No início de fevereiro, o Tesouro Direto passou a disponibilizar novos títulos para os investidores. As recém-chegadas opções têm vencimentos mais longos do que aqueles que estavam à disposição no início de 2025. 

O Tesouro IPCA+ 2035 foi substituído pelo Tesouro IPCA+ 2040, enquanto o Tesouro IPCA+ 2045 foi alongado para o IPCA+ 2050.

Neste artigo, esclarecemos as dúvidas sobre o novo rol de títulos do governo e apontamos se vale a pena trocar o vencimento. Confira abaixo os novos vencimentos dos títulos públicos.

O que é Rol de títulos do Tesouro Direto?

Anualmente, o Tesouro Direto revisa a disponibilidade dos seus títulos para investimentos. Isso faz com que alguns deixem de ser ofertados e outros surjam no seu lugar, o que pode surpreender quem está investindo regularmente. 

Essas alterações seguem regras predefinidas para que o Tesouro Direto mantenha prazos de referência estáveis ao longo do tempo. 

Alguns títulos são revisados anualmente, como os prefixados e o Tesouro Selic com vencimento em até 3 anos. Já os títulos de prazos mais longos são revisados com menor frequência. O Tesouro IPCA+ (vencimento acima de 6 anos) e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (vencimento acima de 10 anos), por exemplo, passam por ajustes a cada 5 anos.

Quando mudam os títulos do Tesouro Direto?

O Tesouro Direto revisa anualmente os títulos que estão disponíveis e os atualiza conforme as regras da tabela abaixo:

Título Revisão
Tesouro Prefixado e Tesouro Selic com vencimentos até 3 anosAnual
Tesouro Selic e Tesouro Prefixado com vencimento entre 3 e 6 anos; Tesouro Prefixado com Juros Semestrais; Tesouro IPCA+ Com Juros Semestrais e vencimento até 10 anosA cada 2 anos
Tesouro IPCA+ com vencimento até 6 anosA cada 3 anos
Tesouro IPCA+ com vencimento acima de 6 anos e Tesouro IPCA+ Com Juros Semestrais e vencimento acima de 10 anosA cada 5 anos
Tesouro Renda+A partir de 2030, a cada 5 anos, será lançado um novo título com prazo de acumulação de 40 anos
Tesouro Educa+Anualmente será lançado um novo título com período de conversão em 18 anos. 

Fonte: Tesouro Direto

Quais são os novos títulos do Tesouro Direto? 

O governo anunciou novos títulos no Tesouro Direto com vencimentos mais longos, permitindo planejamento financeiro de longo prazo. Entre as novidades, destacam-se:

Tesouro Selic

A partir de agora, o investidor não consegue investir no Tesouro Selic 2027 e nem no Tesouro Selic 2029, que foram substituídos pelo Tesouro Selic 2028 e pelo Tesouro Selic 2031, respectivamente.

Tesouro IPCA+ sem juros semestrais

Também houve mudanças entre os títulos IPCA+ sem juros semestrais com vencimentos em 2035 e 2045. Estes foram substituídos pelos vencimentos Tesouro IPCA+ 2040 e Tesouro IPCA+ 2050, respectivamente.

Tesouro IPCA+ com juros semestrais

Para o IPCA+ na modalidade com juros semestrais com vencimentos em 2040 e 2055, foram substituídos pelo 2045 e 2060, respectivamente. 

Tesouro Prefixado

Por fim, os Prefixados 2027 e 2031 foram alongados para Prefixados 2028 e 2032.  

Tesouro Educa+

O Tesouro Educa+, voltado para incentivar as famílias a pouparem para custear os estudos dos filhos, ganhou um novo vencimento para 2043.

É hora de trocar títulos anteriores pelos mais longos?

Não necessariamente. A indisponibilidade de um título para novos aportes não implica, necessariamente, na necessidade de sua venda ou substituição por outro. Caso o investidor possua Tesouro IPCA 2035 ou Tesouro Selic — alternativas consideradas atrativas no contexto atual —, a recomendação é manter esses ativos em carteira.

As orientações a seguir são voltadas apenas para novos aportes.

Destacamos que, mesmo que um título não esteja mais disponível para compra no Tesouro Direto, o mesmo permanece disponível para resgate. 

No caso dos títulos IPCA+ e prefixados, o valor de resgate seguirá dependente das condições de mercado no momento da venda, sendo precificado pela marcação a mercado.

Para consultar as taxas de resgate de títulos que não estão mais disponíveis para compra, acesse o site do Tesouro Direto, vá até a aba "Preços e Taxas" e, em vez de clicar em "Investir", selecione "Resgatar", conforme indicado na imagem abaixo. Dessa forma, você poderá visualizar a rentabilidade e o preço unitário do seu título.

Para os novos aportes, os investidores de renda fixa devem ajustar suas aplicações aos vencimentos atualmente disponíveis, considerando seus objetivos e horizonte de investimento. 

Quero comprar esses novos títulos. Qual vale a pena?

Considerando o cenário econômico atual, caracterizado por uma taxa Selic elevada e juros reais altos, os títulos atrelados ao IPCA no Tesouro Direto mantêm-se excelentes oportunidades para investimentos em renda fixa.

Vemos o Tesouro IPCA+, com taxas acima de 7%, como uma excelente opção para compor a carteira de renda fixa. Ele é ideal para investidores que buscam aproveitar potenciais ganhos de marcação a mercado, proteger seu patrimônio da inflação e que possuem um horizonte de investimento de longo prazo.

Ao escolher o melhor vencimento entre os títulos IPCA+ disponíveis, é importante considerar a duration, que representa o prazo médio de recebimento dos fluxos de caixa. Como esses títulos não pagam cupons, a duration coincide com o vencimento. Quanto maior a duration, maior a volatilidade do Preço Unitário (PU).

Antes da mudança nos títulos, tínhamos preferência para o Tesouro IPCA 2035, que oferecia um bom equilíbrio entre potenciais ganhos com marcação a mercado e menor volatilidade do que as opções de duration mais longa, sem prolongar excessivamente o horizonte de investimento. 

Agora, com a indisponibilidade desse título, nosso vencimento de preferência para novos aportes passa a ser o Tesouro IPCA 2040, mantendo a opção intermediária entre as disponíveis. 

Já o Tesouro Selic tem sua rentabilidade atrelada à Selic, que acompanha as decisões do Banco Central, independentemente do vencimento. Atualmente, o título oferece mais de 1% ao mês, sendo ideal para controlar a volatilidade da carteira e obter rentabilidade no curto prazo, com alta liquidez.

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