Jackson Hole: Powell sinaliza que juros nos EUA ainda podem subir
O Simpósio de Jackson Hole é um evento anual que reúne banqueiros centrais ao redor do mundo.
Na manhã desta sexta-feira, 25, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), falou sobre a condução da política monetária na economia americana.
Powell reconheceu os avanços dos últimos dados, principalmente com os dados de inflação vindo melhores.
No entanto, a atenção sobre a dinâmica da atividade segue presente, uma vez que o mercado de trabalho permanece apertado, apesar de sinais de desaceleração nos últimos dados.
Ao falar que o Fed não descarta subir o juro no caso de os próximos dados virem fortes e que vai mantê-los nesses patamares restritivos (atualmente entre 5,50% e 5,25%) pelo tempo que for necessário, Powell mandou uma mensagem para o mercado que, até pouco tempo atrás, estava precificando a taxa básica de juro americana caindo em torno de 4,0% até o final do próximo ano.
Nos últimos dias, o mercado já vinha ajustando essas expectativas, e o discurso de hoje intensificou esse movimento. Minutos depois do discurso de Powell, os juros futuros de 5 anos passaram a subir cerca de 7 basis points (bastante para os EUA), com o mercado entendendo o recado do Fed. Nesse momento, o mercado deu uma acalmada e os juros de 5 anos sobem 3 basis points.
A questão é que realmente o Fed deve manter a taxa básica de juros em torno desses patamares de 5,50% por mais tempo e, para iniciar o ciclo de queda, é necessário um mercado de trabalho em processo de desaceleração consistente ao longo das próximas divulgações, de modo a se refletir em uma inflação mais direcionada à meta de longo prazo da autoridade monetária, de 2,0%.
Cada dado será importante para entender os próximos movimentos do Fed e, portanto, devemos seguir acompanhando de perto.