Os juros brasileiros subiram em torno de 25 pontos-base, voltando para patamares de 12,50% na sessão de quarta-feira, 9, em linha com a alta dos juros americanos e a piora de 1% da nossa moeda. 

O Banco Central americano publicou a ata da última reunião do Fomc, com um tom mais conservador, não descartando a manutenção do Fed Funds na próxima reunião. Isso acontece alguns dias depois dos dados de emprego (Payroll) apresentarem uma melhora significativa. Com isso, o mercado voltou à narrativa de que talvez o juro americano não caia tanto, sendo que, anteriormente, o mercado chegou a precificar novas quedas de 50 pontos-base

Se o juro americano, que é o mais importante do mundo, não cai tanto, então o juro brasileiro fica menos atrativo, prejudicando o fluxo de investimentos para cá e o valor da nossa moeda. 

Fed mantém taxas de juros no nível mais alto

Faz sentido os EUA trabalharem com uma taxa de juros mais alta? Em minha opinião, não. Os dados de payroll vieram mais fortes, mas são voláteis e outros dados de emprego mostram uma piora nas condições de trabalho. 

Mas o mercado anda muito seduzido pela narrativa de que, após a pandemia, entramos em um cenário de juros estruturais mais altos. Entre as justificativas estão o protecionismo e o aumento da dívida pública. 

A possibilidade de Trump taxar produtos chineses, o que pode prejudicar a inflação, assusta o mercado. 

No entanto, o próprio governo Biden anunciou, no mês passado, um aumento nas tarifas de 100% sobre veículos elétricos da China, 50% sobre painéis solares e 25% sobre aço, alumínio, baterias de veículos elétricos e minerais essenciais. Essas medidas passaram a valer a partir de 27 de setembro. 

Nos próximos meses, os dados de inflação vão mostrar o real impacto das medidas na aceleração da inflação. 

Mas é importante lembrar que inflação não é choque de preços. Inflação é um processo contínuo e generalizado de aumento nos preços. 

Por que os juros futuros estão subindo?

Quando olhamos o fundamento do Brasil, vemos uma situação de inflação bem controlada, mas uma atividade econômica mais forte que o esperado. Por um lado, os dados de atividade e emprego mostram uma economia aquecida e resiliente, mesmo em um cenário de juro alto. 

Uma parte dessa melhora pode ser creditada aos estímulos do governo, como pacotes de transferência que aumentam o poder aquisitivo da população. Mas isso não explicaria tudo. 

Essa realidade faz com que os economistas esperem uma aceleração da inflação futura. No entanto, essa aceleração ainda não ocorreu.

Os dados do IPCA, publicados ontem, mostraram um número comportado, com a inflação de serviços (mais ligada ao emprego) caindo. 

 Fonte: Warren

Pressão na inflação

Como explicar o fato de a inflação de serviços ter caído com o desemprego nas mínimas históricas?

A verdade é que todos os economistas estão tentando entender o que isso significa.

Pode ser apenas um lapso de tempo e a inflação futura de fato subir? Pode. 

Inclusive é isso que o mercado está precificando atualmente com as inflações implícitas em títulos isentos em valores bem acima da meta. 

Mas pode ser também que estejamos no meio de algum tipo de choque de produtividade, que permita uma atividade mais alta e uma inflação mais baixa ao mesmo tempo. 

Apenas conheceremos qual é a tese vencedora nos próximos meses. Caso seja a segunda, a de um choque de produtividade, teremos muito prêmio na curva de juros. 

Vale a pena investir em renda fixa no cenário atual?

Sim, vale a pena investir em renda fixa. Apesar do risco de aceleração da inflação futura, o mercado colocou tanto prêmio na curva que a inflação teria que acelerar para além de 5,5% para que o investidor pudesse ter algum prejuízo.

Ou seja, essas taxas aguentam muito desaforo. 

Mas, caso você decida alocar em prefixados ou indexados, é importante estar ciente dos riscos e pensar na alocação como investimento de longo prazo. 

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