Inter (INBR32) x Nubank (ROXO34): qual a melhor ação do setor bancário após o 2T24?
As ações do Nubank (ROXO34) subiram +2,8% nos últimos dois dias, após a venda de 3% da participação do CEO global e fundador do banco, David Vélez, e sob o impacto do balanço do 2T24. No ano, o "roxinho" acumula uma alta superior a +80%.
Com essa valorização, os investidores podem se sentir atraídos pelo rendimento da fintech. Afinal, é um belo desempenho.
Mas, para nós, há apenas uma coisa a se fazer: não compre Nubank.
Como a Nord avalia o Nubank
No 2T24, o Nubank apresentou mais um trimestre sólido e tem evoluído nos indicadores operacionais, com destaque para a continuidade da forte adição de clientes (sobretudo, na vertical de investimentos e nas contas PJ de pequenas e médias empresas), a elevada taxa de atividade, a manutenção do custo de servir abaixo de US$ 1 e o bom desempenho nas vendas de seguros.
Desconsiderando o efeito negativo da variação cambial, o banco entregou um forte crescimento na receita líquida, que cresceu +65% e chegou a US$ 2,8 bilhões no 2T24. Com despesas controladas, o lucro líquido mais do que dobrou, uma alta de +114%, totalizando US$ 563 milhões. Já o retorno sobre o patrimônio (ROE) ajustado foi de 33% (bastante elevado).
No entanto, o destaque negativo do último trimestre foi o forte aumento da inadimplência (a NPL +90d já está em 7%, +1,1 p.p.) enquanto as provisões para devedores duvidosos (PDD) estão caindo, o que leva a uma redução do índice de cobertura e é um indício de que o banco pode não estar provisionando as perdas como deveria.
O que esperar do Nubank em 2024?
Para o ano de 2024, o mercado projeta um crescimento de +34% na receita do Nubank e de +87% no lucro. Até agora, a empresa entregou bem mais do que isso e, provavelmente, essa tendência deve permanecer no segundo semestre.
Contudo, destacamos dois fatores de risco para a tese: (i) o banco tem 95,5 milhões de clientes no Brasil, o que significa que a continuidade do crescimento da base de clientes precisará vir da expansão internacional da empresa, o que, a nosso ver, aumenta consideravelmente o risco; e (ii) o comportamento da empresa em relação à inadimplência levanta dúvidas sobre a qualidade do crédito e pode resultar em perdas maiores do que as esperadas pela empresa no futuro.
Continuaremos a acompanhar de fora, com uma visão neutra para a ação.
Qual a melhor ação do setor bancário?
Em vez de Nubank, no setor financeiro, preferimos o Inter&Co (INBR32). O papel acumula um rendimento espetacular de +430% nos últimos 17 meses, até o dia 15 de agosto de 2024. O rendimento é 12 vezes maior que o do Ibovespa, que entregou +37% de valorização no mesmo período.
Com a aceleração na captação de novos usuários e a adição de 1,6 milhão de clientes à sua base, o Inter encerrou o 2T24 com 33,3 milhões de contas, um crescimento de +20% na comparação anual. Foram adicionados 1 milhão de clientes à base de usuários ativos e a taxa de ativação foi de 55% (+3,1 p.p.). Cabe destacar que, nas duas milhões de contas PJ do Inter, a taxa de ativação é de 80%.
A receita média mensal por cliente ativo (ARPAC) foi de R$ 44,7, uma leve queda de -3% devido à aceleração do crescimento e o custo de servir (CTS), que caiu R$ 11,1 (-11%) devido à alavancagem operacional da companhia. Em linha com a aceleração do crescimento da base, o custo de aquisição de clientes (CAC) subiu para R$ 32,6 (+20%).
Dessa forma, o Inter entregou um lucro recorde de R$ 223 milhões no 2T24, o que representa uma alta de +248% e o retorno sobre o patrimônio (ROE) superou a barreira dos dígitos, alcançando 10,4% (+6,8 p.p.) no 2T24. O índice de Basileia (relação entre capital próprio e de terceiros) foi de 19% (-3,5%), com a empresa acelerando sua concessão de crédito, mas ainda bem acima da média dos bancos brasileiros.
O que esperar do Inter em 2024?
No último trimestre, o Inter entregou um crescimento 8x maior do que o mercado no número de contas PF e 4x maior nas contas PJ. Mesmo assim, continuou entregando a dobradinha crescimento + rentabilidade, aumentando o ROE novamente no 2T24 e ultrapassando a barreira dos 10% pela primeira vez.
O Inter ainda continuará trazendo novos clientes de forma consistente, mas o trabalho mais difícil já foi feito (alcançar uma escala que permite o aumento da lucratividade e construir um portfólio de produtos amplo e de qualidade).
Daqui em diante, o que a empresa terá que fazer é “pescar no próprio aquário”, aumentando a receita por cliente com cada vez mais cross sell. As sete verticais de negócios trabalham em conjunto e se retroalimentam para gerar mais valor na empresa.
O Inter continua evoluindo em direção ao plano 60/30/30 (60 milhões de clientes, 30% de índice de eficiência e 30% de ROE).
A cada trimestre, o banco deixa mais claro para o mercado que será de fato capaz de alcançar seu guidance para 2027, o que implica em revisões para cima das projeções dos analistas e, consequentemente, do upside na ação, movimento que tende a fazer o papel subir forte ao longo dos próximos anos.
Reiteramos que as ações do Inter (INBR32) são a principal posição do Nord 10X.
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