Enquanto as crianças se fantasiavam para o Halloween, o mês de outubro reservou alguns sustos e assombrações para os investidores.

Comemorado no dia 31 de outubro, o Halloween é um evento com raízes antigas e uma tradição rica em simbolismo. Os celtas acreditavam que, no último dia do mês, conhecido como All Hallow’s Eve (véspera do Dia de Todos os Santos), os espíritos dos mortos invadiam o mundo em busca dos corpos dos vivos.

Assim como o Halloween, outubro também ficou marcado pelos históricos crashes de 1929 (Grande Depressão) e 1987 (Black Monday) nos EUA, o que contribuiu para o estigma do mês, que ficou conhecido como October Effect, ou Efeito Outubro.

Em meio à tradição do Halloween e à superstição do October Effect, o mês foi de temor e de volatilidade acentuada para os mercados.

Trick or treat

Nos EUA, onde o Halloween ganhou relevância e já é uma das datas mais importantes para o comércio, outubro foi de temores para os investidores. 

No mercado de trabalho americano, apesar dos dados mistos, algumas leituras mostraram uma desaceleração, especialmente nos dados de vagas do Jolts e do Payroll. O PIB do terceiro trimestre cresceu ligeiramente menos do que o esperado. Do lado da inflação, o núcleo do CPI (índice de preços ao consumidor) veio um pouco acima das expectativas, mas sem grandes preocupações, e o núcleo do PCE (índice de gastos de consumo pessoal) se manteve em linha com as projeções, indicando uma tendência de moderação rumo à meta de 2%.

Com dados reduzindo o otimismo sobre o ritmo de corte de juros pelo Federal Reserve no curto prazo e com a disputa presidencial movimentando o mercado, vimos os juros futuros americanos subindo ao longo do mês, voltando aos patamares acima de 4,00%.

Apesar dos dados históricos mostrarem que, em média, o desempenho do S&P em outubro é de ganhos, esse ano o índice acompanhou a superstição do October Effect e acumulou queda de -1%.

 Fonte: Bloomberg, elaborado por Nord Research

Assim, a nossa visão é de que a atividade e a inflação americana seguem desacelerando gradualmente. A economia segue resiliente, mas abrindo espaço para o Federal Reserve seguir cortando juros, provavelmente a um ritmo mais gradual nas próximas reuniões.

Calabouço fiscal

No Brasil, o fiscal continuou assombrando o mercado. No ritmo de “doces ou travessuras”,  os investidores batem na porta do governo querendo medidas concretas em relação aos gastos do governo.

A falta de credibilidade, com as travessuras do governo retirando gastos da meta fiscal e medidas parafiscais, refletiu na disparada dos juros futuros em outubro.

​​Além do risco fiscal, outro ponto a ser monitorado é a dinâmica da atividade econômica.

O mercado de trabalho brasileiro segue mostrando uma dinâmica aquecida, com a taxa de desemprego nas mínimas históricas, o que vem levando a pressões salariais. 

Para a inflação, após dados bem fracos nas últimas divulgações, o IPCA-15 de outubro mostrou novas pressões sobre os núcleos e serviços subjacentes.

Refletindo a dinâmica dos juros americanos e os ruídos domésticos, observamos que os juros futuros alcançaram novos patamares. Essa dinâmica também refletiu no nosso câmbio, que alcançou seu maior patamar desde março de 2021.

Isso, somado ao fluxo estrangeiro negativo, fez com que o Ibovespa acumulasse uma queda de -1,6% e o Small Cap -1,4% no mês.

 Fonte: Bloomberg, elaborado por Nord Research

Por aqui, além do temor sobre o lado fiscal, acompanhamos de perto os dados da inflação, dada a resiliência que observamos na atividade econômica. Esse é um cenário que justifica o país estar na direção contrária sobre a política monetária quando comparamos com o restante do mundo.

Halloween tupiniquim 

O Halloween e o mercado em outubro compartilham algo essencial: a influência do medo. 

Mas, ao invés de temer o que nos assombra, encaramos os desafios em busca das oportunidades.

Apesar dos sustos, enxergamos o momento como propício para estar alocado, de modo a possibilitar surfar as inflexões do mercado.

Seja como for, continuamos construtivos com a Bolsa, que negocia a múltiplos historicamente baixos, proporcionando boas oportunidades para o longo prazo.

 Fonte: Bloomberg, elaborado por Nord Research

O fiscal é um catalisador relevante para o mercado. A expectativa de anúncio de medidas por parte do governo pode afastar essa assombração dos investidores. Por sua vez, a diminuição das incertezas sobre uma recessão nos EUA pode reverter o fluxo estrangeiro negativo e também contribuir para um ambiente mais favorável para o nosso mercado.

Diante dessa dinâmica, seguimos otimistas em relação às nossas posições e avaliando constantemente as oportunidades. Assim, mantemos a nossa confiança para entregar uma performance acima do benchmark no longo prazo.

“Be fearful when others are greedy and to be greedy only when others are fearful” — Warren Buffett. Seja ganancioso quando os outros estão com medo e tenha medo quando os outros estão gananciosos.

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