Os fatores que pesam na gangorra da Hapvida após ações derreterem 60%

Na liderança das maiores altas do mercado, as ações da Hapvida (HAPV3) disparam no pregão de sexta-feira, 10. No fim da sessão, as ações subiram 27,3%, cotadas a R$ 2,47, recompondo parte das perdas acumuladas do mês.

Nos últimos dias, os papéis da operadora de saúde acumulam uma queda de mais de 60% devido a números fracos no balanço do quarto trimestre de 2022 – com um aumento da sinistralidade e uma visível dificuldade em capturar as sinergias previstas da fusão com a Notre Dame Intermédica.

Estrutura de capital

Em resposta à desconfiança do mercado, a Hapvida enviou uma atualização sobre a situação atual de suas opções para captação de recursos.

A companhia informou que concluiu com sucesso a 4ª emissão de debêntures, no montante de R$ 750 milhões, com uma taxa de CDI + 1,7% e vencimento em 1 ano, com parcela única.

Adicionalmente, informou que vem estudando mecanismos de venda de seus ativos fixos no modelo sale & lease back (vender e alugar de volta), assim como eventuais vendas de ativos não relacionados à sua atividade principal.

Por fim, a companhia disse que também considera alternativas de fortalecimento de sua estrutura de capital junto aos seus acionistas, ou seja, emitir novas ações em um aumento de capital.

Nossa opinião

A Hapvida deixou de ser queridinha do mercado quando sua sinistralidade envergou em uma tendência negativa, que somada às dificuldades para capturar as sinergias da fusão com a Notredame Intermédica e a forte queima de caixa tem levado a companhia a um nível de endividamento preocupante.

Desempenho das ações

No ano, as ações da Hapvida acumulam uma queda de -51% e, desde a máxima, o recuo dos papéis ultrapassa -86%.