Quantidade de investidores na bolsa do Brasil ainda é baixa, diz XP
O Brasil permanece um dos países com menos investidores do mundo, segundo dados divulgados pela B3 (Bolsa de Valores de São Paulo).
Embora o número de investidores pessoas físicas na bolsa de valores tenha aumentado para 5,8 milhões em 2022, o que representa um crescimento de +17,5% em comparação com 2021, só 2% dos brasileiros investem na bolsa.
O levantamento da B3 mostra que o Brasil está atrás de países como Índia (~3%) e China (~15%), e muito abaixo de países desenvolvidos, como Reino Unido (~30%) e EUA (~57%).
Apesar do forte crescimento recente do número de CPFs únicos, os vieses dos investidores os têm convencido a sair da bolsa de valores.
Alavancas de suporte B3
As maiores alavancas de crescimento do interesse da pessoa física na bolsa envolveram a rápida recuperação da queda forte da crise da pandemia, IPOs como o do Nubank (enorme base de correntistas com o “pedacinho”), além de novos produtos e serviços disseminados, como ETFs e BDRs.
Número de investidores na bolsa
Os dados temporais de CPFs únicos na bolsa brasileira nos mostram que o número de CPFs cresceu +238% desde a pandemia até abril de 2023.
Com a pandemia, os holofotes também ficaram para instrumentos que prometiam ganhos rápidos com aportes baixos, como day trade.
Com um volume maior de pessoas em casa, cresceram as opções de educação financeira como hubs de investidores, grupos de investimentos e cursos online.
Mesmo com o aumento da informação, os investidores saíram majoritariamente frustrados diante do cenário macro.
Alocação em renda variável é menor
Dos brasileiros com acesso à bolsa de valores, a maioria possui alocação baixa em renda variável, mostra pesquisa da XP feita com 161 assessores de investimento.
- 80% dos investidores têm de 0% a 25% da carteira em renda variável;
- 14% possuem entre 26% e 50%;
- 5% das pessoas possuem de 51% e 75% do total nessa classe;
- 1% entre 76% e 100%.
A pesquisa ainda mostra que os investidores pretendem diminuir a alocação de ações no Brasil.
A maioria (58%) dos investidores pretende manter a parcela de renda variável, dois pontos percentuais a menos que em comparação a abril.
Já 33% das pessoas buscam diminuir a posição nessa classe, o que representa uma alta de 11 pontos percentuais em relação ao mês passado, e somente 9% dos clientes planejam elevar a alocação, queda de dez pontos percentuais no mesmo intervalo.
Renda fixa ainda é a preferida
A alocação em renda fixa é apontada como a favorita devido à manutenção da taxa Selic a 13,75% ao ano.
Conforme a pesquisa, cerca de 80% dos investidores estão interessados em Tesouro Direto e 58% em fundos de renda fixa. As pessoas têm interesse menor em fundos imobiliários (47%) e fundos multimercado (45%).
Desistir da bolsa brasileira é a solução?
Na atual conjuntura, a renda fixa ainda segue atrativa, mas o mercado brasileiro é cíclico e deve ser avaliado conforme as empresas, seus resultados e investir contra ciclicamente.
É natural que os investidores queiram agir conforme o mercado (bolsa cai, investidor vende) e retomar assim que o mercado melhorar (bolsa sobe, investidor compra).
É um círculo vicioso que deteriora o patrimônio de muitas famílias há muito tempo.
A realidade é que os grandes ciclos da bolsa acontecem na virada dos juros e temos uma conjuntura interessante para nos posicionarmos em bolsa, exatamente quando ela está caindo.
Analisando o cenário atual, mesmo com incertezas políticas e econômicas, é possível observar que a bolsa brasileira segue extremamente barata, com os principais índices acionários do país ainda negociando perto das mínimas históricas e praticamente pela metade de suas médias.
Definitivamente, este não é o momento de vender bolsa no Brasil.
Se possível, a nossa recomendação é que tenha exposição, tendo em vista que existem ativos negociando a múltiplos ainda menores do que os principais índices e com perspectivas futuras bem acima da média do mercado.
Como é o caso de ações Small Caps e ações de crescimento (também chamadas de growth), que são ações mais sensíveis às viradas de ciclo e que podem se aproveitar do ambiente mais favorável.
Cuidado com a seleção de Ações
O melhor para casos como Small Caps e ações de crescimento é o stock picking (seleção das ações individuais), dado que os índices são mais pulverizados e se concentram em empresas que não necessariamente possuem os melhores resultados.
Buscar empresas com ótimos resultados e que possuem boa opcionalidade com a virada de ciclo é a forma mais adequada de investir — dado que o cenário será um gatilho, mas no longo prazo, as ações seguem os resultados.
Fica o meu convite para testar o Nord 10X (ações de crescimento) + Small Caps por um preço diferenciado.