O IBC-Br avançou +0,63% no mês de junho, desempenho mais forte que as expectativas de +0,50%.

O IBC-Br busca antecipar o Produto Interno Bruto (PIB) ao levar em consideração os principais indicadores de atividade do mês, como serviços, varejo, indústria e agro.

Em junho, os serviços mostraram uma alta de +0,2%, abaixo das projeções do mercado de +0,5%, mas com revisão para cima do mês anterior de +0,9% para +1,4%.

Varejo ampliado veio mais forte (muito devido a veículos), com alta de +1,2%, enquanto as expectativas eram de queda de -0,3%, assim como a indústria, que cresceu +0,1% ante expectativas de queda de -0,1%.

Ou seja, de fato os dados de atividade de junho vieram mais fortes, o que justifica o número mais pressionado do IBC-Br.

São dados que não atrapalham o ciclo de queda da Selic, uma vez que os últimos dados de inflação reforçaram um cenário mais benigno, além dos juros em patamares contracionistas que seguirão produzindo efeitos sobre a economia ao longo dos próximos trimestres.

Por outro lado, são dados que colocam um pouco mais de cautela na ala do mercado, que espera uma aceleração de passo para uma queda de 75 bps na Selic.
Levando em consideração a linguagem adotada pelo BC e os dados que tivemos até o momento, uma manutenção do ritmo de 50 bps parece ser a mais provável.

Não podemos descartar uma aceleração ao longo desse ciclo, mas esse movimento demandará uma sequência de informações positivas.

O que é o índice IBC-Br?

O IBC-Br tem como objetivo mensurar a evolução contemporânea da atividade econômica do país e contribuir para a estratégia de política monetária do Banco Central.

Para que serve o IBC-Br?

A importância desse dado para o mercado vem do fato de ele ser tratado como uma proxy mensal do Produto Interno Bruto (PIB). Por isso é conhecido também como uma espécie de "prévia do PIB".

Ainda que a correlação não seja perfeita, dados mais positivos já começam a animar o mercado também para o PIB do segundo trimestre de 2023 (2T23).