A teoria das Ondas de Elliot é uma ferramenta de análise técnica amplamente utilizada no mercado financeiro para identificar padrões repetitivos nos movimentos de preços dos ativos.

Entender esses padrões ajuda o investidor a tomar decisões bem informadas de investimento, considerando a evolução do sentimento e da psicologia dos investidores. No entanto, a aplicação dessa teoria requer estudo e prática.

Continue sua leitura para entender melhor o que é a teoria das Ondas de Elliot, como ela pode ser usada e entenda quais são suas principais limitações.

Sumário

Assista o vídeo: Marilia Fontes ensina as Ondas de Elliott

Neste vídeo, Marilia Fontes explica sobre o conceito das Ondas de Elliot. Veja e tire suas dúvidas: Bolsa SUBINDO: Ainda dá tempo de entrar? | Marilia Fontes ensina as Ondas de Elliott

O que são as Ondas de Elliot?

A Teoria das Ondas de Elliot é uma forma de análise técnica que se baseia na identificação de ondas, ou ciclos, no preço de negociação de uma ação ou índice de ações com o objetivo de prever sua evolução.

Ela procura padrões de preços recorrentes de longo prazo que se correlacionam com mudanças persistentes no sentimento e na psicologia do investidor.

Conceito básico das Ondas de Elliot

Ralph Nelson Elliott desenvolveu a teoria das Ondas de Elliot no início de 1930 para compreender a evolução dos mercados. Essa teoria propõe que os mercados seguem um padrão de ondas, que consiste em movimentos de aumento e correção, influenciados pelo sentimento predominante dos investidores.

Segundo a teoria das ondas de Elliott, todo movimento de impulso é seguido por um movimento corretivo:

  • Fase de alta: cinco ondas para o movimento impulsivo na direção da tendência principal (ondas denotadas 1, 2, 3, 4 e 5), incluindo três ondas de impulso e 2 ondas de correção.
  • Fase de baixa: três ondas corretivas para o movimento corretivo desta tendência (denotadas A, B e C), incluindo duas ondas de impulso e uma onda corretiva.

Essas oito ondas formam um ciclo de mercado alternando entre ondas de impulso (na direção da tendência) e ondas corretivas (na direção oposta à tendência).

Princípios fundamentais das Ondas de Elliot

Os princípios fundamentais das Ondas de Elliot são a alternância, a proporcionalidade e a auto-similaridade.

Alternância

Os movimentos do mercado são influenciados por ciclos naturais e pela psicologia coletiva dos investidores. Por isso, eles seguem padrões que refletem o sentimento predominante do mercado, alternando entre fases de alta e fases de baixa, ou entre períodos de crescimento e declínio.

Proporcionalidade

Os movimentos do mercado seguem proporções matemáticas específicas. Dessa forma, essas proporções podem ser aplicadas para medir a extensão das ondas e identificar possíveis pontos de reversão. Assim, a proporcionalidade fornece uma estrutura matemática para analisar e prever os movimentos do mercado.

Auto-similaridade

Os padrões de ondas se repetem em diferentes escalas, formando estruturas fractais. Isso significa que os mesmos padrões observados em um determinado intervalo de tempo podem ser encontrados em escalas maiores ou menores. Assim, os movimentos do mercado exibem padrões semelhantes em diferentes.

Os padrões das Ondas de Elliot se repetem em escalas diferentes. 

Como aplicar as Ondas de Elliot na análise de mercado?

Para aplicar a teoria das Ondas de Elliot na análise de mercado, é preciso entender que as diferentes ondas evoluem conforme as mudanças na psicologia dos traders e, portanto, representam a evolução do sentimento dos mercados.

Identificação dos padrões de ondas

As ondas de Elliott possuem padrões e uma sequência de formação. Entenda:

  • Onda 1: É o início de uma tendência de alta ou baixa. Geralmente a onda mais curta e difícil de identificar, pois é o começo do movimento;
  • Onda 2: É uma correção parcial da onda 1, onde os investidores podem acreditar que a tendência anterior continua em curso. A correção não deve exceder 100% da onda 1;
  • Onda 3: É geralmente a onda mais longa e forte da fase de impulso, onde a tendência se torna clara para os investidores e há maior negociação a favor da tendência;
  • Onda 4: Corrige parcialmente a onda 3 e pode ser mais complexa de interpretar. Pode levar mais tempo e o preço pode se mover lateralmente.
  • Onda 5: É a última onda da fase de impulso e geralmente mais longa nos mercados de derivativos. Pode mostrar sinais de fraqueza na continuação da tendência, como baixo volume ou indicadores técnicos divergentes. Pode haver uma falha da onda 5, resultando em uma mudança de tendência.
  • Onda A: É a primeira onda de uma fase corretiva, assim como a onda 1. Pode ser difícil identificá-la, pois pode ser confundida com uma reversão da tendência.
  • Onda B: Confirma o término da fase de impulso e não deve exceder a onda 5. Geralmente é uma onda de baixa força.
  • Onda C: Geralmente é mais forte que a onda B, pois segue na mesma direção da fase corretiva.

Ondas impulsivas e corretivas

Ainda, de acordo com a teoria das Ondas de Elliott, existem dois tipos de ondas: impulsivas e corretivas. As ondas impulsivas consistem em cinco movimentos de preços, sendo três na direção da tendência e duas na direção oposta. Essas ondas são numeradas de 1 a 5.

Já as ondas corretivas seguem os movimentos impulsivos e ocorrem na direção oposta à tendência. Saber analisar essas ondas, pode ajudar a prever os movimentos futuros dos preços nos mercados financeiros.

Uso de ferramentas técnicas na análise de ondas

Existem várias ferramentas técnicas que podem ser utilizadas para auxiliar na análise das Ondas de Elliot e identificar pontos de entrada e saída no mercado, como a Retração de Fibonacci e os indicadores de momentum.

A Retração de Fibonacci é baseada em uma sequência numérica especial com aplicação nas proporções naturais do mercado. Essa ferramenta permite identificar níveis de suporte e resistência baseados nos níveis de retração de Fibonacci, como 23,6%, 38,2%, 50%, 61,8% e 78,6%.

Existem técnicas e teorias que ajudam a interpretar as Ondas de Elliot no mercado financeiro.

Esses níveis podem ser usados para identificar possíveis pontos de reversão ou continuação de uma tendência.

No caso das Ondas de Elliott, podemos usar correções para determinar onde a onda de impulso 3 ocorrerá em um movimento maior. Quando identificarmos o início da onda 1 e da onda 2, poderemos estabelecer os pontos onde o preço deve parar. Essas zonas coincidiriam com os níveis de Fibonacci, 38,2, 50 ou 61,8.

Já os indicadores de momentum são usados para medir a velocidade e a força dos movimentos de preços. Eles ajudam a identificar momentos em que uma tendência pode estar perdendo força ou ganhando impulso.

Assim, é possível procurar sinais dos indicadores de momentum para confirmar uma possível reversão de tendência nas ondas de Elliott.

Limitações e críticas das Ondas de Elliot

Embora seja uma ferramenta amplamente utilizada na análise técnica, a teoria das Ondas de Elliot possui algumas limitações e críticas importantes que também devem ser consideradas.

Primeiramente, não há evidências científicas demonstrando os méritos deste princípio oscilatório cíclico. Além disso, é preciso combiná-la com outras ferramentas técnicas.

Natureza subjetiva da análise de ondas

Uma das principais críticas é a natureza subjetiva da análise de ondas. Isso porque, a interpretação dos padrões pode variar conforme quem a analisa, uma vez que não há um conjunto de regras estritas e objetivas para identificar e desenhar as ondas.

Dessa forma, diferentes analistas podem ter interpretações diferentes dos mesmos dados do mercado, o que pode levar a resultados inconsistentes.

Por isso, é fundamental combinar a teoria das ondas de Elliott com outras técnicas de análise. Assim, ao utilizar várias abordagens em conjunto, é possível obter uma visão mais abrangente do mercado e tomar decisões mais fundamentadas para a análise das ondas.

Complexidade da aplicação das Ondas de Elliot

Outro detalhe é a dificuldade para aplicar corretamente a teoria de ondas devido à sua complexidade e à necessidade de experiência e prática. Isso porque, dominar essa técnica de análise requer muito estudo e dedicação contínua.

Uma das principais dificuldades na aplicação das ondas de Elliott é a identificação precisa das ondas e a correta classificação nos padrões. Uma boa análise das ondas depende de que o analista tenha experiência e conhecimento da teoria e do mercado, além de uma boa habilidade para reconhecer os padrões e aplicá-los corretamente aos dados do mercado.

As variações e complexidades adicionais também podem dificultar a aplicação da teoria. Se feitas por pessoas inexperientes, o resultado pode não ser satisfatório.

Por isso, o estudo da técnica e de padrões de mercado é fundamental para quem deseja dominar a análise das ondas de Elliott. Para isso, o investidor pode:

  • Ler livros sobre o assunto;
  • Participar de cursos especializados;
  • Aprender sobre análise de gráficos;
  • Observar os constantes movimentos do mercado.

Conclusão

Neste artigo entendemos o que é a teoria das Ondas de Elliott, um método de análise de mercado que identifica padrões repetitivos e tendências nos movimentos dos preços dos ativos financeiros. Muito utilizada para análise de mercado, ela ajuda a entender os padrões e identificar tendências, permitindo que investidores tomem boas decisões.

Também vimos que é fundamental compreender os padrões e as nuances da teoria das ondas de Elliott para obter uma visão mais clara da movimentação do mercado.

No entanto, também destacamos que essa é uma teoria complexa e que requer boa formação para uma análise completa e precisa. Por isso, o investidor deve buscar recursos adicionais para estudar e aprender sobre o assunto. Ainda, para praticar a teoria de ondas de Elliot, o indicado é combiná-la com outras técnicas de análise.

Para te ajudar a ter uma visão ainda melhor do mercado, suas tendências e padrões, acompanhe o blog e canal do YouTube da Nord Research.