Os golpes na internet são praticados por criminosos que buscam conquistar a confiança da vítima, utilizando páginas que aparentam veracidade, prometendo resultados exorbitantes, falsificando identidades, entre outros meios. Por essa razão, o investidor deve ser vigilante e adotar medidas preventivas.

Os golpes na internet devem estar no radar dos investidores, especialmente os iniciantes. Segundo o Anuário da Segurança Pública de 2023, o Brasil registra, aproximadamente, 208 golpes por hora, em média.

Simultaneamente, observamos uma tendência de migração dos criminosos para o mundo digital. Este é um ambiente em que grandes quantias financeiras podem ser movimentadas, além de oferecer recursos adicionais para praticar fraudes.

Entenda como funciona o golpe do falso investimento e proteja o seu patrimônio contra os criminosos!

O que é o golpe do falso investimento?

O golpe do falso investimento consiste em ofertas atrativas com o intuito de enganar as pessoas para obter vantagens, como dinheiro ou informações pessoais. Exemplos incluem pirâmides financeiras, sorteios falsos de criptomoedas e produtos financeiros fraudulentos.

Tipos de golpes na internet

Um golpe é caracterizado por induzir a pessoa ao erro, tirando proveito dela. Conheça os mais comuns:

Pirâmide financeira

O golpe do falso investimento mais conhecido é o esquema de pirâmide ou esquema Ponzi. Nele, os ganhos dos investidores antigos são pagos com os recursos captados junto aos novos. Por exemplo, se uma pessoa aplicou R$ 100,00 e o retorno prometido é de 40% ao mês, R$ 40,00 serão usados para pagar um investidor anterior.

O processo se repete e, matematicamente, chega ao ponto em que não há investidores o suficiente para serem captados. A pirâmide quebra, os investidores não recebem os recursos de volta, e o golpista desaparece.

Esse esquema pode ser sofisticado com a inclusão de produtos financeiros para dar a impressão de que o dinheiro tem origem. Promessas que envolvem criptomoedas estão em alta, por exemplo.

Phishing

O Phishing é uma estratégia de captura de dados pessoais, especialmente financeiros. Esse golpe na internet pode ser praticado para coletar informações de cartões, contas bancárias e acessos a carteiras de ativos, entre outros objetivos.

Um exemplo é a criação de páginas idênticas às de instituições financeiras, como bancos e corretoras. Ao ser direcionada, a pessoa fornece seus dados, e o criminoso adquire as informações necessárias para ter acesso aos recursos.

E-mails, mensagens de Whatsapp e contatos telefônicos também podem ser usados para esse fim de capturar informações.

Produtos financeiros falsos

Os produtos financeiros são semelhantes à pirâmide. No entanto, o criminoso nem sequer tenta manter o esquema como um investimento legítimo por muito tempo.

A vítima recebe uma proposta de título, ação, criptomoeda, ou outros, com retornos atrativos. O golpista, que pode se passar por corretor, empresário ou um gestor de investimentos, simplesmente pegará o dinheiro e desaparecerá.

Em alguns casos, os primeiros meses são pagos para a vítima acreditar no golpe e aplique mais dinheiro. Também é possível que os juros não sejam exorbitantes, dando uma aparência legítima para a operação no começo.

Sorteios de criptomoedas

Criminosos solicitam a transferência de moedas digitais. Crédito: Freepik

Os sorteios de criptomoedas são esquemas nos quais o golpista solicita a transferência de moedas digitais. A promessa é a devolução com algum tipo de ganho após o processo de mineração.

Esse golpe pode enganar, até mesmo, pessoas com alguma experiência. O mecanismo se assemelha à "prova de participação" ("Proof-of-Stake"), que é uma forma real de mineração, na qual é preciso oferecer criptomoedas em garantia.

Robôs de investimento

Os robôs de investimento podem justificar os ganhos exorbitantes de esquemas de pirâmide ou serem empregados para que a pessoa forneça dados de pagamento. Uma possibilidade mais remota é que, de fato, a solução seja vendida, mas não alcance os resultados prometidos.

Também é possível usar o software como justificativa para que a vítima instale vírus no computador. É um dos golpes da internet que se tornou mais crível, à medida que a inteligência artificial está presente nos noticiários.

Como evitar cair em golpes na internet e investir com segurança?

A prevenção de golpes na internet exige o engajamento das pessoas, pois não há uma tecnologia ou solução automática para se proteger.

1. Desconfie de ganhos extraordinários

O primeiro sinal de alerta são os ganhos exorbitantes. Nessa categoria, estão incluídas as vantagens absurdas, como 30%, 40% ou 50% ao mês.

Outro cuidado são os ganhos que parecem reais para o investidor comum. No entanto, uma análise cuidadosa demonstraria o golpe, como valores de 4%, 5% ou 6% ao mês.

Para ilustrar, já abordamos a biografia de Peter Lynch. Em seu período de ouro, o resultado de um dos principais gestores de fundo da história foi de 29,2%, ou seja, 2,43% ao mês.

Por sua vez, Warren Buffett é o quinto homem mais rico do mundo, com 20% de retorno médio anual.

2. Verifique a origem da informação

A fonte das informações é ainda mais importante para não cair em golpes na internet. Por exemplo, um golpista poderia oferecer 110% ou 120% do CDI, o que seria atrativo, mas não exorbitante.

É muito importante considerar como a informação chegou até você. Muitas vezes, pessoas próximas são enganadas pelos golpistas e podem realizar um convite que pareça legítimo.

Uma boa prática é fazer uma dupla checagem, com informações em veículos de referência no mercado. Profissionais de investimento com as qualificações exigidas pela CVM e casas de análise com excelente reputação são exemplos.

3. Não compartilhe senhas e informações pessoais

Nunca disponibilize sua senha ou dados pessoais sem confirmar o canal que está solicitando. Créditos: Freepik

Sempre que um e-mail, mensagem ou contato telefônico exigir dados, não prossiga com a conversa antes de confirmar em um canal oficial. Por exemplo, se você receber um e-mail sobre um “problema na sua conta”, use o canal da instituição financeira, como 0800 ou internet banking.

Compras em links promocionais são um desafio. Muitas lojas digitais usam programas de afiliados em que a operação ocorre com o acesso por endereços específicos.

Cuidados para evitar o phishing:

  • compare o endereço oferecido com o site oficial;
  • use um verificador de links, como Dupli Checker, Veritas e Psafe;
  • compre apenas com o cartão virtual;
  • se tiver dúvidas, use o canal de atendimento da loja para verificar o link.

Em relação às senhas e tokens, os pedidos nunca são legítimos. Nem mesmo o funcionário do banco precisa dessa informação para concluir as operações, bastando a digitação nos meios eletrônicos.

Por fim, use a dupla verificação nas suas contas de redes sociais e instituições financeiras. Ao ativar o token, o golpista precisaria ter a senha e o código gerado, dificultando a execução da fraude.

4. Aplique em plataformas confiáveis

As aplicações financeiras devem ser realizadas em ambientes digitais confiáveis. Procure soluções de instituições financeiras reconhecidas no mercado, como corretoras e bancos de referência.

Nas criptomoedas, o ideal é negociar por meio das plataformas de corretoras ou das exchanges para evitar golpes na internet. As exchanges são empresas que fazem a intermediação entre compradores e vendedores.

Você também pode usar páginas de defesa dos consumidores para verificar as reclamações em nome da instituição escolhida. Reclame Aqui e o Consumidor Gov são exemplos.

5. Não transfira dinheiro para terceiros

Um último cuidado é não realizar a transferência para terceiros. As contas em corretoras são criadas em nome do investidor, assim como os registros dos ativos adquiridos.

Se você fizer uma transferência por TED ou PIX para essa instituição, a conta de destino deve conter o seu nome e CPF. Por isso, um pedido em conta de terceiros têm alto risco de ser um golpe do falso investimento.

Em resumo, os golpes da internet geralmente não se baseiam em tecnologias sofisticadas. O objetivo é conquistar a confiança da vítima, obtendo informações ou recursos com uma abordagem convincente.

Para aprender a identificar investimentos falsos com mais precisão, leia o artigo “O golpe tá aí, cai quem quer” e confira diversos exemplos da atuação dos criminosos!

Em resumo

Quais são os golpes mais comuns na internet?

Os golpes da internet mais comuns são:

  • pirâmides financeiras;
  • phishing;
  • produtos financeiros falsos;
  • sorteios de criptomoedas;
  • bots de investimento.

Como são feitos os golpes na internet?

Os golpes da internet utilizam a engenharia social. Em vez de quebrar sistemas de segurança ou invadir computadores, as atividades são praticadas, conquistando a confiança das pessoas e induzindo a vítima a cometer erros, como transferir dinheiro, compartilhar dados pessoais ou entregar senhas para o criminoso.