a investir nesse título de renda fixa.

Sumário

O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um programa criado em 2002 pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3. Por meio dele, pessoas físicas podem comprar títulos públicos federais de forma 100% online a partir de R$ 30.

Ao adquirir um título do Tesouro Direto, o investidor empresta dinheiro para o governo em troca de rentabilidade. Essa modalidade de investimento se popularizou bastante nos últimos anos, pois além de mais democrática, oferece liquidez diária para todos os papéis.

Como investir no Tesouro Direto

Investir no Tesouro Direto pode ser mais simples do que parece. No entanto, para começar a construir o seu portfólio, você precisa entender melhor como o programa funciona, qual a maneira mais segura de adquirir os ativos e os custos envolvidos nesse processo.

É possível investir no Tesouro Direto online e em poucos minutos.

Para ajudar, explicamos esses e outros trâmites relacionados à aquisição de títulos do Tesouro Direto nos próximos tópicos.

Como abrir uma conta em uma corretora?

A abertura da conta em uma instituição financeira, seja banco ou corretora, é o primeiro passo para começar a investir no Tesouro Direto. Embora o processo varie, normalmente pode ser realizado online seguindo as etapas abaixo:

  1. Abertura da conta: após pesquisar e escolher a corretora, inicie o processo de abertura da conta. Para isso, serão solicitados seus dados pessoais, documentos, comprovante de residência, entre outros.
  2. Responda ao questionário: algumas corretoras adotam formulários para conhecer o perfil de investidor de seus clientes e oferecer sugestões de ativos mais assertivas.
  3. Informe seus dados financeiros: cadastre suas informações bancárias e informe sua ocupação atual, patrimônio, renda mensal e demais dados financeiros.
  4. Valide a sua conta: após analisar seus dados, você terá que validar a sua conta por um código via e-mail ou SMS e criar uma assinatura eletrônica.
  5. Adicione fundos: transfira dinheiro para sua conta na corretora. Algumas instituições têm convênios com bancos digitais, tornando o processo mais prático.
  6. Escolha os ativos: após adicionar fundos à sua conta na corretora, escolha os ativos disponíveis e solicite a aplicação.

Como funciona o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto funciona como uma plataforma de negociação criada para que pessoas físicas tenham acesso aos títulos oferecidos pelo Tesouro Nacional. Portanto, não é possível investir diretamente no Tesouro Direto, mas sim nos ativos disponíveis nele.

Os títulos do Tesouro Direto funcionam como um investimento de renda fixa, nos quais o investidor sabe quanto receberá se manter o título até a data do vencimento no momento da aplicação.

Por norma, os investidores que mantêm os títulos até o vencimento recebem o valor correspondente à rentabilidade contratada no momento da compra. Mas essa quantia pode mudar caso decidam retirar os papéis antes do prazo.

Quais são os títulos públicos à venda?

Conhecer os títulos disponíveis no Tesouro Direto e as características de cada um deles é fundamental para quem planeja adquirir esses ativos. Confira:

  • Tesouro Renda+: é o novo título de longo prazo do Tesouro Direto, indicado para quem deseja investir para complementar a renda na aposentadoria. Através dele, o investidor faz o resgate do seu investimento em 240 parcelas, recebendo um valor mensal durante 20 anos.
  • Prefixados: são títulos com rentabilidade anual fixada no momento da aplicação. São ideais para investidores que querem saber exatamente o valor a ser recebido na data de vencimento do título.
  • Tesouro Selic: são títulos pós-fixados que possuem rendimento atrelado à Taxa Selic. É indicado para quem deseja começar a investir no Tesouro Direto.
  • Tesouro IPCA: é um título híbrido de prefixado com pós-fixado. A sua rentabilidade está atrelada ao Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA), índice que mede a inflação, mais uma taxa prefixada de juros.

Por que investir no Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é considerado a aplicação financeira de menor risco do mercado, sendo recomendada para quem está iniciando no mercado de investimentos ou para investidores com perfil mais conservador.

Acessível, o Tesouro Direto oferece diferentes tipos de rentabilidade, ampla variedade de prazos de vencimento e fluxos de remuneração. Por conta disso, os títulos podem ser incluídos em qualquer carteira de investimento.

Como dar ordem de compra?

O primeiro passo para dar ordem de compra é entrar em contato com a corretora e informar que deseja investir no Tesouro Direto. A partir disso, você só precisa seguir os passos abaixo para realizar o investimento:

  1. Faça seu cadastro no Tesouro Nacional através da corretora;
  2. Cadastre-se na plataforma do Tesouro Direto;
  3. Acesse a plataforma do Tesouro Direto e escolha o melhor título para seus objetivos;
  4. Informe o valor que deseja investir e transfira a quantia para a corretora;
  5. Defina o valor que deseja investir e transfira a quantia para a instituição financeira;
  6. Acesse a plataforma da corretora e emita a ordem de compra;
  7. Você terá acesso aos extratos e poderá acompanhar os rendimentos, vencimentos, taxas cobradas, entre outros dados dos títulos.

Como calcular os preços e taxas?

Para calcular os preços e taxas do Tesouro Direto, acesse o site da plataforma e selecione a aba Preços e Taxas. Nela, você encontra os títulos disponíveis, a rentabilidade anual, preço unitário, investimento mínimo, vencimento e ainda pode simular a aplicação.

Impostos e taxas incidem nos investimentos do Tesouro Direto.

Se preferir, você também pode usar a Calculadora do Tesouro Direto. Essa ferramenta gratuita da plataforma permite a simulação tanto do investimento quanto da rentabilidade do título.

Quais são os custos envolvidos?

Os custos envolvidos no investimento no Tesouro Direto estão relacionados a custódia dos títulos, taxas administrativas e impostos. Explicaremos com mais detalhes sobre cada um deles nos tópicos abaixo:

Taxa de custódia

A taxa de custódia, equivalente a 0,25% ao ano sobre o valor investido, é o valor pago semestralmente pelo serviço da B3, que é responsável por manter a guarda dos títulos e disponibilizar as informações e movimentações de saldos do setor.

Apenas os investidores com valores acima R$ 10 mil no Tesouro Selic precisam pagar a taxa de custódia, mas ela só incide sobre a quantia que exceder esse limite.

Taxa de administração

É a taxa cobrada pela corretora, banco ou distribuidora de valores aos investidores pelos serviços contratados. As instituições financeiras são livres para estipular a sua própria taxa administrativa, algumas chegam a isentar os clientes dessa tarifa.

Normalmente, a taxa administrativa é cobrada no momento da compra do título. Após essa primeira cobrança, o valor será cobrado anualmente e em outras situações, como no resgate antecipado e no pagamento de juros semestrais.

Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF)

O Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) é aplicado sobre os resgates realizados no período abaixo de 30 dias. Nesses casos, o valor é calculado com base nos rendimentos obtidos nesse intervalo.

É importante destacar que a alíquota incide apenas nos 30 primeiros dias de aplicação, iniciando em 96% para os resgates realizados no primeiro dia após o investimento. Portanto, quanto mais o investidor retardar o momento da retirada, menor será a porcentagem do IOF.

Imposto de Renda (IR)

O Imposto de Renda (IR) também é uma alíquota regressiva vinculada ao prazo do investimento. Isso significa que quanto mais tempo o investidor demorar para fazer a retirada, menor será o valor da tarifa, veja:

Prazo de investimentoAlíquota de IR
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

Tipos de Títulos do Tesouro Direto

Existem diversos tipos de títulos disponíveis no Tesouro Direto. Os ativos podem ser divididos em três grandes categorias: títulos prefixados, pós-fixados e híbridos. Saiba mais sobre eles a seguir:

Tesouro Selic

Os títulos do Tesouro Selic são pós-fixados e têm o rendimento atrelado à taxa básica de juros, a Selic. É indicado para investidores que desejam obter ativos com rentabilidade baseada no ritmo da economia e com fácil possibilidade de resgate.

Tesouro IPCA

O rendimento do Tesouro IPCA está indexado à inflação e a uma taxa fixa. Embora tenha um prazo mais longo, pode oferecer bons retornos aos investidores, pois os lucros obtidos com o ativo são sempre superiores ao IPCA do período da aplicação.

Tesouro Prefixado

Como o próprio nome indica, os títulos do Tesouro Prefixado têm uma taxa de juros fixa, definida no momento da aplicação. Isso permite que os investidores saibam exatamente quando receberão na data de vencimento dos papéis.

Tesouro Híbrido IPCA

A rentabilidade dos títulos do Tesouro Híbrido IPCA é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo com uma tarifa adicional para garantir que a remuneração seja sempre superior à taxa inflacionária. A principal diferença entre esses ativos e os do Tesouro IPCA principal é que eles pagam juros periódicos através de cupons semestrais.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais

Os títulos do Tesouro Prefixado com juros semestrais são indicados para investidores que desejam investir a longo prazo e preferem receber rendimentos por semestre. No entanto, por ser uma modalidade prefixada, é interessante manter o título até a data do vencimento para resgatar obter toda a rentabilidade contratada.

Investimento no Tesouro Direto

Fazer um investimento no Tesouro Direto requer planejamento. Isso porque para escolher os ativos que farão parte do seu portfólio, você precisa ter em mente os seus objetivos, as datas de vencimento, o momento da compra, entre outros aspectos. Acompanhe!

Quais são os objetivos de investimento?

O objetivo do seu investimento é um dos principais critérios para adquirir títulos do Tesouro Direto. Em geral, eles podem ser divididos em três grandes categorias, são elas:

  • Longo prazo (10 anos ou mais): títulos do Tesouro IPCA+ são indicados para quem busca um investimento para obter uma renda complementar para a aposentadoria ou deseja juntar fundos para a faculdade dos filhos.
  • Médio prazo (5 anos): Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+ podem ser boas opções para os investidores que desejam realizar projetos como a compra de um carro.
  • Curto prazo (menos de 6 meses): os investimentos do Tesouro Selic podem ser retirados a qualquer momento, sendo indicados para investidores que precisam de liquidez diária ou formar uma reserva de emergência.

Como escolher o melhor título?

A escolha do melhor título do Tesouro Direto varia conforme a necessidade de cada investidor. No entanto, para tornar esse processo mais fácil e assertivo, vale a pena considerar os seguintes aspectos do ativo antes de incorporá-lo ao seu portfólio:

  • Rentabilidade e segurança do título;
  • Seu perfil de investidor e objetivos financeiros;
  • Prazo dos títulos;
  • Aplicação mínima.

Quais são as datas de vencimento?

As datas de vencimento dos títulos são definidas pelo Tesouro Nacional quando os coloca à venda na plataforma do Tesouro Direto. No entanto, caso precise de recursos, o investidor pode efetuar o resgate do valor a qualquer momento.

É importante lembrar que, se for um título prefixado ou indexado à inflação, a retirada do ativo antes do prazo pode fazer com que o investidor obtenha um retorno maior ou menor do que foi acordado no momento da aquisição.

Como calcular o momento da compra?

Para calcular o momento da compra de títulos do Tesouro Direto, basta acessar o simulador da plataforma, escolher o ativo e inserir o valor da aplicação. O próprio sistema informa quais serão os rendimentos com base na categoria do título.

Nos títulos prefixados, o retorno é apresentado no momento da compra e será mantido até a data do vencimento. Por outro lado, em títulos pós-fixados, a rentabilidade é definida com base em um indexador da economia.

Como calcular o lucro obtido?

A rentabilidade dos títulos prefixados do Tesouro Direto é definida no momento da aplicação. Isso permite que o investidor saiba exatamente quanto irá lucrar com o ativo no momento da sua aquisição.

A rentabilidade dos títulos prefixados é informada no ato da compra.

Por outro lado, a rentabilidade dos títulos pós-fixados e híbridos está sujeita às oscilações da economia e pode variar durante o ano. Nesses casos, é importante calcular o lucro mensal do ativo antes de decidir adicioná-lo ao seu portfólio, veja como:

Tesouro Prefixado

Embora a rentabilidade dos títulos prefixados seja informada no momento da aquisição do ativo, é possível calcular o lucro da aplicação dividindo o rendimento definido ao ano por 12 meses. Nesse sentido, se o título paga 11,98% ao ano, a sua rentabilidade mensal seria de 0,9%.

Tesouro Selic (pós-fixado)

O Tesouro Selic é um título pós-fixado que acompanha a taxa básica de juros brasileira. Assim, se considerarmos o valor da Selic atual de 13,75% ao ano, temos um lucro mensal bruto médio de 1,14% ao mês.

Tesouro IPCA+ (híbrido)

O rendimento do Tesouro IPCA+ é calculado com base no valor do IPCA do período mais uma taxa fixa. Dessa forma, se o seu título rende IPCA + 5,78% anualmente, o resultado seria de 6,49% ao ano e 0,54% ao mês (dados de 18 de abril de 2023).

Quais são os benefícios do Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é uma opção de investimento bastante procurada devido às vantagens que oferece. Para você entender melhor, listamos abaixo os principais benefícios desse tipo de aplicação:

Segurança

Tanto a emissão quanto a remuneração dos títulos do Tesouro Direto são garantidas pelo Tesouro Nacional. Por conta disso, as chances de os investidores sofrerem um possível calote são menores que em alternativas de crédito privado disponíveis no mercado.

Praticidade

Não é preciso ir até uma instituição financeira para fazer aplicações, resgates ou acompanhar seus investimentos no Tesouro Direto. Todas essas ações podem ser realizadas pelo site ou aplicativo de forma simples, prática e rápida.

Flexibilidade

Os investidores que decidem aplicar seu capital no Tesouro Direto podem escolher os títulos que desejam obter conforme sus objetivos e necessidades. Esses ativos podem ser resgatados a qualquer momento, segundo a sua rentabilidade, prazos de vencimento e fluxo de remuneração.

Acessibilidade

A acessibilidade é um dos grandes benefícios oferecidos pelo Tesouro Direto. A fim de democratizar o acesso ao mercado de investimentos, o programa permite que o investidor adquira títulos a partir de R$ 30 pelo site ou aplicativo.

Quais são as vantagens e desvantagens do Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é uma alternativa bastante procurada pelos investidores. Mas antes de adicionar esses ativos ao seu portfólio, é preciso conhecer as vantagens e desvantagens que eles possuem:

Vantagens

  • Segurança;
  • Acessibilidade;
  • Praticidade;
  • Liquidez diária;
  • Rentabilidade;
  • Flexibilidade.

Desvantagens

  • Marcação a mercado;
  • Taxa de custódia;
  • Tributação.

Como investir no Tesouro Direto de forma segura?

A forma mais segura de investir no Tesouro Direto é por meio de uma instituição habilitada a negociar títulos públicos federais, seja uma corretora ou banco confiável. Portanto, antes de aplicar qualquer valor, certifique-se que a instituição financeira está certificada pelo BACEN para fazer esse tipo de negociação.

Quais são as principais dicas para investir no Tesouro Direto?

Caso decida investir no Tesouro Direto, vale a pena seguir algumas dicas básicas para evitar erros que possam prejudicar os seus investimentos, como:

  • Prefira bancos e corretoras que oferecem isenção da taxa administrativa;
  • Evite resgatar o título antes dos 30 dias iniciais;
  • Entenda o que significa fazer o resgate antecipado do título;
  • Acompanhe sua carteira e os vencimentos dos ativos;
  • Faça aportes frequentes.

Considerações Finais

Após ler o nosso guia, você já sabe o que é e como funciona o Tesouro Direto, um dos investimentos de renda fixa mais rentáveis que a poupança. Também aprendeu como fazer a sua primeira aplicação nesse tipo de investimento e calcular o rendimento de cada título.

Considere o seu perfil de investimento, bem como as vantagens e desvantagens de cada título do Tesouro Direto. Assim, as chances de obter uma boa rentabilidade serão maiores.