O IFIX (Índice de Fundos de Investimento Imobiliário) é uma das principais referências para quem deseja investir em Fundos Imobiliários (FIIs) no Brasil. Ele serve como um termômetro do mercado, refletindo a média de desempenho de uma seleção dos fundos negociados na Bolsa de Valores. 

Assim como o Ibovespa para as ações, o IFIX ajuda o investidor a acompanhar o comportamento geral dos FIIs, facilitando a compreensão das tendências de valorização ou desvalorização desse setor. Neste texto, vamos explorar o que é o IFIX, como ele funciona e por que ele é uma ferramenta essencial para quem deseja investir em fundos imobiliários.

Sumário

O que é o índice IFIX?

O IFIX, ou Índice de Fundos de Investimento Imobiliário, é um indicador que mede o desempenho dos principais fundos imobiliários negociados na B3, a Bolsa de Valores do Brasil.

Ele reflete a média ponderada da performance de uma carteira de FIIs, permitindo que os investidores acompanhem de maneira simplificada o comportamento geral desse mercado.

O índice inclui uma seleção de fundos imobiliários com boa liquidez, ou seja, aqueles que são mais negociados no mercado. Com isso, o IFIX se torna uma referência sólida para quem deseja entender o panorama geral dos FIIs sem precisar acompanhar o desempenho de cada fundo individualmente.

IFIX é um índice de retorno total. O que isso significa?

O IFIX é um índice de retorno total, o que significa que ele não considera apenas a valorização (ou desvalorização) das cotas dos FIIs, mas também inclui o pagamento de dividendos distribuídos pelos fundos. Ou seja, o retorno total reflete tanto a variação no preço dos fundos quanto os proventos que são pagos aos cotistas.

Esse formato é interessante porque muitos investidores optam por FIIs justamente pela distribuição recorrente de rendimentos. Ao incluir os dividendos no cálculo, o IFIX dá uma visão mais completa do retorno gerado pelos fundos imobiliários, proporcionando um retrato fiel do desempenho que um investidor teria ao aplicar nesses ativos.

Qual o desempenho do IFIX?

O desempenho do IFIX varia de acordo com as flutuações do mercado imobiliário e das condições macroeconômicas. Historicamente, o IFIX tem mostrado um desempenho estável, sendo menos volátil do que o mercado de ações.

O gráfico mostra o desempenho do IFIX e do IBOV ao longo dos anos. Nota-se que o IFIX, representado em vermelho, apresentou um crescimento consistente ao longo do tempo, superando o desempenho do IBOV (em azul) de forma significativa e um retorno também superior ao longo do tempo.

 Fonte: Economatica.

Em períodos de alta nos juros, por exemplo, os fundos imobiliários tendem a ter uma performance mais tímida, já que outras opções de investimento, como títulos de renda fixa, se tornam mais atraentes. Por outro lado, quando as taxas de juros caem, os FIIs ganham força e o IFIX pode apresentar uma valorização mais robusta.

IFIX e sua menor volatilidade

Comparado ao mercado de ações, o IFIX apresenta uma volatilidade relativamente menor. Isso ocorre porque os FIIs, em geral, estão ligados a ativos imobiliários físicos, que tendem a ser mais estáveis e menos sujeitos a flutuações rápidas do que ações de empresas, por exemplo. 

Essa característica faz com que o IFIX seja considerado uma opção mais conservadora para investidores que buscam menos exposição ao risco.

Além disso, muitos FIIs distribuem dividendos regularmente, o que gera uma renda passiva previsível para o investidor, diminuindo o impacto das oscilações no valor das cotas.

Quais são os critérios para entrar no IFIX?

Para que um fundo imobiliário seja incluído no índice, ele precisa atender a uma série de critérios estabelecidos pela B3. Entre eles estão:

  • liquidez: o fundo precisa ter um volume mínimo de negociações em um período específico, garantindo que os investidores consigam comprar e vender suas cotas com facilidade;
  • tempo de listagem: o fundo deve estar listado na B3 por um período mínimo de tempo, o que ajuda a garantir que ele tenha uma performance consistente e seja mais previsível;
  • quantidade de negócios: o número de transações realizadas com as cotas do fundo também é considerado, para garantir que o fundo tenha um nível mínimo de interesse por parte do mercado.

Esses critérios visam selecionar apenas os fundos mais relevantes e negociados, assegurando que o índice reflete o desempenho dos fundos que realmente têm impacto no mercado.

Uma vez incluído, o valor de mercado passa a influenciar o resultado do fundo?

Sim, após a inclusão no IFIX, o valor de mercado do fundo passa a influenciar diretamente seu peso no índice. Quanto maior o valor de mercado de um fundo, maior será sua influência no cálculo do IFIX. Isso significa que fundos maiores, com maior capitalização, tendem a ter um impacto mais significativo no desempenho geral do índice do que fundos menores.

Quando o índice IFIX é revisado?

O IFIX passa por revisões periódicas a cada quatro meses. Essas revisões são realizadas pela B3 para garantir que o índice continue refletindo o desempenho dos fundos imobiliários mais relevantes do mercado. Durante essas revisões, fundos podem ser incluídos ou removidos do índice, dependendo de sua liquidez, volume de negociações e outros critérios.

Essas revisões são essenciais para manter o índice atualizado, garantindo que ele continue a ser uma referência confiável para os investidores que desejam acompanhar o desempenho do setor.

Quais motivos levam a exclusão dos componentes do índice IFIX?

Fundos imobiliários podem ser excluídos do IFIX se deixarem de atender aos critérios estabelecidos pela B3. Os motivos mais comuns para exclusão incluem:

  • baixa liquidez: se o fundo não alcançar o volume mínimo de negociações exigido, ele pode ser removido do índice;
  • redução no número de transações: caso o número de negócios realizados com as cotas do fundo diminua significativamente, ele também pode ser excluído;
  • fusões ou incorporações: em casos onde o fundo é incorporado por outro, ele pode deixar de existir como entidade separada e, portanto, sair do IFIX.

Qual é a composição do IFIX?

A composição do índice muda é revisada a cada quatro meses, quando a B3 remove os fundos que não atendem mais aos critérios estabelecidos e inclui novos fundos que passam a cumprir as exigências necessárias para fazer parte do índice. Portanto, o índice periodicamente sobre alterações é  possível consultar cada um dos papéis componentes da carteira no site da B3. 

Como investir no IFIX?

Investir no IFIX pode ser feito de duas formas principais: diretamente, adquirindo cotas dos fundos imobiliários que compõem o índice, ou indiretamente, através de ETFs (Exchange-Traded Funds) que replicam o desempenho do IFIX.

A compra de cotas de FIIs oferece a possibilidade de selecionar individualmente os fundos, enquanto os ETFs proporcionam uma exposição diversificada ao índice com uma única aplicação.

Vale a pena em investir no IFIX?

Investir diretamente em um índice significa ter exposição a todos os fundos imobiliários negociados na B3. No entanto, isso implica seguir passivamente o índice, sem conhecer a fundo os ativos que o compõem ou a qualidade desses ativos.

Dessa forma, ao investir em um índice, não há a possibilidade de obter um retorno superior a ele. Isso pode não ser interessante para investidores que buscam superar o benchmark e obter um rendimento acima do mercado. Por isso, dependendo do seu apetite por retorno, investir diretamente no índice pode não ser a melhor escolha.

Selecionar ativos individualmente, conhecendo a tese de investimento e avaliando o potencial de retorno de cada um, permite um controle maior sobre a composição da sua carteira. Assim, é possível construir um portfólio alinhado com suas expectativas e objetivos. Afinal, ao investirmos em uma classe de ativos, o objetivo é obter um desempenho superior ao do índice de referência, e não apenas o igualar.

No entanto, é importante destacar que a escolha entre seguir um índice ou montar uma carteira própria depende do perfil e dos objetivos de cada investidor. Não há uma abordagem certa ou errada; o importante é estar alinhado com a estratégia que melhor atende às suas necessidades.

Comparação entre IFIX e o IDIV

O IFIX e o IDIV são dois índices que medem o desempenho de diferentes tipos de ativos. Enquanto o IFIX acompanha o desempenho dos fundos imobiliários, o IDIV, ou Índice de Dividendos, foca nas empresas que têm um histórico consistente de pagamento de dividendos. 

Analisando o gráfico mais de perto, o IFIX e o IDIV apresentam um desempenho muito semelhante ao longo do período analisado, com ambos acompanhando a mesma tendência geral de crescimento, no entanto, o IFIX uma menor volatilidade.

Observa-se também que, nos últimos anos, o IDIV superou o IFIX, em parte devido à elevada exposição à Petrobrás (PETR) no índice (9,8%). Esse movimento foi impulsionado por uma distribuição robusta de dividendos pela empresa, o que contribuiu para a alta expressiva recente do IDIV.

Fonte: Economatica.

Em resumo, o comportamento dos dois índices é quase paralelo, indicando que tanto os fundos imobiliários quanto as ações pagadoras de dividendos mantiveram um desempenho consistente e correlacionado ao longo do tempo, refletindo uma atratividade similar para os investidores que buscam rendimento.