O Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, subiu a taxa de juros básicos da economia, a Selic, em 1 ponto percentual (p.p.), por unanimidade, para 12,25% ao ano

A alta foi a terceira consecutiva e vai ao encontro das expectativas do mercado, que já previa uma aceleração no ritmo de aperto monetário.

Por que a Selic subiu?

Segundo o comunicado da decisão do Copom, entre as causas para o aumento da taxa de juros estão: a alta do dólar, o pacote fiscal abaixo do esperado e o aumento dos preços de Alimentos e Bebidas.

Ainda de acordo com a autoridade, a magnitude total do ciclo será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta. O Copom tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.

A percepção dos agentes sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.

Nova alta da Selic inibe o apetite por risco

De modo geral, a aceleração da alta da Selic diminui a atratividade para a bolsa brasileira. Os juros mais altos afetam negativamente o poder de compra e reduzem a demanda (principalmente para as empresas mais cíclicas), além de encarecer o custo de financiamento (afetando mais as empresas com alavancagem mais alta).

Como a alta da Selic está vinculada a uma deterioração do fiscal brasileiro, os juros futuros longos também estão subindo, o que eleva as taxas de desconto utilizadas nos valuations do mercado e reduz o valor presente estimado para as ações (principalmente no caso das ações de crescimento).

Além disso, também há um efeito negativo no fluxo de capital para as ações por conta da maior aversão a risco e do aumento do custo de oportunidade (de deixar o dinheiro investido em renda fixa livre de risco), o que afeta a bolsa de maneira geral, mas de maneira mais intensa determinadas classes de ações, como as cíclicas, alavancadas, small caps, ações de crescimento, por exemplo.

Ações com a Selic em 12,25% ano ano

Neste cenário, as ações que tendem a performar melhor são as empresas consideradas mais defensivas, como as das empresas de dividendos (normalmente mais maduras e com geração de caixa mais estável e previsível) ou as algumas empresas de commodities (as dolarizadas).

Ainda assim, é importante ressaltar que no curto prazo o macro tem mais influência no desempenho das ações, mas que no longo prazo é o micro que tem mais peso sobre o retorno, desta forma, vale a pena ficar atento às oportunidades que acabam surgindo (empresas com ótimas perspectivas ficando muito baratas) em momentos de mau humor generalizado do mercado. 

Rendimentos da renda fixa com nova alta da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por mais uma alta na taxa Selic, mantendo o cenário favorável para quem busca oportunidades na renda fixa. Com o aumento dos juros, diversos ativos de renda fixa têm se tornado atraentes, permitindo ao investidor alinhar suas escolhas ao seu perfil e horizonte de investimento.

Para quem busca maior segurança e liquidez no curto prazo, os pós-fixados de curto prazo ou com liquidez diária são excelentes opções, pois acompanham diretamente a variação da taxa Selic, garantindo rendimentos consistentes. 

Já para investidores com objetivos de longo prazo, o Tesouro IPCA+ 2035 se destaca. Este título não só oferece proteção contra a inflação, como também proporciona uma taxa de juros real atrativa, ideal para quem deseja preservar e ampliar o poder de compra ao longo dos anos.

Além disso, o Tesouro IPCA+ 2035 traz uma oportunidade adicional de ganhos por meio da marcação a mercado. Caso as taxas de juros apresentem queda no futuro, o preço do título pode subir, permitindo ao investidor lucrar com a valorização, caso decida vendê-lo antes do vencimento. Essa possibilidade torna o IPCA+ 2035 uma escolha interessante para quem quer aliar rendimento no longo prazo com a chance de ganhos no curto prazo em cenários de redução das taxas.

Qual é a previsão da taxa Selic para 2025?

Para 2025, a expectativa para a taxa Selic foi de 12,63% para 13,50%, de acordo com o último relatório Focus, divulgado na segunda-feira, 9 de dezembro. Para o ano de 2026, o aumento foi de 10,50% para 11,00%. Para 2027, o aumento foi de 9,50% para 10,00%.