5 ações que mais subiram e caíram em abril no Ibovespa
O Ibovespa encerrou o mês de abril em queda de -1,70%. Das 86 ações que compõem o índice, apenas 20 posições encerraram em alta, enquanto as outras 66, em baixa. O principal destaque positivo no mês foi a Petrobras, com alta de +15,53%, enquanto a maior baixa foi para as ações da CVC, que caíram -30,69% no período.
Maiores altas de abril
Empresa | Ticker | Var. (%) |
Petrobras | PETR4 | +15,53 |
IRB Brasil | IRBR3 | +13,73 |
JBS | JBSS3 | +9,02 |
Petz | PETZ3 | +8,28 |
Vale | VALE3 | +4,04 |
1. Petrobras (PETR4) +15,53%
As ações da Petrobras lideraram o Ibovespa no mês de abril e impediram que o índice apresentasse queda ainda mais expressiva (como o SMLL, por exemplo). O mês começou difícil para a estatal, com notícias negativas sobre uma possível troca em seu comando (ventilaram até mesmo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante) e discussões sobre seus dividendos extraordinários (que, no final, foram aprovados em 50%). Atualmente, preferimos outras opções no setor, como PRIO3 e RRRP3.
2. IRB Brasil (IRBR3) +13,73%
O IRB apresentou, no final de março, seus resultados do 4T23, mostrando que está atravessando um processo de recuperação após diversos anos negativos, com polêmicas e fraudes contábeis. No 4T23, a empresa entregou um lucro líquido de R$ 38 milhões, revertendo prejuízo no mesmo período de 2022. Ainda que tenha prejuízos acumulados, seu CEO não negou a possibilidade de voltar a pagar dividendos no próximo ano. Acompanharemos de perto, mas, no momento, ficaremos de fora.
3. JBS (JBSS3) +9,02%
Em terceiro lugar no ranking de maiores altas de abril, está a JBS, que, mesmo com um resultado do 4T23 abaixo das expectativas, vem elevando a confiança do mercado para uma possível recuperação operacional e financeira em 2024, com suas operações no Brasil e na Austrália podendo compensar o desempenho mais fraco nos EUA, que passam por um ciclo do gado negativo. Assim, alguns bancos elevaram suas recomendações para a empresa, impulsionando seus papéis no mês.
4. Petz (PETZ3) +8,28%
O cenário macroeconômico vinha pressionando as ações da Petz (assim como praticamente todas as varejistas da bolsa) até o dia 19 de abril, quando a empresa anunciou que estaria em conversas para concretizar uma fusão junto à Cobasi, uma de suas principais concorrentes no mercado pet no Brasil. A operação resultaria em uma tão desejada consolidação do setor e, com altas sinergias estimadas e um valor determinado para as ações da empresa de R$ 7,10, PETZ3 subiu +37% em apenas um dia.
5. Vale (VALE3) +4,04%
Por fim, mas não menos importante, está a Vale. As ações da mineradora seguiram o movimento do preço de sua principal commodity, o minério de ferro, que subiu mais de +16% em abril, com notícias mais positivas sobre uma possível recuperação da demanda chinesa. No Nord Dividendos, acabamos de recomendar a compra das ações da Vale, não apostando na China, mas, sim, investindo em uma companhia com elevada geração de caixa, baixa alavancagem e altos pagamentos de dividendos.
Maiores quedas de abril
Empresa | Ticker | Var. (%) |
CVC | CVCB3 | -30,69 |
Azul | AZUL4 | -25,23 |
Magazine Luiza | MGLU3 | -24,44 |
Locaweb | LWSA3 | -21,23 |
Grupo Soma | SOMA3 | -20,24 |
1. CVC (CVCB3) -30,69%
Abrindo a lista de maiores quedas de abril, as ações da CVC fecharam o mês em queda de mais de -30%, dando sequência ao movimento negativo de março, após a divulgação de resultados fracos no 4T23, com mais um prejuízo registrado. Além disso, o mês de abril foi marcado pela alta do dólar, que atingiu seu maior patamar no ano atual. Vale lembrar que o dólar influencia diretamente a operação da companhia, tendo em vista seu poder de aumentar ou reduzir (no caso) a demanda dos clientes.
2. Azul (AZUL4) -25,23%
Assim como a CVC, a Azul é mais uma empresa impactada diretamente pela variação cambial. Com praticamente toda sua receita concentrada em reais, mas com seus principais custos em dólar (em especial com combustíveis), a depreciação de nossa moeda acaba resultando em uma compressão de margens para as companhias aéreas e, consequentemente, em um movimento negativo para seus resultados e ações (GOLL4 caiu quase -40% no mês, mas não está mais no Ibovespa).
3. Magazine Luiza (MGLU3) -24,44%
Já as ações do Magalu seguem em tendência de baixa e figuram, pelo segundo mês consecutivo, em terceiro lugar na lista de maiores baixas do índice. Os resultados negativos no 4T23 (e sem grande visibilidade para os próximos trimestres), o anúncio de aumento de capital e a alta dos juros em abril elevaram o pessimismo com suas ações. Mesmo que a própria empresa tenha definido o 4T23 como “ponto de virada”, os desafios internos e externos são grandes e o seu valuation não é nada atrativo.
4. Locaweb (LWSA3) -21,23%
Outro setor que possui forte correlação com os juros é o de tecnologia – ainda mais para empresas de alto crescimento, como é o caso da Locaweb (atualmente LWSA). Em abril, alguns bancos revisaram suas recomendações para os papéis da empresa, com estimativas mais fracas para seus resultados no 1T24. Ainda assim, a Locaweb deverá entregar crescimento em sua receita e manutenção no processo de recuperação de suas margens. No Nord Deep Value, temos uma posição pequena em LWSA3.
5. Grupo Soma (SOMA3) -20,24%
Fechando a lista de maiores quedas, assim como o Magalu, o Grupo Soma foi mais uma varejista a ser impactada pelo atual cenário dos juros no Brasil, que está diretamente relacionado ao consumo da população. Ainda que esteja em processo de fusão com a Arezzo e que o mesmo seja visto com bons olhos pelo mercado, isso não impediu que ambas as ações caíssem em abril (ARZZ3 caiu -19%). No momento, preferimos outras empresas no setor, como LREN3 e a própria PETZ3.