Corinthians pode deixar de ganhar quase R$ 500 mil por dia se for rebaixado
Apesar da vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo na tarde do último domingo, na Neo Química Arena, o Corinthians segue na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
A equipe terminou a 25ª rodada do Campeonato Brasileiro na 17ª posição, onde abre o Z4.
Quanto pode custar o rebaixamento do Corinthians?
Um eventual rebaixamento preocupa o torcedor corintiano, uma vez que a queda para Série B pode custar R$ 171 milhões de receita, ou seja, um prejuízo de R$ 468,4 mil por dia.
Mas se conseguir manter-se na Série A, o timão pode faturar R$ 718 milhões, excluindo também as vendas de atletas.
Atualmente, qualquer impacto na receita complica a reestruturação financeira do clube.
As finanças do Corinthians em 2024
Dentre os cinco maiores clubes brasileiros, o maior endividamento, disparado, é o Corinthians, com uma dívida que se aproxima de R$ 2 bilhões.
Contudo, o valor em si da dívida de uma empresa (ou time de futebol) não é quer dizer muita coisa, o importante é a sua capacidade (ou incapacidade) de pagá-la. A Petrobras (PETR4), por exemplo, possui uma dívida bruta de US$ 59,6 bilhões e possui um balanço saudável.
E uma das métricas para avaliar a solvência é a capacidade de honrar as dívidas (indicador dívida líquida/Ebitda).
Podemos ver a situação delicada do Corinthians pela alavancagem super elevada de 7x div. líq./Ebitda. Ou seja, a dívida do Timão é 7 vezes maior que o seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o qual é um indicador do potencial de geração de caixa de uma companhia.
Não dá para dizer que o Corinthians está, de fato, falido, mas com uma alavancagem de 7,0x Ebitda, o time se encontra em situação de insolvência, ou seja, com extrema dificuldade de honrar com as obrigações financeiras, tanto de curto quanto de longo prazo.
Como o rebaixamento à Série B pode gerar prejuízo ao clube?
Diante de uma situação delicada, onde o Corinthians possui dificuldades em conciliar manutenção das suas operações, investimentos e o pagamento dos juros e das dívidas, um rebaixamento seria trágico.
Se o cenário já é super desafiador na séria A, com uma receita bruta anual de pouco mais de R$ 900 milhões e as menores receitas com televisão, patrocínio, publicidade e bilheteria, o rebaixamento deixaria o clube do Parque São Jorge ainda mais próximo da insolvência.
Convivendo com prejuízos e queima de caixa, sobretudo na principal divisão do futebol brasileiro, um rebaixamento em 2025 pode ser desastroso para as finanças e para o futebol.
Torço para isso não acontecer e sim sou corintiano.
O que o Corinthians precisa fazer para não ser rebaixado?
Para sair da zona de rebaixamento, o Corinthians iniciou o processo de reformulação e tem sido destaque no mercado. O clube alvinegro foi o segundo da Série A que mais fez contratações durante o período de transferências, trazendo sete novos jogadores para reforçar o elenco. No ano o time já acumula mais de R$ 170 milhões em contratações.
Vale mencionar que os clubes brasileiros ainda podem contratar novos jogadores no segundo semestre de 2024, desde que eles estejam sem clube e tenham rescindido o contrato antes do fim da janela.
Além do campo, fica evidente a necessidade de uma reestruturação profunda no Corinthians. A profissionalização completa da gestão por meio de uma SAF e talvez até uma recuperação judicial neste primeiro momento para proteger o fluxo de caixa. Esses são alguns (dos poucos) caminhos que restam para o Corinthians.