Descubra agora 3 ETFs que pagam dividendos todos os meses
Em um momento extremamente desafiador para os “stock pickers” (investidores que analisam e escolhem suas ações por conta própria), um ativo vem ganhando cada vez mais espaço e aderência entre os brasileiros: o ETF.
Atualmente, inclusive, é possível investir em ETFs que pagam dividendos.
Em breve, é bem provável que uma quantidade significativa de investidores esteja exposta aos ETFs no país, ainda mais aqueles que buscam renda passiva.
Contudo, antes de querer investir em ETFs e descobrir quais são as melhores oportunidades no momento, é importante entender como esses ativos funcionam.
Sumário
- O que são ETFs?
- Um mercado em ascensão
- Como funciona o pagamento de ETFs?
- 3 ETFs que pagam dividendos todos os meses
- Escolher as próprias ações ou investir em ETFs?
O que são ETFs?
Os ETFs (sigla para exchange-traded funds) são, basicamente, fundos de investimento negociados em bolsa de valores, que buscam “replicar” a rentabilidade de um determinado índice.
Ou seja, por meio dos ETFs, é possível comprar todos os ativos que compõem a carteira teórica de um índice, por um preço bem menor do que se o investidor os comprasse de forma individual.
No Brasil, temos 85 ETFs listados na bolsa de valores, sendo dois grandes destaques, um atrelado ao mercado interno, o BOVA11, e outro voltado ao mercado americano, o IVVB11.
O BOVA11 busca acompanhar a performance do Ibovespa, principal índice acionário da nossa bolsa. Comprando este ETF, o investidor está adquirindo as 86 maiores empresas listadas na B3.
P.S. A maior empresa não quer dizer, necessariamente, a melhor empresa.
Sempre reforçamos que o Ibovespa é um índice ruim, especialmente devido à sua alta concentração em poucos setores, como commodities e bancos.
Atualmente, cinco empresas (Vale, Petrobras, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil) representam cerca de 40% do índice, enquanto as outras 81 companhias, os 60% restantes.
Independentemente da qualidade da carteira do Ibovespa, o BOVA11 cumpre o papel de acompanhar, praticamente lado a lado, o desempenho do índice.
Já o IVVB11 replica a performance do S&P 500, principal índice acionário dos Estados Unidos (e do mundo), representando as 500 maiores empresas do mercado americano.
O S&P 500 também possui uma concentração relevante (mas menor que a do Ibovespa), sendo que as “7 magníficas” (Apple, Microsoft, Amazon, Nvidia, Alphabet, Meta e Tesla) representam pouco mais de 27% da carteira do índice.
Ainda que a proposta de um ETF seja replicar a performance de um índice de referência, é interessante notar que o IVVB11 possui uma (grande) distorção em relação ao S&P 500.
Nos últimos cinco anos, o IVVB11 apresentou ganhos de +176%, contra +85% do índice. A diferença relevante está relacionada à variação cambial, uma vez que o IVVB11 é um ativo negociado em reais, enquanto o S&P 500 é um índice dolarizado. A desvalorização do real em relação ao dólar no período causou um “impulso” extra no ETF.
Um mercado em ascensão
Cabe ressaltar que os dois ETFs apresentados acima não pagam proventos aos seus cotistas. Os dividendos recebidos das empresas investidas por cada fundo são reinvestidos, gerando ganhos de cota.
Essa é a realidade da maioria esmagadora dos ETFs brasileiros.
Na verdade, ETFs que pagam dividendos são uma novidade recente, que teve início em setembro de 2023. Isso mesmo, faz menos de um ano que os primeiros ETFs voltados para renda passiva foram lançados no Brasil.
A título de comparação, este já é um mercado relevante nos Estados Unidos, com cerca de US$ 80 bilhões em ativos sob gestão, mas ainda pequeno perto do mercado total de ETFs no país, que conta com mais de 3 mil ativos listados e US$ 7 trilhões em patrimônio.
Ou seja, no Brasil, cujos investidores possuem um perfil mais rentista, este é um mercado que tem tudo para crescer de maneira expressiva.
Como funciona o pagamento de ETFs?
Os dividendos dos ETFs são pagos de forma mensal — ou seja, semelhante ao que é visto por cotistas de fundos imobiliários e por acionistas de algumas empresas, como os bancos brasileiros privados, que distribuem proventos todos os meses.
Vale ressaltar que, diferentemente dos fundos imobiliários e das ações (com exceção dos JCPs), os dividendos dos ETFs são tributados na fonte em 15%.
Além disso, para qualquer venda de um ETF com lucro, independentemente do valor da operação, é necessária a emissão de DARF mensal e pagamento de 15% sobre os ganhos (não possui o benefício tributário das ações).
3 ETFs que pagam dividendos todos os meses
1. NDIV11
O primeiro da lista é o NDIV11, do Nubank, lançado em parceria com a B3, em setembro do ano passado.
O NDIV11 busca replicar o mesmo desempenho do índice Ibov Smart Dividendos, que seleciona empresas brasileiras de histórico consistente de pagamento de dividendos nos últimos seis anos e que também fazem parte do Ibovespa.
Na carteira, estão nomes como Cemig, Isa Cteep, BB Seguridade, Engie, entre outros.
Assim como o BOVA11, o NDIV11 também acompanha de perto seu índice de referência, com ganhos de +13,1% desde sua criação (vs. +12,6% do Ibov Smart Dividendos).
Contudo, vale ressaltar que os dividendos das ações não são regulares como os dos FIIs, que pagam seus proventos de forma mensal.
Até existem empresas que pagam dividendos mensalmente, mas não é uma regra, a periodicidade varia de empresa para empresa e o que importa, no final das contas, é o rendimento anual de cada uma.
Dividendos NDIV11
Pelos dividendos das empresas investidas não serem homogêneos, os pagamentos do NDIV11 também não são tão previsíveis (o dividend yield mensal vai de 0,2% a 1,2%).
Desde setembro, seu dividend yield acumulado é de 4,7%. Logo, é de se esperar que seu rendimento anual (quando completarem os 12 primeiros meses) gire em torno de 6% a 7%.
Por fim, para gerir o patrimônio de seus cotistas (ainda que de forma passiva), o Nubank cobra uma taxa de administração de 0,5% ao ano pela gestão do NDIV11.
2. DIVD11
Na mesma linha do ETF anterior, o Itaú lançou, neste mês, o DIVD11.
A única diferença está no índice de referência, que, neste caso, é o IDIV – principal índice de empresas pagadoras de dividendos da bolsa brasileira.
Assim como o Ibov Smart Dividendos, o IDIV também possui uma elevada concentração nos setores elétrico, financeiro, de commodities, entre outros que são tradicionalmente conhecidos como bons distribuidores de proventos.
Dividendos DIVD11
Sendo assim, o dividend yield esperado tende a ser o mesmo do primeiro ETF da lista e que está em linha com a média histórica do mercado.
O DIVD11 também possui uma taxa de administração de 0,5% ao ano.
P.S. Por ter poucos dias de histórico, ainda não há gráfico de rentabilidade do ETF.
3. SPYI11
Fechando a lista, temos o SPYI11, da Buena Vista Capital.
Diferentemente dos dois anteriores, este ETF não está atrelado a nenhum índice brasileiro, mas, sim, ao S&P 500. Assim, além de investir nas 500 maiores empresas do mundo, também é possível receber proventos com o SPYI11.
Entretanto, é importante destacar que as empresas americanas não são conhecidas por serem grandes pagadoras de dividendos, principalmente pela tributação nos EUA (30% de retenção na fonte).
Com isso, a renda do SPYI11 provém, principalmente, de uma estratégia de opções (contratos derivativos que fornecem o direito de comprar ou vender um ativo por um preço predeterminado), produzindo o que são chamados de “dividendos sintéticos”.
De maneira bem simplificada, a operação consiste na compra de um determinado ativo (no caso, o índice americano) e a venda de um contrato de compra, que oferece o direito de alguém comprar esse ativo por um preço pré-acordado e remunera o vendedor da opção com um prêmio.
Por exemplo: um investidor compra a ação XPTO3 por R$ 100 e resolve vender uma opção de compra, que o obriga a vender essa ação por R$ 110, mesmo se o preço deste ativo estiver acima do valor predeterminado até a data do vencimento do contrato.
Para cada opção, vamos supor que esse investidor receberá um prêmio de R$ 1 (pago pelo comprador). Logo, se o comprador exercer seu direito de compra, o investidor será obrigado a vender a ação XPTO3 por R$ 110, mesmo que o preço de tela naquele momento esteja R$ 112.
Ou seja, ainda que o investidor tenha “travado” seu ganho (no caso, em +10%), ele recebeu um prêmio por isso e ainda acompanhou grande parte do retorno apresentado pelo ativo no período.
Assim, o maior risco para o investidor que adota essa estratégia é não participar de todo um possível movimento de alta de um ativo, caso o mesmo suba de forma expressiva.
Se, até o vencimento, o valor de venda “congelado” estiver maior que o preço de tela, a opção se tornará pó e o investidor seguirá com o ativo em carteira e ainda contará com os recursos do prêmio em seu caixa.
Resumindo: quem compra a opção de compra (e paga o prêmio por isso) quer garantir que adquirirá um ativo por um preço potencialmente menor do que seu valor de mercado em um período específico.
Já quem vende a opção de compra, já possui esse ativo e deseja ser remunerado por congelar o preço do mesmo, ainda que isso implique em uma venda por um valor abaixo do mercado.
Dividendos SPYI11
Voltando para o SPYI11, mesmo que a estratégia limite seus ganhos em fortes ralis de alta do S&P 500, as opções geram renda extra e ainda reduzem a volatilidade e protegem contra quedas (quando o índice opera em queda, o ETF cai em menor proporção).
É exatamente a estratégia que o ETF vem adotando e que vem garantindo o pagamento, de forma constante, de 1% ao mês de dividendos para seus cotistas.
Além dos proventos, o ativo também vem apresentando uma excelente performance desde sua criação, se assemelhando ao S&P 500 e superando, de longe, qualquer índice brasileiro no mesmo período.
O SPYI11 possui uma taxa de administração de 0,83% ao ano, um pouco acima dos dois primeiros ETFs, mas que é justificada pela estrutura composta pela gestora para oferecer uma remuneração mais elevada e previsível.
Disclaimer: os dividendos dos ETFs são tributados, na fonte, em 15%. Além disso, para qualquer venda do ativo com lucro, independentemente do valor da operação, é necessária a emissão de DARF mensal e pagamento de 15% sobre os ganhos.
Escolher as próprias ações ou investir em ETFs?
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Obviamente, nosso foco principal está nas ações e somos extremamente seletivos em nosso “stock picking”, sempre escolhendo empresas sustentáveis e com elevado histórico de execução e pagamento de proventos.
Contudo, enxergamos em 1 desses 3 ETFs uma boa oportunidade de diversificar nosso portfólio e melhorar ainda mais nossa rentabilidade de longo prazo.
Nossos assinantes sabem qual é e estão comprados há cerca de três semanas.
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