Taxa de juros real é uma métrica muito utilizada para avaliar a qualidade dos investimentos de renda fixa. Conheça detalhes sobre ela neste post!

A taxa de juros real é um indicador fundamental para entender as oportunidades de renda fixa. Esse cálculo considera os ganhos com as aplicações financeiras, descontando os efeitos da inflação, fenômeno que indica o encarecimento de produtos e serviços num país.

Com uma métrica que considera esse aspecto, o investidor pode entender quanto verdadeiramente o patrimônio foi multiplicado. Afinal, se o rendimento for igual ou menor que a desvalorização da moeda, ele não foi produtivo na prática.

Entenda abaixo como calcular a taxa de juros real, qual sua diferença para a nominal e outras informações importantes sobre esse indicador!

O que é a taxa de juros real?

A taxa de juros real é o indicador que aponta o quanto o patrimônio foi multiplicado em um investimento, descontando-se a inflação do período. Com isso, é possível visualizar de forma legítima a porção dos rendimentos que apenas corrigiu o valor do montante conforme a desvalorização da moeda no tempo durante o qual ele esteve retido.

Qual é a diferença para taxa de juros real e nominal?

Os juros nominais apontam o rendimento em moeda independentemente da variação do poder de compra. Já a taxa real considera as oscilações dos preços de bens de consumo e serviços na apresentação para demonstrar o rendimento dentro de um contexto prático de inflação ou deflação.

Como calcular a taxa de juros real?

A taxa de juros real é calculada com a inflação sendo retirada da remuneração pelo investimento. Para isso, a fórmula utilizada é:

Taxa de juros real = (1 + taxa de juros nominal) ÷ (1 + inflação) - 1

Descubra o IPCA do período

O ponto de partida é saber quanto foi a taxa de inflação do período avaliado. Para isso, você pode utilizar o IPCA, que é o principal índice para esse tipo de cálculo.

Encontre a taxa de juros nominal

A taxa de juros nominal é a porção recebida sobre a aplicação. Geralmente, a informação é oferecida pelas instituições financeiras nas plataformas de investimento.

Para encontrar o valor, basta dividir o rendimento gerado pela aplicação inicial. Confira o exemplo abaixo:

  • valor inicial = 10.000;
  • total acumulado = 11.200;
  • rendimento = total acumulado - valor inicial = 1.200;
  • 1200 ÷ 10.000 = 0,12, ou seja, uma taxa de juros de 12%.

Caso você pretenda planejar um investimento, o ideal é usar um simulador de renda fixa para calcular os juros compostos.

Utilize as unidades em números decimais

Os juros nominais e a taxa de inflação devem ser convertidos para unidades decimais. Se for o caso, divida o percentual por 100, como o exemplo a seguir:

  • 12% = 12 ÷ 100 = 0,12;
  • 10% = 10 ÷ 100 = 0,1;
  • 8% = 8 ÷ 100 = 0,08.

Aplique os números na fórmula dos juros reais

Para exemplificar, usaremos o IPCA acumulado de 2022 (5,8%) e um investimento de 12% de rendimento na data de vencimento.

Substitua as variáveis na fórmula:

  • taxa de juros real = (1 + taxa de juros nominal) / (1 + inflação) - 1;
  • 1 + taxa de juros nominal = 1 + 0,12 = 1,12;
  • 1 + inflação = 1 + 0,058 = 1,058.

Divida os juros nominal e real:

  • (1,12 ÷ 1,058) - 1 = (1,0586) - 1;

Subtraia 1 do resultado:

  • 1,0586 - 1 = 0,0586.

O resultado pode ser multiplicado por 100 para produzir um número percentual. No caso do exemplo supracitado, a taxa de juros real foi de 5,86%.

Qual é a importância da taxa de juros real para os investimentos?

A taxa de juros real tem diversas aplicações fundamentais para os investidores do mercado financeiro. Em um primeiro momento, é possível destacar o seu papel para exprimir a legítima “qualidade” de um investimento, uma vez que mostra quanto o montante se valorizou sobre a inflação.

Noutro plano, ela também pode ser utilizada na tomada de decisões para que o indivíduo escolha por um outra aplicação financeira. Se o investidor se deparar, por exemplo, com opções de renda fixa com baixas taxas de juros reais, ele pode optar por migrar para renda variável.

Ao mesmo tempo, utilizando essa métrica para discernir entre produtos financeiros, ele pode optar por títulos cuja rentabilidade está atrelada a indicadores variáveis como o IPCA, que mensura a inflação no país.

No YouTube da Nord Investimentos, você pode conferir dicas de onde alocar seus recursos no mercado financeiro no contexto de queda da inflação. Assista já as dicas da analista de renda fixa e co-fundadora da companhia, Marília Fontes:

Qual é a taxa de juros real histórica do Brasil?

Segundo consta no Relatório Focus, do Banco Central (Bacen), e em matéria do portal G1, a taxa de juros real do Brasil está em 6,68%, no mês de agosto de 2023. Esse valor coloca o “país do futebol” como a nação com a maior cifra do mundo em tal métrica e consolida o histórico das terras tupiniquins de contar com altas taxas de juros reais.

Estudo da FGV também mostra os altos índices desse indicador com base na média da taxa Selic nas últimas décadas:

  • 2000 a 2007 — 11,3% a.a.;
  • 2008 a 2017 — 5,2% a.a.;
  • 2018 a 2019 — 2,3% a.a;
  • 2021 a 2022 — 8% a.a.

A Selic é a tarifa básica de juros da economia nacional, usada nos títulos públicos. Quando está elevada, a tendência é que a renda fixa ofereça rendimentos elevados, considerando a competição pela captação de recursos com a dívida pública.

Sendo assim, o ideal é sempre buscar conhecimento sobre o tema. Conhecer os efeitos das mudanças em indicadores da economia, como SELIC e IPCA, ajuda o investidor a identificar boas oportunidades, com juros reais mais expressivos.

Para ter acesso a conteúdos, análises técnicas, carteiras recomendadas e outros serviços a respeito do mercado financeiro, confira a plataforma da Nord Investimentos!

Resumindo

Qual a taxa de juros real do Brasil hoje?

Até o dia 3 de agosto de 2023, o Relatório Focus, do Banco Central, indica que a taxa de juros reais do Brasil é de 6,68%. É o maior valor do mundo nessa métrica, mesmo com a baixa de meio ponto percentual na Selic.

Para que é utilizada a taxa de juros real?

Os investidores utilizam a taxa de juros real para conseguir mensurar os rendimentos efetivos de uma aplicação, considerando a desvalorização ou valorização da moeda durante o período no qual o capital permaneceu retido.