Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), duas das maiores companhias aéreas do Brasil, oficializaram a assinatura de um memorando de entendimento (MoU) nesta quarta-feira, 15, para a fusão de suas operações. 

Segundo declarações do CEO da Azul, a nova empresa resultante da união deve iniciar suas atividades já em 2026. O anúncio marca um momento histórico no mercado aéreo brasileiro, com impactos diretos para consumidores e o setor de aviação.

Entenda a fusão entre Azul e Gol

O acordo assinado pela Azul e o Abra Group, principal acionista da Gol, sinaliza a intenção de integrar as operações das duas companhias aéreas líderes no Brasil. Segundo fontes, essa união permitirá maior eficiência operacional, fortalecimento da malha aérea e competitividade em um mercado cada vez mais disputado. A fusão foi anunciada após negociações entre as controladoras e já conta com um cronograma inicial para sua implementação.

O CEO da Azul destacou que o objetivo é ter a nova empresa operacional até 2026. Segundo informações preliminares, a nova empresa teria quase dois terços do mercado, detendo mais de 60% dos passageiros domésticos.

Estrutura da nova empresa

O MoU detalha a estrutura de governança que a empresa seguirá caso o negócio avance. Conforme antecipado pelo Valor, o plano é de que a união dos negócios se dê por meio de uma “corporation” (companhia sem controlador definido), com a Abra sendo o principal acionista.

Fusão entre Azul e Gol depende de aprovações

O processo de fusão ainda depende da aprovação de órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, onde a companhia busca renegociar dívidas no âmbito do Chapter 11, o que pode influenciar os prazos.

Endividamento da Gol

Ao final do terceiro trimestre de 2024, a Gol reportou uma dívida líquida total de R$ 27,6 bilhões, com prejuízo líquido de R$ 830,2 milhões, impactado por custos não recorrentes associados ao processo de Chapter 11. Recentemente, a aérea deu início a um plano de cinco anos para reestruturação financeira da dívida.

Acordo com governo para reduzir dívida com a União

Em janeiro de 2025, a Azul e a Gol firmaram acordos com o governo brasileiro que reduziram suas dívidas fiscais e previdenciárias em aproximadamente R$ 5,8 bilhões. 

A medida, oficializada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), reflete a estratégia do governo em equilibrar a recuperação de créditos com o estímulo a setores estratégicos como o de aviação, vital para o turismo e a mobilidade no país. 

Impactos no mercado aéreo brasileiro

A união entre Gol e Azul cria uma das maiores companhias aéreas do Brasil, trazendo uma série de benefícios e desafios. Com a fusão, espera-se:

  • Expansão da oferta de voos e destinos.
  • Otimização de custos operacionais.
  • Potencial redução de tarifas para consumidores, devido a ganhos de escala.
  • Maior competitividade em relação às companhias estrangeiras. 

Por outro lado, especialistas alertam para possíveis preocupações regulatórias, como o risco de concentração de mercado e impacto na concorrência.

Cronograma e próximos passos

Apesar do anúncio, a conclusão da fusão ainda depende de etapas importantes. As empresas iniciarão análises técnicas e ajustes para garantir a integração operacional. Além disso, os órgãos reguladores avaliarão os impactos no mercado antes de aprovarem a união.

A previsão de início das operações da nova empresa para 2026 reflete otimismo dos gestores, mas o processo poderá ser ajustado conforme o andamento das aprovações e da implementação da fusão.

O que os passageiros podem esperar?

Com a fusão, passageiros podem se beneficiar de uma malha aérea mais abrangente, maior conectividade entre voos e possíveis promoções geradas pelos ganhos de eficiência. Além disso, a nova empresa terá a oportunidade de investir em tecnologia e inovação para melhorar a experiência dos clientes.

Vale a pena investir em AZUL4 e GOLL4 após anúncio de fusão?

A fusão entre Gol e Azul promete ser um marco na história da aviação brasileira. Se você está considerando investir no setor aéreo, essa movimentação é um marco importante, mas é essencial realizar uma análise criteriosa antes de qualquer decisão. No momento, não temos recomendação de compra para nenhuma aérea da bolsa.