IBC-Br de agosto é de 146,6 pontos e cai mais do que o esperado. Saiba as consequências
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou uma queda de -0,77% em agosto, segundo o Banco Central. O resultado veio pior do que as expectativas do mercado, que projetavam um recuo de -0,60%.
Com o resultado, o IBC-Br acumula alta de 3,06% no ano e de 2,82% em 12 meses.
O IBC-Br é visto como uma proxy para o Produto Interno Bruto (PIB) por levar em consideração os principais indicadores de atividade do mês, como serviços, varejo e indústria.
IBC-Br de agosto cai mais do que o esperado
Apesar do mau sinal pelo lado da atividade econômica, essa é uma bela notícia pensando pelo lado do controle inflacionário.
Recentemente, observamos dados mais fracos como um todo, a exemplo da atividade de serviços que recuou -0,9% nesta semana, ante projeções de alta de +0,4%. Os dados de varejo também vieram mais fracos, com queda de -1,3%, ante expectativas de -0,7%.
O ponto de atenção ainda paira sobre o mercado de trabalho que vem sustentando o consumo, mas se os dados (especialmente de serviços) continuarem se mostrando mais fracos, uma hora isso tende a se refletir nos dados da Pnad.
Ou seja, vemos sinais mais claros dos efeitos da política monetária restritiva sobre a dinâmica da atividade, o que, consequentemente, reflete na inflação.
Reação do mercado ao IBC-Br de agosto
O mercado reagiu ao dado com quedas nos juros futuros, visto o cenário mais favorável para o Banco Central levar a inflação para patamares mais próximos da sua meta de 3,0%. Além do IBC-Br em si, hoje o mercado amanheceu com quedas nos juros futuros dos EUA, o que também impacta os níveis de juros futuros por aqui na mesma direção.
Vale ressaltar novamente que essa é uma boa notícia, mas não o suficiente para o BC acelerar o passo de queda da Selic para 75 bps. Ao mesmo tempo, se esse desaquecimento tiver uma sequência consistente, isso poderia significar um patamar de juro mais baixo ao fim do ciclo de queda.