O preço do café está, em média, a R$ 48,57 o quilo, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Em janeiro de 2024, o valor era de R$ 35,09. Este aumento está relacionado a fatores como mudanças climáticas, crescimento da demanda global e custos logísticos. 

Confira os motivos por trás desse cenário e as projeções para o futuro do mercado.

Café lidera lista de produtos com maiores aumentos de preço 

Em 2024, o café se destacou como o produto com o maior aumento de preço no Brasil. O Café moído, que exerceu o quarto maior impacto individual sobre a inflação do ano passado (0,15 p.p.), acumulou alta de 39,60% em 2024. 

Fatores climáticos impactando a produção de café

As condições climáticas adversas, como a seca e as altas temperaturas, foram os principais responsáveis pelas perdas na produção de café nos últimos anos. Em 2024, o calor intenso gerou estresse nas plantas, levando-as a abortar os frutos para se manterem vivas, o que comprometeu a colheita. Esses eventos reduzem a produtividade e a qualidade do café, resultando em menor oferta no mercado e, consequentemente, em preços mais altos.

Queda nas safras e incerteza para os próximos anos

Nos últimos quatro anos, o setor cafeeiro enfrentou dificuldades climáticas, incluindo geadas e ondas de calor. Essa sequência de adversidades impactou diretamente a produção, e a expectativa é de que as lavouras demorem para se recuperar, com possibilidade de preços elevados até 2026.

Demanda crescente por café no Brasil e no mundo

O café é a segunda bebida mais consumida globalmente, ficando atrás apenas da água. Apesar dos preços mais altos, a demanda por café continua em ascensão. Entre janeiro e outubro de 2024, o consumo cresceu 0,78% no Brasil, apontam dados da Abic.

Esse aumento no consumo pressiona a oferta e contribui para a alta nos preços. Além disso, o Brasil tem aberto espaço em novos mercados internacionais, o que influencia na oferta da bebida internamente.

Impacto dos custos logísticos no preço do café

Além dos problemas climáticos e da alta demanda, os custos de logística também influenciam o preço do café. As guerras no Oriente Médio aumentaram os custos de exportação, como o frete de contêineres, que são o principal meio de transporte do produto. Isso reflete diretamente no preço final pago pelo consumidor.

Políticas econômicas e preços mínimos estabelecidos pelo Governo

No Brasil, um dos maiores produtores de café do mundo, as políticas econômicas também influenciam os preços. O governo estabelece preços mínimos para o café, garantindo uma remuneração justa para os produtores. Os preços mínimos são calculados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essas políticas podem afetar o mercado global, uma vez que o Brasil é um player significativo na oferta mundial de café.

Especulação no mercado de commodities

O mercado de commodities é altamente volátil e sujeito à especulação. Notícias sobre condições climáticas adversas, problemas logísticos e aumentos na demanda podem levar investidores a especular sobre o preço futuro do café, inflacionando os preços atuais.

O que esperar para 2025 e 2026

Especialistas apontam que a recuperação das lavouras depende das condições climáticas dos próximos anos. Caso 2025 registre um clima mais ameno, a oferta poderá melhorar, aliviando os preços. No entanto, um cenário de novas adversidades pode manter o café como um item ainda mais caro nas prateleiras.