Estamos preparados para uma epidemia de gripe aviária em 2025?
A gripe aviária, causada principalmente pelo vírus H5N1, tem se espalhado globalmente, afetando aves e mamíferos, incluindo humanos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), desde o ano de 2022 observa-se surtos de gripe aviária em aves domésticas e mamíferos silvestres em diversos países da região das Américas como Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru, Uruguai, Venezuela e, mais recentemente, no Brasil.
Caso de infecção humana pelo vírus da gripe aviária H5N1 nos Estados Unidos
Em novembro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a necessidade de uma vigilância mais rigorosa do H5N1 em animais, após a detecção do vírus em um porco no Oregon, nos Estados Unidos. A OMS enfatizou a importância de monitorar aves selvagens, aves domésticas e outros animais suscetíveis para reduzir o risco de transmissão para humanos.
Os porcos representam uma preocupação especial para a disseminação da gripe aviária porque podem ser co-infectados com vírus de aves e humanos, que podem trocar genes para formar um vírus novo e mais perigoso, capaz de infectar humanos com mais facilidade.
Disseminação em gado leiteiro nos Estados Unidos
Recentemente, os Estados Unidos relataram casos de infecção humana e disseminação do vírus influenza subtipo A(H5N1) em rebanhos de gado leiteiro. Em abril de 2024, um caso humano foi registrado no Texas, onde o paciente apresentou conjuntivite após contato com gado infectado.
Gripe aviária H5N1 no Brasil
No Brasil, até o momento, não há registros de infecções humanas ou surtos em granjas comerciais. No entanto, o país permanece em alerta máximo, implementando medidas preventivas para evitar a introdução e disseminação do vírus.
Como a gripe aviária é transmitida?
As aves, quando infectadas, podem disseminar vírus por meio da saliva, secreções de mucosas e fezes. A infecção se dá tanto pelo contato direto (respirar o vírus contido em gotículas ou partículas transportadas pelo ar) ou pelo contato com superfícies contaminadas por ave infectada e depois tocando seus próprios olhos, boca ou nariz.
As pessoas raramente contraem a influenza aviária, mas quando isso ocorre, geralmente é devido ao contato direto desprotegido (sem uso de equipamentos de proteção individual como luvas, roupas de proteção, máscaras, respiradores ou proteção dos olhos) com aves infectadas, segundo informações do Ministério da Saúde.
O que a gripe aviária causa em humanos?
As infecções por influenza aviária podem causar sintomas respiratórios leves até pneumonia grave e óbito, em caso de progressão rápida. Os sintomas iniciais comuns são febre alta (maior ou igual a 38°C) e tosse seguida de dispneia ou desconforto respiratório.
Outros sintomas como diarreia, vômito, dor abdominal, sangramento do nariz ou gengivas, encefalite e dor no peito também foram relatados.
Estamos repetindo os erros da Covid-19 para gripe aviária?
Até o momento, foram confirmados 55 casos humanos de H5N1 nos EUA, principalmente em indivíduos que tiveram contato direto com animais infectados. Embora não haja evidências claras de transmissão entre humanos, as mutações no vírus podem aumentar o risco pandêmico.
Bruce Y. Lee, fundador e diretor executivo da Public Health Informatics, Computational, and Operations Research (PHICOR), escreveu para a Forbes EUA, que os EUA não estão adotando medidas preventivas ou de preparação adequadas para uma possível nova pandemia, refletindo erros semelhantes aos cometidos durante a crise da Covid-19.
É crucial que as autoridades de saúde pública mantenham uma vigilância contínua e adotem medidas proativas para prevenir a propagação do H5N1, aprendendo com as lições da pandemia de Covid-19 para evitar erros semelhantes.