O mercado de opções envolve a compra no presente que será paga futuramente, tendo um preço e data de vencimento predefinidos. Essa pode ser uma oportunidade para aproveitar a valorização futura.

Imagine que você gostaria de comprar uma roupa que será lançada em alguns meses, porém, por ainda não ter o dinheiro da compra, fez a reserva da peça por um preço fixo e uma data de pagamento futura. É mais ou menos assim que funciona no mercado de opções.

Quer dizer, trata-se de uma plataforma em que as pessoas podem escolher diferentes opções para comprar e vender fazendo projeções futuras. Por exemplo, se você acredita que o preço das ações de uma empresa vai subir, pode selar um acordo de compra em uma data futura.

Assim, se o preço realmente subir até a data de validade da sua compra, você investe menos e tem rentabilidade maior. Ou seja, valeu a pena esperar e apostar nos "bons ventos".

Mas claro, todo investimento envolve riscos e o mercado de opções não seria diferente, principalmente para investidores iniciantes. Por esse motivo, continue a leitura e tire as suas principais dúvidas sobre o assunto!

Sumário

O que é uma opção no mercado financeiro?

Consiste em um contrato entre o comprador e o vendedor. Com ele, é possível comprar um investimento a um preço e data futura preestabelecida.

Por exemplo, se você quiser comprar um brinquedo para o seu filho por R$ 50, mas não tem dinheiro agora, pode realizar um acordo. Ele dá o direito de compra do mesmo item também por R$ 50 e será entregue daqui a um mês. A opção funciona na mesma lógica.

Assim, ter um preço fixo é importante para proteger compradores e vendedores. Afinal, se o brinquedo se valoriza e sobe para R$ 60 no futuro, você ainda pode comprar por R$ 50, preço acordado anteriormente. Isso fez aumentar a sua rentabilidade do mesmo jeito que poderia elevar a do vendedor, caso o brinquedo se desvalorizasse.

As compras podem ser uma ação, índice, moeda, commodity, entre outros investimentos disponíveis. Porém, as opções de ações são as mais populares, tendo opções da empresa Vale (VALE3), opções da Petrobrás (PETR4) e muitas outras.

O que é o mercado de opções?

Trata-se de uma plataforma virtual negociada na bolsa de valores brasileira, a B3. Neste ambiente é possível comprar e vender opções. O tipo de negociação ocorrida é similar a compra de ingresso para um show.

Quer dizer, você não tem certeza se poderá ir, mas reserva o ingresso, pagando um valor menor do que se comprasse de última hora. Desse jeito, é garantido o direito de comprar o ingresso pelo preço acordado, caso decida ir ao show, se tornando um bom negócio.

Da mesma forma, no mercado de opções, os investidores compram opções para ter o direito de compra ou venda de um investimento no futuro. No caso da reserva do ingresso, se você decidir não ir ao show, pode perder o valor pago.

O prejuízo financeiro também pode ocorrer no mercado de opções, se o preço do ativo não se valorizar como o esperado. Por outro lado, caso as condições sejam favoráveis, tanto na reserva do ingresso quanto no mercado de opções, o investidor realiza um bom negócio.

Como funciona o mercado de opções?

Primeiro, é importante conhecer os termos comuns, como:

  • lançador - quem vende a opção ao titular, cedendo o direito de      compra ou venda;
  • titular - quem compra a opção;
  • ativo - objeto - é o ativo relacionado a opção, como ações, moeda,      índice etc.;
  • prêmio - valor pago ao comprador da opção;
  • strike - valor pré-determinado estabelecido no contrato de opção;
  • call - opção de compra;
  • put - opção de venda.

E aí, já se familiarizou com os conceitos? Qualquer investidor pode se tornar um lançador, ao registrar a opção, definir o preço e o prazo de validade. Na mesma lógica, qualquer investidor pode ser titular e comprar uma opção.

Do mesmo jeito, esses participantes do mercado podem não negociar se não quiserem. Mas se for analisado que vale a pena, o comprador (lançador) pode adquirir uma opção (ativo-objeto) acreditando que ela vai se valorizar futuramente.

Então, se outro interessado aparecer, ele pode comprar a opção. Porém, caso não tenha dinheiro suficiente no presente, ele faz um acordo de compra (call) futura, definindo o strike e o período do contrato. Para isso, pode ser necessário depositar um sinal para ter direito a opção.

Por exemplo, você compra uma casa para revender e o comprador interessado paga um sinal de R$ 30 mil para ter direito a ela. Além desse pagamento, o acordo é que, após 1 ano, seja pago mais R$ 240 mil para completar a venda.

Em muitos casos, a casa se valoriza e passa a valer mais. Assim, o comprador tem uma boa rentabilidade na negociação. Do mesmo modo, o oposto pode acontecer, fazendo o imóvel custar menos do que o valor pago. É nessa lógica que funciona o mercado de opções.

Como as opções são identificadas no mercado financeiro?

A identificação ocorre por um conjunto de 5 letras e alguns números. As 4 primeiras letras referem-se ao ativo associado a opção, a 5ª indica se o processo é de compra ou venda e o mês do vencimento. Enquanto isso, os números representam o valor definido no contrato.

Por exemplo, suponha que alguém tenha comprado opções de ações da empresa fictícia Bolos de José, negociado com o ticket BOLJ4. Agora, imagine que alguém comprou essa opção por R$ 70 para ser pago em um ano. Então, o ticket será: BOLJ070.

Quais são as principais estratégias para operar no mercado de opções?

Existem diversas estratégias para operar no mercado de opções, cada uma com suas características e objetivos. Confira algumas das mais comuns!

Straddle

É uma estratégia em que você compra simultaneamente uma call e um put. Elas também devem ter o mesmo preço e data de vencimento. A ideia é ganhar rentabilidade independentemente da direção que o objetivo-ativo seguir.

Quer dizer, se o preço do ativo aumentar, você pode comprar a opção e ganhar dinheiro. Se o preço cair, é possível vender e também lucrar com a negociação. Porém, se o preço do ativo não se mover o suficiente para nenhuma direção, você perde com ambas as opções.

Em outras palavras, é como entrar em uma montanha-russa: não importa se ela desce ou sobe bruscamente, você tem aventuras de todo jeito. Contudo, se ela não se mover o suficiente, o gasto pode não valer muito a pena.

Borboleta

Nessa estratégia, o investidor tem rentabilidade se ‘’apostar’’ em um preço em uma margem. Assim, quanto mais estável e dentro da faixa estipulada, melhor. Por outro lado, se o preço se valorizar ou desvalorizar muito, a rentabilidade é menor.

É como apostar em uma corrida de cavalos: quer dizer, existe a opção de escolher um animal específico para vencer. Outra alternativa é apostar em um intervalo de posições que o cavalo pode ficar, como em 1º, 2º ou 3º lugar. Se o resultado obtido permanecer dentro desse intervalo, você lucra.

Combinação de opções

Consiste na compra e venda simultânea de diferentes opções, preços e/ou datas de vencimento. Isso cria posições personalizadas, cujas combinações no mercado podem ajudar a proteger seu investimento ou gerar lucros.

Trava de alta

Também conhecida como call spread, essa estratégia estipula uma trava para o lucro máximo do investimento, diminuindo os riscos de perda da rentabilidade. Ao mesmo tempo, o potencial lucrativo também é limitado.

Trava da baixa

É o oposto da estratégia anterior, usada quando se espera que o preço de um ativo caia. Para isso, é possível vender um put com um preço menor e comprar simultaneamente uma opção de venda com um valor mais alto.

Venda coberta

Nessa estratégia, o investidor vende uma call de um ativo que possui, alternativa para quando ele espera que o preço se estabilize ou caia levemente. Dessa maneira, o investidor recebe o prêmio da venda da opção sem precisar vender seus ativos no momento.

Isso traz riscos limitados, já que se o preço das opções cair, ainda existe o ativo em posses. Além disso, o prêmio recebido pela venda das opções pode ajudar a compensar a perda no valor do ativo. Contudo, o risco é maior se o preço cair abaixo do preço das opções vendidas.

Venda descoberta

É o oposto da coberta: agora, o investidor vende opções que ele não possui, apostando que o preço do ativo cairá. Logo, existe o risco do preço, na verdade, subir, exigindo que o investidor compre as opções por menos para cumprir a obrigação de venda.

Quais são as vantagens do mercado de opções?

Assim como os demais investimentos, existem pontos positivos, como:

  • flexibilidade - o mercado de opções oferece uma ampla gama de estratégias de investimento, que permitem aos investidores se adaptarem às diferentes condições de mercado e objetivos;
  • potencial para obter ganhos em diferentes condições de mercado - incluindo mercados em alta, em baixa e estáveis.

O vídeo a seguir ajuda a entender melhor:

Quais são os riscos do mercado de opções?

Algumas das principais formas de risco associadas a esse mercado incluem:

  • risco de mercado - as oscilações do mercado financeiro podem fazer opções perder valor muito rapidamente;
  • risco de crédito - se uma das partes não cumprir suas obrigações, isso pode resultar em perdas para a outra parte;
  • risco de eventos imprevisíveis - como mudanças regulatórias ou geopolíticas no cenário global e do Brasil, podem afetar os preços dos ativos subjacentes e, consequentemente, os preços das opções.

É especialmente importante que iniciantes no mercado de opções fiquem de olho nos riscos envolvidos para minimizá-los e não quebrar na bolsa. Isso, claro, se for um desejo de se expor a investimentos sujeitos a muitas flutuações. Assim, essa decisão deve ser alinhada com o perfil do investidor e os objetivos financeiros.

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Resumindo

É possível ganhar dinheiro com opções?

Sim e até para proteger o seu dinheiro, mas é preciso considerar os riscos e saber montar as estratégias adequadamente.

Quais são as desvantagens do mercado de opções?

O investidor tem riscos de ficar no prejuízo, já que a rentabilidade depende do comportamento do ativo, podendo ser muito volátil.