Na área de investimentos, acompanhar os indicadores econômicos como o IGP-M é imprescindível para conseguir tomar as decisões de forma estratégica. Neste artigo, conheça essa métrica em detalhes.

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é um dos mais importantes do mercado. Mas, apesar de muitos investidores o conhecerem, vários não compreendem profundamente a seu funcionamento e o quanto ele impacta nas aplicações financeiras.

Por essa razão, neste post, falaremos mais sobre esse tema, explicando a definição desse índice, sua influência nos investimentos e como ele pode ser fundamental na tomada de decisões financeiras. Continue a leitura!

O que é o IGP-M?

A sigla IGP-M significa Índice Geral de Preços do Mercado. Esse é um dos principais indicadores econômicos do país, uma vez que seu papel é analisar e acompanhar a inflação brasileira, além do ajuste de preços em contratos e investimentos.

Seu cálculo ocorre uma vez ao mês e é de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma instituição privada. Esse resultado também é utilizado para o reajuste de tarifas públicas, contratos de serviços, aluguéis de imóveis, entre outras possibilidades.

Em resumo, esse indicador é essencial para a medição da movimentação dos preços em todo o Brasil. Isso acontece em diversas atividades econômicas e em todas as etapas do processo de produção.

Entenda o cálculo do IGP-M

O cálculo do IGP-M considera a oscilação do preço de bens e serviços, assim como o de matérias-primas, utilizadas nos três principais setores econômicos do país: a agricultura, a indústria e a construção civil. Sendo assim, o resultado desse indicador é a média da inflação dessas atividades:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) — com peso de 60%;
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC) — com peso de 30%;
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) — com peso de 10%.

Esse peso indicado em cada desses índices corresponde a parcelas da despesa interna bruta. O cálculo é feito por meio da base das Contas Nacionais. Dessa forma, o IPA é o responsável por monitorar a oscilação dos preços na parte da produção. Já o IPC está diretamente ligado aos preços que trazem impactos ao consumidor final. Por fim, o INCC considera a variação apresentada na aquisição de mão de obra e materiais de construção.

Para entender melhor, veja um pouco mais sobre cada um desses indicadores:

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) é um indicador econômico que avalia a alternância de preços de um conjunto de bens e serviços que representam o consumo típico de uma determinada população ao longo do tempo.

Em resumo, o IPC é utilizado para o acompanhamento da inflação ou da variação dos preços dos produtos e serviços que as pessoas adquirem com certa frequência.

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

O INCC ou Índice Nacional de Custo da Construção é utilizado para medir a variação dos custos que envolvem todas as etapas da construção civil no Brasil. Assim, esse indicador visa analisar as alterações nos preços da mão de obra, dos materiais envolvidos e todos os serviços relacionados ao setor.

Sua competência abrange empresas que atuam com projetos, construtoras, incorporadoras, governo, entre outros.

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produto Amplo (IPA) é um indicador voltado para o acompanhamento da variação dos preços de produtos comercializados nas etapas de desenvolvimento dos processos industriais e agropecuário, ou seja, insumos utilizados antes de o artigo ser disponibilizado para consumo final.

Qual o valor do IGP-M hoje?

Considerando os últimos 12 meses, o IGP-M acumulado ao fim de agosto, quando foi divulgada a pesquisa mais recente da FGV, é de -7,20%.

IGP-M acumulado no mês e no ano

No mês de agosto, o IGP-M seguiu a toada de julho e apresentou queda de 0,14%. Com isso, o acumulado em 2023 é de -5,28%. No mesmo período de 2022, a oscilação tinha sido de -0,70%, com o índice acumulado do último ano em 8,59%.

Qual a diferença entre IGP-M, IGP-10 e IGP-DI?

No Brasil existem três índices utilizados amplamente na hora de medir a inflação e oscilação de preços. São eles: IGP-M, o IGP-10 e o IGP-DI. Mesmo tendo siglas parecidas, esses indicadores contam com diferenças significativas em diversos pontos, veja abaixo:

1. IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado):

  • Periodicidade: o IGP-M é calculado de forma mensal e a divulgação do resultado acontece ao fim de cada mês;
  • Metodologia: esse índice é composto por três subíndices: o IPA, o IPC e o INCC. Cada um deles mostra as oscilações de preços em diferentes setores da economia, incluindo produtos agrícolas e industriais, bens de consumo e custos relacionados à construção civil;
  • Finalidade: o ajuste de contratos se baseia abundantemente no IGP-M, isso inclui os acordos de aluguéis e títulos de dívidas. Esse indicador também é uma referência essencial para a análise da inflação e demais ajustes econômicos.

2. IGP-10 (Índice Geral de Preços - 10):

  • Periodicidade: o IGP-10 é uma versão do IGP-M cujo cálculo também acontece mensalmente. O que muda nesse caso é a coleta dos dados, que ocorre em um período distinto, ficando entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês-base;
  • Metodologia: a semelhança entre o IGP-M e o IGP-10 é a composição dos subíndices que é a mesma, porém a periodicidade da coleta de dados segue a diferença supracitada, o que gera resultados distintos;
  • Finalidade: o IGP-10 é tido como uma prévia do IGP-M, já que sua divulgação acontece primeiro. Por isso sua utilização acontece com o intuito de obter uma estimativa de como ficará a inflação no mês de referência.

3. IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna):

  • Periodicidade: calculado mensalmente e divulgado no final de cada mês;
  • Metodologia: assim como os dois indicadores anteriores, o IGP-DI é composto pelos subíndices IPA, IPC e INCC. Entretanto, o que há diferença na forma de coleta de preços para alguns produtos;
  • Finalidade: é amplamente utilizado em contratos financeiros e reajustes, assim como ocorre como IGP-M. Algumas instituições financeiras e contratos, podem especificar o uso do IGP-DI em vez do IGP-M, o que implica em diferenças no resultado do cálculo.

Em resumo, esses três indicadores são imprescindíveis no acompanhamento de informações sobre a inflação e no momento de realizar os ajustes nos contratos e aplicações.

A escolha entre eles depende do que está em contrato ou até mesmo das necessidades que determinada análise econômica tem. De qualquer forma, todos eles contam com dados valiosos sobre as variações de preços na economia nacional.

Qual a relação do IGP-M com investimentos?

Quando pensamos nos impactos do IGP-M de maneira indireta, é porque esse é um índice de inflação, que pode mostrar a perda de valor real dos investimentos com o passar do tempo.

Vamos a um exemplo: imagine que um investidor tem uma aplicação com um rendimento anual de 10%, mas que a variação do IGP-M foi de 8%. Nesse caso, esse ativo teve um retorno real de apenas 2% e perde apreço do autor da aplicação.

No caso dos contratos de aluguel, a influência acontece quando o IGP-M sobe, fazendo com que os proprietários de imóveis façam reajustes no valor. Isso acaba impactando tanto os inquilinos quanto os investidores imobiliários.

Os títulos de renda fixa, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), também são influenciados pelo IGP-M. Em alguns desses casos, seus rendimentos têm vínculo com os índices de inflação. Assim, quando há aumento, os ativos seguem o mesmo caminho.

Já os fundos imobiliários, por exemplo, podem contar com ativos imobiliários cujos aluguéis são reajustados com base no IGP-M, afetando seu rendimento.

Gostou desse conteúdo? Leia nosso blog e saiba mais sobre outro importante indicador nacional da inflação, o IPCA.

Resumindo

O que o Igp-m afeta?

O IGP-M afeta, direta e indiretamente, diversos aspectos econômicos de um país. Ele pode tornar, por exemplo, investimentos mais ou menos vantajosos, assim como indica o reajuste em aluguéis e outros tipos de contratos.

O que mais impacta o desempenho do Igp-m?

Como o IGP-M é formado por outros três indicadores, o que mais impacta o desempenho do é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que corresponde a 60% do cálculo da métrica. Ele diz respeito à variação dos preços de insumos muito utilizados nos processos agropecuários e industriais.