Petróleo brent sobe +4% com confronto Israel-Hamas
O grupo terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa contra Israel no último sábado, 7 — dia que está sendo chamado por especialistas de “11 de setembro dos israelitas”, tamanha a tragédia.
O conflito, que contou com milhares de foguetes, ataques terrestres e contra-ataque por parte de Israel, ultrapassou 1.100 mortos.
Disputa por território
A ofensiva faz parte de mais um capítulo sangrento da história entre Israel e Palestina — o combate mais duradouro da atualidade e que vai além das divisões políticas: é uma disputa por território.
Em resumo, a região, localizada no Oriente Médio, é considerada sagrada por judeus, cristãos e muçulmanos, e pertencia, até o início do século XX, ao Império Otomano, também conhecido como Império Turco.
Depois do fim da 1ª Guerra Mundial (1918) e com a dissolução do Império Otomano, o Reino Unido ficou responsável por criar um Estado judeu, atendendo ao movimento sionista, criado no fim do século XIX pela comunidade judaica europeia.
As promessas do Reino Unido resultaram em uma grande migração de judeus para o local ao longo dos anos, causando um grande incômodo para árabes e muçulmanos. A criação do Estado judeu, porém, ainda demorava a sair do papel.
Até que, depois do fim da 2ª Guerra Mundial (1945), com as tragédias causadas pelo nazismo e o holocausto (e uma pressão ainda maior dos judeus), a ONU tomou as rédeas.
Em 1947, a Organização propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina — proposta que foi aceita pelos judeus, mas negada pelos árabes, principalmente por ficarem com terras com menos recursos.
No ano seguinte, Israel foi reconhecida como país e, desde então, há uma grande disputa pelo território, com diversas guerras sendo travadas entre os dois povos.
A ofensiva no último sábado, 7, contra Israel, entretanto, foi a maior dos últimos 50 anos, fazendo com que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarasse uma nova guerra contra o Hamas.
Impactos nos mercados
O ataque repentino repercutiu nos mercados internacionais, com os índices futuros de Nova York caindo em torno de -0,7% no domingo, 8.
Nesta segunda-feira, 9, é feriado de Columbus Day nos Estados Unidos, mas os mercados apontam para continuidade do movimento negativo, com os investidores observando a reação dos preços do petróleo.
Preço do petróleo Brent hoje
Ontem à noite, o preço do barril de petróleo Brent, referência global, subiu mais de +4%. Ainda que Israel não seja um grande produtor internacional de petróleo, os conflitos no Oriente Médio trouxeram grandes receios aos investidores estrangeiros.
Esta manhã, o Brent chegou a ser negociado acima dos US$ 88 por barril, enquanto o WTI ultrapassou os US$ 87 no momento de maior pressão.
Bolsa do Brasil
Para hoje, é esperado que a bolsa brasileira, historicamente mais sensível a ventos externos, também reflita o que está acontecendo no exterior.
Os impactos, entretanto, deverão ser compensados, em parte, pelas ações de petroleiras e outras exportadoras. Vale lembrar que só os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) representam mais de 12% do Ibovespa.