As recentes declarações de Donald Trump sobre a imposição de novas tarifas de importação de aço geraram preocupação no mercado financeiro, afetando diretamente as ações de grandes siderúrgicas brasileiras, como a CSN (CSNA3). 

O impacto dessas medidas protecionistas vai além das fronteiras dos Estados Unidos, podendo influenciar o desempenho financeiro futuro de empresas exportadoras de aço no Brasil e refletindo na volatilidade de suas ações na Bolsa de valores no presente.

Como as tarifas de Trump afetam as ações das siderúrgicas brasileiras

As tarifas de importação propostas por Trump visam proteger a indústria siderúrgica americana, tornando o aço importado mais caro e favorecendo os produtores locais. Para as siderúrgicas nacionais, que possuem uma presença significativa no mercado internacional, isso representa um desafio. 

O aumento dos custos para exportar para os EUA pode reduzir a competitividade e impactar diretamente a receita dessas companhias. O reflexo imediato foi observado na queda de algumas dessas ações, com investidores reagindo ao aumento do risco para o setor.

Um dia após o anúncio da tarifa de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre alumínio, a principal impactada foi a CSN (CSNA3), cujas ações chegaram a cair mais de -2% (mas que foram apresentando forte recuperação ao longo do pregão).

A companhia, em conjunto da ArcelorMittal e Ternium (duas empresas estrangeiras com operações no Brasil), seriam as mais impactadas pela medida de Trump, tendo em vista suas exposições no país e suas maiores “dependências” de exportação para os EUA.

Já companhias como a Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4), teriam impactos reduzidos em seus resultados e, consequentemente, suas ações. Essa última, inclusive, poderia até mesmo se beneficiar das medidas tarifárias americanas, já que a empresa possui operações relevantes nos Estados Unidos (cerca de um terço de suas vendas são provenientes dos EUA).

Com isso, além de não ser tão impactada pelas tarifas, a companhia também poderia ganhar mercado sobre suas concorrentes. Até o meio do pregão desta segunda-feira, 10, as ações da Gerdau (GGBR4) subiam +4,85%, enquanto os papéis de sua metalúrgica (GOAU4) apresentavam alta de +4,06%. Usiminas (USIM5), por sua vez, subia +2,14%.

O cenário econômico para o Brasil com a nova política de tarifas

O Brasil, como um dos principais exportadores de aço para os Estados Unidos, pode sofrer consequências econômicas significativas com a implementação dessas tarifas. 

Além de prejudicar o setor siderúrgico, as tarifas podem afetar o equilíbrio da balança comercial e gerar instabilidade nos preços do aço no mercado interno. O governo brasileiro, por sua vez, pode buscar negociações diplomáticas para minimizar os impactos, enquanto as empresas do setor avaliam estratégias para diversificar seus mercados e reduzir a dependência das exportações para os EUA.

Perspectivas para o mercado de ações e o setor siderúrgico

Apesar da reação inicial negativa do mercado, o futuro das ações das siderúrgicas brasileiras dependerá da evolução das negociações entre Brasil e Estados Unidos. Caso o governo brasileiro consiga acordos que amenizem as tarifas, o impacto poderá ser limitado. 

Por outro lado, se as medidas forem mantidas de forma rígida, o setor terá que se adaptar a um novo cenário de maior concorrência e custos mais elevados para exportação. Investidores devem acompanhar de perto os desdobramentos políticos e econômicos para avaliar oportunidades e riscos no mercado de ações.