Os treasuries, a renda fixa internacional, estão batendo suas máximas históricas de rendimento devido às preocupações do mercado quanto ao fiscal e à inflação nos Estados Unidos.

O que está acontecendo com os títulos de dívida dos EUA?

Na última reunião do Federal Reserve, quando manteve a taxa básica de juros entre 5,25% a 5,50%, a autoridade monetária adotou um tom mais duro, indicando que os juros devem permanecer em patamares elevados por mais tempo devido à necessidade de desaceleração da atividade e inflação.

Os seus números, apesar de estarem desacelerando, ainda indicam uma necessidade de política monetária restritiva.

Ademais, a forte política expansionista adotada pelos EUA durante a pandemia (que, inclusive, causou uma atividade mais aquecida posteriormente) elevou as atenções sobre a trajetória da dívida do país, que se encontra com uma relação dívida/PIB de 122%.

Além das pressões inflacionárias, em função do aumento da dívida do país, a China também vem vendendo as treasuries que possui no seu balanço, o que ajuda a intensificar o movimento de alta da taxa dos respectivos títulos.

O que são treasuries? 

Os títulos do Tesouro dos EUA, conhecidos como “treasuries”, são títulos de dívida pública do governo americano. Os Treasuries equivalem ao Tesouro Direto que temos no Brasil, emitido pelo governo brasileiro.

Quais são os títulos do “Tesouro Direto” dos EUA?


A dinâmica dos títulos de renda fixa do governo americano é um pouco diferente da que encontramos aqui no Brasil.

Enquanto aqui encontramos com mais facilidade títulos com diferentes indexados (pós-fixados, prefixados e indexados à inflação), grande parte dos títulos americanos são prefixados.

Entre esses títulos disponíveis pelo governo dos Estados Unidos, temos:

  • Treasury Bills: vencimento em um ano ou menos.
  • Treasury Notes: vencem em até dez anos e pagam juros aos investidores a cada seis meses.
  • Treasury Bonds: têm vencimento entre 20 a 30 anos e pagam juros aos investidores a cada seis meses.

  • Todos esses acima são prefixados. Também temos as TIPs:

  • TIPs: a sigla em inglês significa “títulos do Tesouro protegidos contra a inflação”. São papéis indexados ao índice oficial de inflação dos EUA, o CPI (Consumer Price Index), e funcionam de forma semelhante aos títulos do Tesouro Direto pós-fixados que acompanham o IPCA.

É hora de investir em renda fixa dos EUA?

Dados macroeconômicos ainda fortes nos Estados Unidos, a alta do dólar e a alta do petróleo estão puxando o retorno dos treasuries para suas máximas desde 2008.

De olho nesses fatores, você pode se questionar se é hora de investir nos títulos do Tesouro americano.

Neste momento, vemos que a janela está se abrindo. Os juros estão em patamares altos. Um juro de longo prazo próximo de 5% é muita coisa para a economia americana, mas é difícil dizer até quando eles seguirão subindo.

A equipe da série Nord Renda Fixa PRO tem analisado com calma o cenário e sugerido alocações pontuais que capturam o máximo de rendimento com baixo risco.

Aumento da curva de juros da dívida americana e o mercado brasileiro

Os juros dos EUA afetam os títulos de todas as economias ao redor do mundo. Com o movimento de alta por lá, os juros futuros no Brasil também são afetados e consistem em um dos fatores (não o único, pois temos o nosso problema fiscal) que vem motivando as altas dos juros futuros por aqui.

Juros mais altos nos EUA também impactam o câmbio no Brasil, que vem desvalorizando ao longo das últimas semanas.

Além disso, os juros mais altos (no Brasil e nos EUA) impactam negativamente a bolsa brasileira, uma vez que está aumentando a taxa de desconto para trazer os fluxos a valor presente.