Surpresa!
Há 6 anos, aconteceu uma das últimas tentativas do BC de tentar subir os juros. Não eram tempos fáceis: a inflação rondava acima de 10 por cento, as expectativas de inflação estavam desacordadas e enfrentávamos uma baita crise econômica.
Com tudo isso em mente, a autoridade monetária já vinha dando sinais de que subiria os juros em 0,5 p.p. Era a chance que eles tinham de mostrar que seguiam comprometidos com as metas de inflação.
No dia de decisão, o BC não o fez, colocando como desculpa um relatório do FMI revisando negativamente o crescimento econômico local. Patifaria! O mercado já sabia que provavelmente era o Planalto quem dava as cartas naquele momento.
Se o Banco Central ainda tinha alguma credibilidade restante, ela havia ruído a partir daquele instante. Não à toa, na história, Alexandre Tombini (presidente do Banco Central da época) ficou conhecido no mercado como “Pombini”.
Desde então, as gestões seguintes, de Ilan e Roberto Campos, sacramentaram um ponto importante para a política monetária: a busca por credibilidade. Foi isso que permitiu toda a queda de juros subsequente, e uma nova era se iniciou.
5 anos de alegrias
Uma vez conquistadas as rédeas do processo inflacionário e iniciado o ciclo de reformas, vivenciamos um ciclo muito positivo no Brasil. A Selic, que era de 14,25 por cento, foi reduzindo até os 2, com um pit stop no nível de 6,5 por cento. Nesse meio do caminho, os juros de mercado (prefixados e reais) foram se comprimindo.
A bolsa saiu dos seus níveis mais deprimidos, aos 40 mil pontos, e chegou a ultrapassar os 120 mil pontos recentemente…
Fonte: Bloomberg
Com todos os vetores de geração de valor apontados para a mesma direção, deu para ganhar bastante dinheiro. Se você simplesmente carregou o IMA-B, uma cesta de tesouro IPCA, já teve um belíssimo retorno.
Olhando à frente, o cenário vai se alterando. Os dias de tranquilidade externa e excesso de liquidez dão lugar a tempos de aperto das condições financeiras, com a treasury subindo. Os ciclos de queda de juros agora se transformam em altas. Brasil, Turquia, Rússia e outros emergentes serão pressionados na mesma direção (fruto do ambiente externo menos convidativo).
Teremos eleições no ano que vem, fator que pode mudar completamente o cenário. Ademais, o problema fiscal não foi resolvido. Os dias mais fáceis vão ficando para trás, e você precisa se adaptar.
Reveja seu portfólio
Os últimos tempos foram de extremo otimismo e, nesse período, o número de pessoas físicas na bolsa multiplicou por várias vezes. Os resultados encontrados até o momento foram extraordinários, sem a menor sombra de dúvidas.
Se avaliarmos o desempenho de uma carteira balanceada entre ativos diferentes e uma que só conste o Ibovespa, o resultado é claro em favor da segunda (gráfico da esquerda). Essa onda de bons retornos levou a negligenciar a necessidade de um portfólio bem balanceado.
Fonte: Economatica.
Entretanto, lembre-se de que o Brasil é bem cíclico. Não podemos montar uma carteira somente pensando nos dias de glória de nossas terras, mas também devemos nos preparar para o que virá adiante.
Veja como, em 10 anos, ter uma alocação balanceada entre classes de ativos diferentes foi muito mais rentável.
Investimentos e construção de patrimônio são maratonas, não corridas de 100 metros livre. É importante, sim, vencer as pequenas batalhas, mas para triunfar na guerra é exigido muito mais de você como investidor.
As águas parecem um pouco mais agitadas, e talvez seja a hora de você começar a diversificar um pouco mais a sua carteira.
Se não sabe bem como fazer isso, comece conhecendo o Nord Advisor. Você poderá montar uma carteira com Ações, Fundos, Fundos Imobiliários, Ações de Dividendos e Renda Fixa. É uma excelente relação custo x benefício.
E, por falar em Renda Fixa, já tem gente dizendo que esse ativo está renascendo das cinzas e voltando a ganhar importância. É bom ficarmos atentos.
Um grande abraço,