Nos últimos meses, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) foram um dos piores investimentos no setor de varejo, com perdas de -52% no acumulado de 2024. Os papéis da empresa passaram de R$ 21,47 no fechamento do último pregão de 2023 para R$ 13,18 na terça-feira, 24.

MGLU3 a R$ 10 é oportunidade de compra?

O Magazine Luiza é apenas uma entre outras varejistas que acumulam perdas relevantes no ano. Reiteramos nossa recomendação de venda devido às perspectivas para os resultados. Dificilmente uma boa Black Friday ou Natal poderão salvar o desempenho da companhia. 

O varejo no Brasil quebrou?

Não temos ideia do que pode acontecer com as ações no curto prazo. Em 2023, o Magalu acumulou uma alta de +62,4%, entre 31 de outubro e 31 de dezembro, e, mesmo assim, o papel fechou o ano em queda de -21,2%.

Nada garante que teremos um desempenho positivo no final de ano. Em 2022 e 2021, entre outubro e dezembro, as ações do Magalu caíram -39% e -33%, respectivamente.

E estamos falando do Magazine Luiza, que, apesar do momento desfavorável para o varejo, ainda é uma das poucas companhias que consegue sustentar um patamar mais saudável de resultados.

Quando olhamos para as competidoras Casas Bahia (BHIA3) e Americanas (AMER3), a situação também é dramática.

Por que as ações de varejo estão caindo?

A grande sensibilidade à atividade econômica, a perspectiva de juros altos por mais tempo para controlar a inflação do lado macroeconômico, a alta competição e as margens baixas do lado dos fundamentos são fatores que justificam o desempenho ruim das varejistas.

Nesse contexto, outras varejistas figuram na ponta negativa do índice neste ano. Os piores desempenhos ficam para a Americanas (-94%) e Casas Bahia (-53%). Em vestuários: Azzas, combinação da Arezzo e Soma (-30%), Guararapes/Riachuelo (+25%) e Lojas Renner (+9%). Já no varejo de alimentos: Assaí (-39%), Carrefour (-28%) e GPA (-29%).

Fonte: Bloomberg

Preciso que você venda, mesmo no prejuízo

É um erro clássico: segurar o papel na esperança de recuperação. Muitos investidores têm dificuldade em realizar o prejuízo. E entendo esse sentimento, é horrível sair de uma posição com prejuízo.

Precisamos deixar o nosso viés de aversão à perda de lado e colocar as probabilidades a nosso favor.

O exercício é simples: se você tem duas padarias, uma que dá lucro e outra prejuízo, qual você vai fechar?

Na Bolsa não é diferente, afinal nós compramos empresas e não ações, e, no longo prazo, as cotações seguem os resultados.

Por isso, compramos companhias com visibilidade, focando no longo prazo. Empresas como a Aura Minerals (AURA33), uma mineradora de ouro que atravessou um período ruim em que chegamos a acumular prejuízo por um determinado período.

No entanto, sustentamos a nossa posição em AURA na carteira do Nord Deep Value devido à visibilidade de expansão da sua produção.

Melhor ação para comprar agora

A mineradora Aura começou a colher os frutos da sua estratégia de expansão no ano passado, quando iniciou as operações de uma nova mina de ouro. 

A visibilidade de crescimento continua. O objetivo é dobrar a produção até 2026 com, pelo menos, mais duas novas minas começando a operar até lá.

A Aura é um bom exemplo de reposicionamento. Em 14 de novembro de 2023, zeramos a nossa posição em Wiz (WIZC3), que acumulou uma rentabilidade negativa e não proporcionava mais visibilidade de resultados, e alocamos em Aura (AURA33).

Desde então, as ações da Aura subiram +121%, enquanto a Wiz ficou de lado com apenas +5% de alta.

Fonte: Bloomberg

Conclusão

Sem grande perspectiva para as varejistas, com um cenário macro incerto, preferimos empresas que proporcionem visibilidade de resultados crescentes. Companhias como a Aura e muitas outras que fazem parte das carteiras da Nord.

Em cenários de incerteza, como o que vivemos no momento, é fundamental buscar proteção de patrimônio e evitar correr riscos desnecessários.