Melhor título de renda fixa para 2022
Olá, investidor.
Chegou 2022, e com o novo ano renovam as esperanças, ideias e sonhos (como o Ibovespa acima de 140 mil pontos).
Usar amarelo na virada pode até ajudar a atrair dinheiro, mas também temos que nos lembrar de não perder o dinheiro conquistado.
A gente vai falar bastante sobre maneiras reais de proteger seus investimentos, começando agora — na primeira news do ano.
Onde investir?
Com o início do ciclo de forte queda dos juros a partir de 2016, muitos investidores passaram a se interessar por investir na Bolsa. Com isso, o número de pessoas apostando em ações cresceu e a renda fixa foi colocada para escanteio.
Em 2020 e até no início de 2021, com a taxa de juros em +2 por cento, os investidores olhavam para a renda fixa como algo sem risco e sem perspectiva de grandes retornos. Quase aquele primo que a família acredita que nunca vai dar certo.
Em agosto do ano passado, quando a taxa de juros saiu de +4,25 por cento para +5,25 por cento ao ano, a classe de ativos voltou a ficar interessante e a família passou a olhar para o primo com mais carinho.
Em 2021, a Selic fechou aos +9,25 por cento ao ano, o maior patamar desde 2017, e o mercado espera novas elevações, podendo superar os +11 por cento neste ano. O primo rico vem aí?
Avaliando o contexto macroeconômico, é inegável que a renda fixa está bastante convidativa para investimentos.
Não só pelos rendimentos de dois dígitos, mas também pelo fato de poder ser um mecanismo de proteção do seu patrimônio, principalmente no ano de eleição presidencial, que costuma ser um período de alta volatilidade no mercado.
Como funciona
Quando você compra um título de Renda Fixa, você está emprestando dinheiro ao emissor do papel (banco, empresa ou governo). Em troca, recebe uma remuneração na forma de juros e/ou correção monetária.
Existem diferentes títulos de Renda Fixa e muitas possibilidades de retorno, pois cada título se comporta de maneira diferente. A depender do título, as taxas e preços podem variar diariamente até a data do vencimento, resultando no famoso efeito de “marcação a mercado”.
Nesses casos, os ganhos são fixos caso o investidor carregue o título até o seu vencimento, e a marcação a mercado (cujo efeito está relacionado aos juros futuros da economia) tem uma participação direta nesse processo.
Por isso, a analista de Renda Fixa e sócia-fundadora da Nord, Marilia Fontes, afirma que, ao contrário do que muitos ainda acreditam, “renda fixa não é fixa”.
Títulos de Renda Fixa
Temos três tipos de Renda Fixa e cada um se comporta de uma maneira diferente de acordo com o cenário macroeconômico.
Sob essa perspectiva, é crucial entender os desafios no caminho da economia brasileira em 2022 e nos próximos anos para saber qual título comprar.
Cá entre nós: o cenário este ano não está muito otimista. A inflação se tornou mais preocupante ao longo do ano passado – e também vai afetar a inflação de 2022 –; houve uma alta mais forte dos juros para tentar controlar essa inflação; baixo crescimento, que inclusive será ainda mais desfavorecido por conta dessa alta mais forte dos juros; queda do poder de compra dos trabalhadores e, para piorar, teremos eleições presidenciais.
Essa combinação de fatores eleva as incertezas do mercado e impacta suas decisões de investimento.
O melhor investimento em renda fixa para 2022
É sempre importante ter em mente que os títulos com vencimentos mais longos acabam respondendo mais ao risco fiscal, enquanto os títulos com prazos mais curtos sinalizam expectativas ligadas à política monetária.
Ao comparar os diferentes tipos de Renda Fixa, o Tesouro pós-fixado é um título que é beneficiado pelo ciclo de alta dos juros, uma vez que a remuneração é atrelada à taxa Selic ou ao CDI. Ou seja, se a taxa básica de juros subir, o título renderá mais. Simples assim.
Já os títulos Prefixados e/ou atrelados ao IPCA merecem ainda mais cautela, pois podem sofrer com a marcação a mercado, especialmente os de prazos mais longos.
Vamos pegar, por exemplo, os atrelados ao IPCA, que são títulos híbridos com um componente pós-fixado que te devolvem a inflação, mas também têm um componente prefixado, que é o juro real.
Se a inflação subir muito, de modo a fazer o mercado reprecificar de uma maneira ainda mais forte a necessidade de juros para cima, o componente prefixado (juro real) sobe e gera uma marcação a mercado negativa.
Quando se trata de um IPCA com prazo longo, por exemplo, o risco com a situação fiscal do país acaba sendo de grande relevância na tomada de decisão de investimento. Se há o risco do fiscal piorar, o juro real pode subir e gerar prejuízo de marcação a mercado.
Contudo, essa marcação a mercado só acontece se você vender o título antecipadamente. Se você levar até o vencimento, vai receber exatamente a taxa real contratada, mas ao mesmo tempo você pode estar perdendo a oportunidade de investir a taxas bem maiores, caso o juro real suba.
Por isso, a leitura do cenário macroeconômico é extremamente importante para decidir se vale ou não a pena investir nesse tipo de título.
Não se trata apenas do pensamento de “a inflação está subindo, vou investir no título indexado à inflação”. Não é tão simples assim, pois há o custo de oportunidade de você investir em alternativas ainda melhores a depender de como forem as perspectivas para o cenário econômico nos próximos anos.
Quais são os tipos de títulos pós-fixados?
Você pode investir em títulos pós-fixados emprestando para o governo por meio do Tesouro Selic (também conhecido por ser o título do emissor mais seguro da economia), emprestando para bancos por meio de LCIs, LCAs e CDBs ou emprestando para empresas por meio de Debêntures, CRIs e CRAs.
O Tesouro Selic, por exemplo, é conhecido pela maioria dos investidores e é muito utilizado para a reserva de emergência. Além disso, é um investimento seguro e com liquidez (isso significa que é facilmente negociável), e você não corre o risco de perder dinheiro, como é o caso dos prefixados e/ou indexados à inflação, que podem sofrer com a marcação a mercado.
Na data de publicação deste conteúdo, encontramos dois desses títulos disponíveis para negociação:
Tesouro Selic 2024 (vencimento em 1 de setembro de 2024);
Tesouro Selic 2027 (vencimento em 1 de março de 2027).
Como falamos anteriormente, o Tesouro Selic é recomendado para quem deseja realizar investimentos com objetivo de se aproveitar do ciclo de alta da Selic e, ao mesmo tempo, preservar seu capital mantendo a sua carteira líquida e livre de risco.
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