O fundo imobiliário Tordesilhas EI (TORD11) vem causando dor de cabeça desde outubro, quando passou a operar abaixo de R$ 1,00.

A B3, por sua vez, exigiu que o FII anunciasse medidas para correção do valor. Uma das alternativas é realizar um grupamento de cotas.

Segundo o documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), será realizada uma assembleia geral ordinária até o dia 30 de abril para que os cotistas decidam sobre a realização da operação.

FII TORD11: desvalorização histórica e possível grupamento de cotas

O fundo imobiliário TORD11 se tornou um dos maiores casos de desvalorização do mercado imobiliário brasileiro. Saindo de um patamar superior a R$ 10, suas cotas agora estão sendo negociadas abaixo de R$ 1. Essa queda acentuada de mais de -90% trouxe preocupações para os investidores e colocou o fundo em uma situação crítica, com a possibilidade de um grupamento de cotas sendo discutida.

O que levou o FII TORD11 a essa desvalorização histórica?

A queda expressiva no valor das cotas do FII TORD11 está relacionada a uma série de fatores, incluindo desempenho insatisfatório em seus investimentos, falta de liquidez e desconfiança do mercado em relação à sua estratégia de gestão. Além disso, a crise econômica e o aumento das taxas de juros nos últimos anos têm impactado negativamente o setor de fundos imobiliários como um todo.

Esses fatores somados fizeram o fundo perder atratividade, resultando em uma liquidação significativa de suas cotas pelos investidores. A cotação abaixo de R$ 1 agora coloca o fundo em uma posição delicada perante as regras da B3.

O que é o grupamento de cotas e por que ele pode acontecer com o TORD11?

De acordo com as normas da B3, fundos que negociam cotas abaixo de R$ 1 são obrigados a realizar um grupamento. Essa medida consiste em juntar várias cotas para formar uma única, com o objetivo de elevar o valor nominal da cota e atender aos requisitos mínimos da bolsa de valores.

Por exemplo, caso o TORD11 opte por um grupamento de 10 para 1, cada investidor que possui 10 cotas passará a ter apenas uma, mas com um valor ajustado proporcionalmente. Embora essa estratégia possa parecer uma solução, ela não resolve os problemas estruturais do fundo e pode até gerar uma reação negativa no mercado, como já ocorreu em casos similares.

Impactos do grupamento no mercado e nos investidores

O anúncio da intenção de realizar um grupamento já impactou o mercado, com as cotas do TORD11 caindo ainda mais. Muitos investidores enxergam a medida como um reflexo da fragilidade do fundo, o que aumenta a pressão vendedora. Para os cotistas, o grupamento também pode gerar desafios, como menor liquidez e uma sensação de perda de capital, mesmo que o valor total investido não mude.

TORD11 anuncia pagamento de dividendos

O fundo Tordesilhas EI (TORD11) encerrou um jejum de quase dois anos ao anunciar o pagamento de dividendos neste mês de janeiro. Conforme fato relevante divulgado na noite desta quarta-feira , 8, o TORD11 informou que distribuirá uma remuneração de R$ 0,0049 por cota, referente ao resultado financeiro de dezembro do ano anterior. 

O pagamento do provento está programado para o dia 15 de janeiro e será destinado exclusivamente aos investidores com posição no FII até esta quarta-feira, 8.

Futuro do TORD11: o que esperar?

A recuperação do TORD11 dependerá de mudanças estruturais significativas em sua gestão e estratégia de investimentos. Além disso, será necessário reconquistar a confiança dos investidores e do mercado. Enquanto isso, os cotistas enfrentam incertezas quanto ao impacto do grupamento e à possibilidade de uma reversão da trajetória do fundo.

Para quem acompanha o mercado de fundos imobiliários, o caso do TORD11 serve como um alerta sobre a importância de analisar detalhadamente os fundamentos e a gestão de qualquer fundo antes de investir.

TORD11 vale a pena abaixo de R$ 1?

O FII TORD11 é um fundo híbrido com um perfil de alto risco, focado em uma tese diferenciada voltada para ativos estressados. Dado seu histórico e características, o fundo não se apresenta como uma opção atrativa para investidores, principalmente devido à relação risco-retorno pouco favorável. 

Além disso, a falta de transparência nas informações é um ponto crítico, considerando que o fundo já ficou um longo período sem publicar relatórios gerenciais. Embora esses relatórios não sejam obrigatórios, são fundamentais para que os investidores acompanhem o trabalho da gestão e o desenvolvimento da tese. 

Diante disso, é mais prudente que o investidor busque outras alternativas mais atrativas e alinhadas com seus objetivos de risco e retorno.