PIB do Brasil cresce 0,9% no segundo trimestre
O PIB do Brasil no 2° trimestre surpreendeu o mercado com uma forte alta de +0,9%, enquanto a mediana das expectativas era de um crescimento mais modesto, de +0,3%.
O resultado vem após uma alta de +1,8% no 1° trimestre, quando o agro havia apresentado um impacto relevante de +21%.
Agora, sem a contribuição do agro, que recuou -0,9% no 2° tri, os destaques ficaram para a indústria (+0,9%), serviços (+0,6%) e consumo das famílias (+0,9%).
Com esse resultado, o PIB deixa um carrego de alta de +3,1% para este ano, ou seja, se o PIB ficar estável nos próximos dois trimestres, mostrará um crescimento de +3,1% em 2023.
Crescimento econômico mais robusto que o projetado
Observamos uma economia resiliente ao longo da primeira metade do ano, com quedas do desemprego e PIB consideravelmente mais forte que o esperado, por isso o mercado vem ajustando as suas projeções.
Os economistas já revisam as suas projeções para o ano, que agora variam entre +2,5% e +3,0%. No relatório Focus da próxima segunda-feira, 4, devemos ver esses ajustes.
O ponto é que, com uma melhor performance da atividade, fica praticamente impossível imaginar o BC adotando uma linguagem ainda mais flexível sobre a condução da política monetária. A discussão sobre uma queda de 75 bps fica bem mais fria neste momento, e a incerteza passa a ser sobre quanto tempo durará o ciclo de queda e quanto será a taxa no encerramento do ciclo.
Antes, tínhamos as projeções de Selic encerrando o próximo ano em 9,0%, agora, o mercado precifica em 9,43%. Ou seja, o dado não muda a perspectiva de queda da Selic no curto prazo, mas reduz o otimismo criado sobre a parte média-final do encerramento do ciclo.