O risco de queda na oferta de petróleo, ligado às tensões no Oriente Médio, e a trajetória do dólar, tem gerado um ambiente de incerteza para as petroleiras listadas na B3.

Empresas como Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3), Brava Energia (BRAV3) e PetroRecôncavo (RECV3) enfrentam desafios significativos em 2025, influenciados por essas variáveis macroeconômicas.

Analisamos o momento das empresas de petróleo e destacamos nossas escolhas do setor. Boa leitura!

Petrobras (PETR4)

A Petrobras aprovou um plano estratégico de US$ 111 bilhões para o período de 2025 a 2029, com foco em exploração e produção, destinando US$ 77 bilhões para essas atividades. 

Além disso, a empresa de petróleo prevê a distribuição de dividendos ordinários entre US$ 45 bilhões e US$ 55 bilhões nos próximos cinco anos, com possibilidade de até US$ 10 bilhões em dividendos extraordinários.

No entanto, a petroleira enfrenta pressão para reajustar os preços dos combustíveis devido à recente valorização do dólar, que aumentou a defasagem em relação aos preços internacionais.

Desde outubro de 2024, o dólar subiu quase 15%, elevando os custos de importação e impactando a competitividade da estatal. 

Fonte: Bloomberg

Atualmente, a gasolina apresenta uma defasagem de 13% (R$ 0,37 por litro) e o diesel de 19% (R$ 0,67 por litro), conforme dados da Associação Brasileira de Importação de Combustíveis. 

Apesar dessa pressão, o governo federal espera que a Petrobras mantenha os preços estáveis neste início de 2025 para evitar impactos inflacionários. A estatal, por sua vez, afirma que sua nova política de preços permite absorver a volatilidade cambial sem comprometer a rentabilidade e os planos de investimento. 

No entanto, há preocupação entre investidores sobre a possibilidade de prolongamento dessa defasagem, o que poderia pressionar a rentabilidade da petroleira e consequentemente a sua geração de caixa.

Diante das incertezas que cercam a Petrobras e o risco de ingerências por parte do governo sobre a estatal, preferimos as empresas de O&G sob nossa cobertura: PRIO, Brava e PetroReconcavo.

Prio (PRIO3)

A Prio é a nossa principal escolha para 2025 devido aos seus custos operacionais mais baixos e potencial de crescimento da produção. A empresa de petróleo assumiu uma participação de 40% no campo de Peregrino, na Bacia de Campos, o que amplia sua capacidade de produção. 

Atualmente, a produção de petróleo da Prio está em 76,9 mil barris por dia e deverá encerrar o ano de 2024 com uma produção de 85 mil barris por dia (com o aumento da eficiência em Albacora + anuências do Ibama para TMBT saindo). 

Para o final de 2025, a projeção é de 150 mil barris por dia (85k – 10k de declínio natural + 36k da fatia de Peregrino + 40k de Wahoo, que tem o primeiro óleo esperado para o 2º semestre deste ano).

Mesmo com um desempenho fraco no ano passado, devido à paralisação de vários poços e atrasos nas aprovações do Ibama, a Prio é negociada a 8x Lucros e 3x EBITDA para o final de 2025, se tornando uma das teses mais baratas e atrativas da nossa bolsa.

A queda das ações nos últimos meses abre um bom ponto de entrada para o papel ou aumento da exposição.

PRIO3 faz parte das carteiras ANTI-Trader, O Investidor de Valor, Nord 10X e Nord Ações.

Brava Energia (BRAV3)

Resultado da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, a Brava Energia tem um grande potencial de valorização.

Recentemente, a empresa de petróleo concluiu a aquisição de 23% do Polo Parque das Conchas, na Bacia de Campos, por US$ 150 milhões. A produção referente à sua participação é de 6,2 mil barris diários. 

Agora, com a compra, a retomada de Papa-Terra e o início das operações de Atlanta, a produção da Brava poderá, enfim, se aproximar de 90 mil barris por dia em 2025.

Além do potencial de crescimento da produção, a companhia pode embolsar cerca de US$ 1,5 bilhão com a venda dos ativos da Bacia Potiguar. Com isso, a alavancagem pode atingir em torno de 0,8 vezes a dívida líquida/Ebitda até o final de 2025.

O papel faz parte da carteira Nord Small Caps.

PetroRecôncavo (RECV3)

A PetroRecôncavo apresenta desempenho um pouco melhor aos seus pares devido, principalmente, a distribuições recentes de dividendos. Além disso, a companhia vem investindo em ganhos de eficiência e na redução dos gargalos no escoamento e no processamento de óleo e gás.

Com a perspectiva de aumento da produção por meio das campanhas de revitalização e novos poços e os ganhos de produtividade, a PetroReconcavo proporciona uma boa visibilidade de resultados.

Essa ação está na carteira Nord Deep Value.

Resultados das empresas de petróleo no 3º trimestre 

3T24 (milhoes R$)PrioBrava EnergiaPetroRecôncavoPetrobras
Receita2.6802.193850129.582
Crescimento a/a-34%-1114%4%
Ebitda1.83072747063.667
Crescimento a/a-37%8%5%-4%
Margem ebitda68%33%53%49%
Lucro liq.88749915932.555
Crescimento a/a-40%-9%22%
Margem líquida33%23%19%25%
P/L7,1x14,9x8,1x5,7x
EV/Ebitda4,5x4,7x3,4x3,2x
Dividend yield0,2%1,6%16,8%16,4%

Fonte: RI das empresas e Bloomberg. Elaboração: Nord Research

Considerações finais

Agora que você conhece algumas das principais recomendações da Nord, considere as particularidades de cada empresa de petróleo antes de investir, avaliando suas estratégias e perfil de risco.