O Nubank (ROXO34) ampliou sua atuação no mercado financeiro com o lançamento de dois novos ETFs (Exchange Traded Funds) na Bolsa brasileira. Os produtos financeiros, LVOL11 e HIGH11, foram desenvolvidos em parceria com a B3 e são baseados nos índices Smart Beta do Ibovespa.

Está pensando em investir em algum ETF? Confira esses pontos antes de tomar uma decisão e escolha a melhor opção.

O que são ETFs?

Os ETFs são fundos de investimento negociados na Bolsa de Valores, nos quais você pode comprar ou vender cotas do fundo, como se fossem ações. No Brasil, os ETFs são voltados para uma gestão passiva, ou seja, o fundo tem como objetivo replicar um índice ou setor de mercado a partir de uma metodologia pré-definida, em vez de selecionar os ativos a partir das convicções do gestor.

O que são Índices Smart Beta?

Smart Beta é uma estratégia de investimento que busca superar os índices tradicionais, como o índice Ibovespa B3, ajustando a composição dos ativos de um fundo. No caso dos novos ETFs do Nubank, essa abordagem é aplicada para proporcionar rendimentos diferenciados.

Quais são os principais tipos de ETFs?

Existem diferentes tipos de ETFs, como: ETF de índice (que acompanha o S&P 500, por exemplo), de renda fixa, de setor (exposição a um setor específico), de multiativos (ETF que investe em outros ETFs de diferentes tipos), de commodities e de estilo (investir em empresas de crescimento, por exemplo).

Quais as vantagens de investir em ETFs?

As vantagens de investir em ETFs estão na liquidez e na facilidade de acesso a esses fundos, bastando comprar ou vender as cotas na Bolsa de Valores. 

Outra vantagem está nos custos, uma vez que as taxas dos ETFs são menores do que as dos fundos ativos. A média das taxas de administração cobradas pelos ETFs no Brasil é de 0,40% (as maiores taxas costumam ser de ETFs atrelados a criptomoedas, que podem ficar próximos de 1%). Enquanto isso, os fundos ativos costumam cobrar uma taxa de administração de 2%.

Quando surgiu o primeiro ETF?

No dia 15 de julho de 2024, os ETFs completaram 20 anos desde o lançamento na B3. O ETF mais antigo é o PIBB11, cujo objetivo é replicar a carteira teórica do IBrX-50, índice composto pelas 50 ações mais negociadas na Bolsa.

Apesar de ter crescido nas últimas duas décadas, o mercado de ETFs no Brasil ainda é pequeno em comparação com os Estados Unidos, por exemplo. Enquanto os ETFs representam algo próximo de 20% do mercado de fundos nos Estados Unidos, no Brasil esse dado corresponde a apenas 0,49%.

Nos últimos anos, temos observado um aumento no número de ETFs no Brasil e, recentemente, temos visto lançamentos de diferentes ativos, oferecendo propostas cada vez mais específicas aos investidores. 

Em 2023, o Nubank e a B3 lançaram o primeiro ETF que paga dividendos no Brasil, o NDIV11.

Quais os novos ETFs do Nubank?

  • HIGH11: ETF é voltado para ações com alta volatilidade, proporcionando potencial para maiores retornos, mas com riscos mais elevados.
  • LVOL11: ETF tem como foco ações de baixa volatilidade, oferecendo aos investidores uma opção de menor risco e maior estabilidade.

Os novos ETFs do Nubank têm propostas bem diferentes, o que é positivo, uma vez que os objetivos distintos se adequam para diferentes perfis de investidores, assim como para diferentes cenários.

O que é o ETF HIGH11?

O HIGH11, que é referenciado no Ibov Smart High Beta, tem a proposta de ser um fundo com ações de maior sensibilidade ao Ibovespa do mercado. É importante ressaltar que essa sensibilidade vale tanto para os momentos de alta quanto para os momentos de queda.

Para a construção do índice, primeiramente há um filtro de liquidez, uma vez que só podem participar empresas que estejam no Índice Bovespa. 

Além disso, não podem participar empresas que estejam em situação especial, como em recuperação judicial. No caso de uma empresa entrar em recuperação judicial enquanto estiver dentro do índice, será excluída imediatamente.

Após os filtros iniciais, o fundo calcula o beta individual de cada ação (como beta, entende-se como a sensibilidade da ação ao Ibovespa) e seleciona as empresas que estejam dentro dos 33% com as médias móveis mais altas.

De modo simplificado, o fundo faz um recorte de um terço das ações mais sensíveis ao Ibovespa, com a carteira sendo rebalanceada a cada quatro meses.

Seguindo a metodologia acima, a carteira do HIGH11 é composta por 28 empresas, com Hapvida, BRF e LWSA (antiga Locaweb) ocupando as principais posições atualmente. 

Vale ressaltar que o fundo tem um limite máximo de 10% por ação, apesar de a maior alocação representar apenas 5,25% do portfólio.

Fonte: B3

Se o HIGH11 estivesse ativo desde 2006, o beta médio do índice seria de 1,2. Isso significa que o índice teria oscilado, em média, 20% mais do que o Ibovespa.

Qual a rentabilidade do ETF HIGH11?

O gráfico abaixo mostra de forma bastante clara como o índice teria se comportado em diferentes cenários. Entre o início de 2016 e o começo de 2018, por exemplo, o HIGH11 teria apresentado uma rentabilidade de +289%, contra +130% do Ibovespa. No entanto, em meados de 2022, o índice teria sofrido um prejuízo de -46%, contra uma queda de -26% do Ibovespa.

 Fonte: Quantum, B3 e Nubank

Olhando para os anos fechados no gráfico abaixo, é possível notar que, em períodos de alta da Bolsa, o índice se comporta melhor. No entanto, em momentos de dificuldades, o HIGH11 é mais detrator de performance.

Além disso, pelo gráfico, é possível notar que o HIGH11 (referenciado no Ibov Smart Low Volatility) teria apresentado uma alta de +113%, ante +271% do Ibovespa, justamente por ter sofrido mais em momentos adversos, apresentando maiores dificuldades a partir de 2022.

 Fonte: Quantum, B3 e Nubank

Enquanto o HIGH11 tem como objetivo ser mais agressivo, o LVOL11 tem como proposta ser mais conservador. 

O que é o ETF LVOL11?

O LVOL11 é referenciado no Ibov Smart Low Volatility e tem como objetivo selecionar as ações de menor volatilidade do Ibovespa.

Para a construção do índice, também é levado em consideração os mesmo filtros iniciais que vimos no HIGH11.

Após aplicar os filtros de liquidez, calcula-se a volatilidade pelo EWMA (Exponentially Weighted Moving Average), uma abordagem estatística de volatilidade que dá mais peso para os dados mais recentes e menos para os dados mais antigos.

A partir desse cálculo para cada empresa do Ibovespa, seleciona-se as ações que estão entre as de 33% de menor valor, com a carteira também sendo rebalanceada a cada 4 meses.

Dessa forma, a carteira do LVOL11 também possui 28 empresas, contando com a regra de exposição máxima de 10% por ação. As companhias com as maiores participações atualmente são a Taesa, a BB Seguridade e a Engie.

Fonte: B3

Se o LVOL11 estivesse disponível desde 2003, teria reduzido, em média, 20% da volatilidade quando comparado ao Ibovespa.

Qual a rentabilidade do ETF LVOL11?

No gráfico abaixo, é possível observar como o índice teria se comportado em diferentes cenários. Em um cenário como o do início de 2016 ao começo de 2018 (período positivo para a Bolsa e em que o HIGH11 teria tido uma alta de 289%), o LVOL11 teria apresentado uma rentabilidade de apenas +67%, contra +130% do Ibovespa.

Por outro lado, em períodos de maior dificuldade do mercado, como em meados de 2022 (em que o HIGH11 teria caído 46%), o LVOL11 teria apresentado uma queda de apenas -10%, contra uma queda de -26% do Ibovespa. Isso também vale para outros períodos de queda da Bolsa, como entre 2014 e 2015.

 Fonte: Quantum, B3 e Nubank

Com a proposta de ser mais resiliente em momentos de adversidade da Bolsa, o LVOL11 (referenciado no Ibov Smart Low Volatility) teria apresentado uma alta de +1.792%, contra +934% do Ibovespa.

Fonte: Quantum, B3 e Nubank

Vale a pena investir nos ETFs do Nubank?

No momento, não temos recomendação de compra para nenhum dos dois ETFs na carteira Nord Fundos.

Como é possível notar, os dois ETFs apresentam propostas bastante distintas umas das outras. Por isso, primeiro você deve conhecer o seu perfil de risco para, então, considerar uma alocação, especialmente em se tratando do HIGH11.

Não acredito que seja apropriado comprar o HIGH11 e carregá-lo para sempre na carteira. Vimos muito bem como o índice pode sofrer em momentos de maiores adversidades e, desse modo, existe uma necessidade de interpretar o cenário em que você está presente para acertar o tempo correto de entrar no índice e aproveitar os momentos de alta da Bolsa. Convenhamos que essa não é uma tarefa muito fácil.

Acredito que a Bolsa brasileira, nos seus níveis atuais, pode apresentar ganhos significativos daqui para frente. No entanto, existe a chance de a Bolsa continuar barata por mais algum tempo, uma vez que temos observado ruídos na economia doméstica (como o fiscal), o que afetam os juros e, consequentemente, podem atrasar as altas do Ibovespa.

Se você não tem certeza do momento em que a Bolsa terá ganhos mais significativos ou é um investidor conservador, o HIGH11 não é para você.

Em relação ao LVOL11, estamos nos referindo a um índice que é possível carregar na carteira por um bom tempo. É claro que, em momentos de forte desempenho da Bolsa, você ficará para trás, mas, com certeza, também teremos outros momentos de adversidades ao longo dos próximos anos e décadas. Quando esses momentos chegarem, você ficará feliz em estar com o índice na carteira.

Se você é um investidor conservador, o LVOL11 é adequado para você, uma vez que não vai te trazer grandes estresses. É importante reforçar que você pode ter prejuízos, mas serão menores.

Inclusive, se você é um investidor que nunca investiu em Bolsa e quer "colocar o pé na água", comprar o LVOL11 é uma boa oportunidade para você entrar neste mercado sem passar por grandes dores de cabeça. 

Novamente, você não está isento de riscos de perda. Sendo assim, se for a primeira vez que está investindo em ações, comece devagar.

Quanto preciso para começar a investir nos ETFs do Nubank?

A partir de R$ 100,00 é possível investir nos ETFs do Nubank.

Qual o melhor ETF para iniciantes?

Para avaliar o melhor ETF para a sua carteira, é importante que todo o planejamento de forma que permita ser um investimento para longo prazo. Dessa forma, recomendamos avaliar investimentos como FOFs (Fundos de Fundos).

Os consultores da Nord trabalham para ajudá-lo na seleção de ativos adequados aos seus objetivos, tolerância ao risco e  às suas expectativas de investimento. 

Se você tem interesse em diversificar seus investimentos, conheça os nossos FoFs, que são os nossos fundos que investem nas melhores gestoras do mercado.

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